Dor pélvica: 12 causas e o que fazer

Atualizado em abril 2024

A dor pélvica é uma dor sentida na região abaixo do abdome, também conhecida como "pé da barriga" e pode acontecer devido às cólicas menstruais ou gravidez, sendo considerado normal, ou ser causada por infecção urinária, apendicite, hérnia inguinal, endometriose ou compressão dos nervos, que devem ser avaliadas e tratadas de acordo com a orientação do médico.

Para fazer o diagnóstico correto da causa da dor deve-se ir ao clínico geral para entender qual a melhor especialidade a consultar, podendo também ser pedidos exames para ajudar no diagnóstico, como exame de urina, ultrassom ou tomografia computadorizada.

Dependendo da causa da dor pélvica, o tratamento pode incluir o uso de analgésicos, anti-inflamatórios ou antibióticos, havendo até casos em que pode ser necessária a realização de cirurgia.

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Principais causas

As principais causas de dor pélvica são:

1. Infecção urinária

A infecção urinária é a causa mais frequente de dor pélvica, tanto em mulheres como em homens.

A dor normalmente surge como uma sensação de peso na região da bexiga e é acompanhada de outros sintomas característicos, como vontade frequente para urinar, dor ou queimação ao urinar, febre baixa e alterações nas características da urina, que tende a ser mais escura e com cheiro mais forte. Conheça outros sintomas de infecção urinária.

O que fazer: sempre que existe suspeita de uma infecção urinária é recomendado consultar um clínico geral ou um urologista, para fazer um exame de urina e confirmar a presença de bactérias. Na maior parte dos casos, a infecção urinária é tratada com antibióticos, como Fosfomicina ou Nitrofurantoína, mas também podem ser receitados analgésicos e antiespasmódicos para aliviar o desconforto. Veja como é feito o tratamento para infecção urinária.

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2. Apendicite

A apendicite também pode causar dor na região pélvica e consiste na inflamação do apêndice, uma pequena porção do intestino que fica localizada do lado direito inferior do abdome.

Normalmente a dor da apendicite surge de forma difusa, ao redor do umbigo, mas com o tempo tem tendência a se localizar no fundo do abdômen/ topo da região pélvica do lado direito.

Além da dor, a apendicite pode ainda causar o aparecimento de febre, sensação de barriga inchada, náuseas, alterações do trânsito intestinal e diminuição do apetite.

O que fazer: a apendicite é considerada uma emergência médica que deve ser confirmada no hospital. Dessa forma, é recomendado ir ao pronto-socorro para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, que geralmente é feito com uma cirurgia para remover o apêndice.

3. Diverticulite

A diverticulite é a inflamação dos divertículos, pequenas bolsas presentes na parede do intestino, especialmente na região do cólon.

Este tipo de inflamação geralmente causa uma dor persistente do lado esquerdo da região pélvica e é acompanhada de outros sintomas como diarreia, prisão de ventre, sensibilidade do lado esquerdo da barriga, febre e perda do apetite, por exemplo.

Este tipo de problema é mais comum com o avançar da idade, mas também pode afetar pessoas mais jovens que fazem um dieta pouco rica em fibras ou que sofrem com prisão de ventre crônica.

O que fazer: quando existe suspeita de algum problema no intestino, como diverticulite, é aconselhado consultar um gastroenterologista para fazer exames de diagnóstico e identificar a causa correta. Na maior parte das vezes a diverticulite pode ser tratada apenas com o uso de remédios, como anti-inflamatórios e antibióticos, mas também é importante fazer uma dieta leve. Saiba mais sobre como é o tratamento da diverticulite.

4. Hérnia inguinal

A presença de uma hérnia na região pélvica pode causar dor nesta região, assim como inchaço na virilha e sensação de peso. A hérnia inguinal é mais comum em pessoas com excesso de peso ou que fizeram algum tipo de cirurgia abdominal.

O que fazer: é importante consultar um clínico geral para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado. Na maior parte das vezes, é indicada a cirurgia para correção da hérnia, especialmente quando causa dor e outros tipos de sintomas. Entenda melhor como se trata a hérnia inguinal.

5. Infecções sexualmente transmissíveis

As IST's, ou infecções sexualmente transmissíveis, são infecções que podem ser transmitidas através da relação sexual e que geralmente afetam os órgãos reprodutores.

Por esse motivo, diferentes tipos de IST's podem causar aparecimento de dor pélvica, que normalmente é também acompanhada de outros sintomas indicativos de IST's como corrimento com mau cheiro, coceira intensa na região íntima, feridas ou dor ao urinar, por exemplo. Conheça as 7 principais IST's, seus sintomas e como tratar.

O que fazer: quando existe suspeita de uma IST é importante consultar o urologista ou o ginecologista, para fazer exames de diagnóstico e confirmar a infecção. Na maior parte dos casos, as IST's que causam dor pélvica podem ser tratadas com antibiótico, se identificadas precocemente, mas também existem infecções, como o HIV e a herpes, que não possuem um tratamento específico para eliminar de vez a infecção, devendo ser feito um tratamento crônico.

6. Compressão de nervos

Embora seja uma situação menos frequente, a compressão de nervos na região da coluna também pode causar o aparecimento de dor na região pélvica. Este tipo de condição é mais frequente em idosos ou pessoas com problemas na coluna, como hérnia de disco, por exemplo.

Além da dor na região pélvica, algumas pessoas podem também apresentar sensação de formigamento nas pernas, perda de controle dos esfíncteres ou dificuldade para caminhar, por exemplo. É também possível que a dor se agrave com determinados movimentos.

O que fazer: deve-se consultar um clínico geral ou um neurologista para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, que normalmente é feito com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Dependendo da gravidade da compressão, pode ainda ser indicada fisioterapia e até cirurgia.

7. Cólica menstrual

A cólica menstrual é mais comum em mulheres adolescentes e é causada pela contração uterina involuntária durante a menstruação, que tende a melhorar com o passar dos anos e após a gravidez.

A cólica menstrual que surge mais tarde, apresenta piora progressiva ao longo dos meses ou que dura mais que o período da menstruação pode indicar outras situações, como a endometriose e deve ser avaliada por um ginecologista.

O que fazer: muitas vezes a cólica menstrual pode ser aliviada através de medidas caseiras como aplicar uma bolsa de água quente sobre a região pélvica ou tomar um chá de gengibre, por exemplo. No entanto, quando é muito intensa, é importante consultar um ginecologista, não apenas para descartar outras causas de dor, mas também para avaliar a necessidade de utilizar remédios, como os antiespasmódicos, por exemplo. Confira 6 formas naturais de acabar com a cólica menstrual.

8. Gravidez

A dor pélvica também é bastante comum durante a gravidez, estando relacionada principalmente com a produção do hormônio relaxina, que é responsável por tornar os ligamentos mais elásticos, deixando as articulações da região pélvica mais soltas para o parto.

Além disso, o aumento do peso do bebê também pode fazer pressão sobre os órgãos pélvicos, agravando a dor.

A dor pélvica característica da gravidez não é intensa, mas pode causar bastante desconforto. Pode ter início logo no primeiro trimestre de gestação ou surgir apenas poucos dias antes do parto.

O que fazer: quando a dor não é muito intensa, a gestante pode tentar aliviar a dor em casa, ficando de repouso e evitando atividades mais intensas. Porém, se a dor for muito intensa, se aumentar ao longo do tempo ou se for acompanhada de outros sintomas como sangramento, por exemplo, pode ser sinal de uma complicação mais séria. Nesse caso é aconselhado consultar o obstetra ou o ginecologista.

9. Endometriose

A endometriose é uma condição que provoca o crescimento de tecido do endométrio fora do útero, o que causa inflamação e dor pélvica que piora durante o período menstrual.

Além disso, a endometriose ainda pode causar aumento do fluxo menstrual, dor durante o contato íntimo e dificuldade para engravidar. Conheça os principais sintomas que indicam endometriose.

O que fazer: é recomendado consultar um ginecologista para fazer o diagnóstico da condição e iniciar o tratamento adequado. Quando é leve, o tratamento da endometriose pode ser feito apenas com medicamentos para aliviar a dor, como o ibuprofeno, entretanto, nos casos mais graves podem ser usados remédios hormonais ou cirurgia, que ajudam a reduzir a quantidade de tecido endometrial fora do útero.

10. Mioma uterino

Os miomas uterinos são tumores benignos que se formam no tecido muscular do útero, e apesar de nem sempre causarem sintomas, podem, em alguns casos, provocar dor pélvica, sangramentos fora do período menstrual, prisão de ventre e dificuldade para engravidar. Entenda melhor o que é e o que causa o mioma.

O que fazer: se existir suspeita de mioma uterino é aconselhado consultar o ginecologista para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado. O tratamento é indicado quando o mioma provoca sintomas ou desconforto e geralmente são utilizados medicamentos hormonais, como a pílula anticoncepcional ou o DIU, para reduzir o tamanho do mioma.

Em outros casos, o médico pode apenas recomendar o uso de analgésicos ou anti-inflamatórios. Nos casos mais graves, pode ser utilizada cirurgia.

11. Doenças do ovário

A presença de cistos, tumores ou infecções ovarianas também pode causar intensa dor pélvica. Nestes casos, além da dor podem surgir outros sintomas como sangramentos fora do período menstrual, dor durante a relação, sensação de barriga inchada, cansaço frequente e mal estar geral.

Outra causa comum de dor pélvica relacionada com os ovários é a chamada "dor ovulatória", ou "dor do meio", que surge durante a ovulação e que é causada pela liberação natural do óvulo pelo ovário. A dor ocorre, então, por volta do período de ovulação, é normalmente leve e pode durar entre 1 a 2 dias.

O que fazer: a presença de algum problema no ovário deve sempre ser avaliada por um ginecologista, que poderá pedir alguns exames de diagnóstico, como o ultrassom pélvico, para identificar a causa da dor. O tratamento irá depender da causa e pode incluir o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e até cirurgia.

12. Doença inflamatória pélvica

A doença inflamatória pélvica, ou DIP, é uma condição que causa inflamação nos órgãos reprodutores internos da mulher, podendo afetar o útero, as trompas e até os ovários.

Geralmente é causada por bactérias que podem ser sexualmente transmissíveis, e podem ser infecções agudas ou crônicas, podendo persistir por vários meses ou anos. Saiba identificar os sintomas de DIP.

Como tratar: a suspeita de DIP deve ser sempre avaliada por um ginecologista, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado. O tratamento geralmente é feito com repouso e uso de antibiótico por 14 dias. Em alguns casos, pode ainda ser necessária uma cirurgia para tratar a inflamação das tubas uterinas ou para drenagem de algum abscesso.

Também é recomendado que o parceiro seja tratado, mesmo que não tenha sintomas, para evitar a recontaminação. Saiba mais sobre a DIP e como é feito o tratamento.

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