Os remédios para diabetes, como os antidiabéticos orais ou a insulina, podem causar efeitos colaterais como aumento ou perda de peso, náuseas, diarreia ou hipoglicemia, sendo mais comum surgirem no início do tratamento.
Embora existam estes possíveis efeitos colaterais, os remédios para tratar o diabetes são fundamentais, pois ajudam a controlar o açúcar no sangue, reduzindo o risco de surgirem complicações, como insuficiência renal, úlceras na pele, neuropatia periférica ou cegueira.
Por isso, caso apareça algum efeito colateral não se deve parar o tratamento ou alterar a dose do remédio por conta própria, devendo-se comunicar ao endocrinologista e fazer consultas e exames regularmente, para que o médico possa avaliar o tratamento e,se necessário, mudar o medicamento ou alterar as doses.
Efeitos colaterais da insulina
Os principais efeitos colaterais da insulina são:
1. Hipoglicemia
A hipoglicemia é o principal efeito colateral de qualquer tipo de insulina, caracterizada pela redução acentuada da glicose, resultando em sintomas como tremor, fraqueza, suor frio, pele pálida, visão embaçada, palpitação cardíaca, dor no peito, ansiedade, confusão mental, dificuldade para falar ou sonolência, por exemplo. Saiba identificar todos os sintomas de hipoglicemia e o que fazer.
A hipoglicemia, geralmente, acontece quando há alguma desregulação do tratamento, que pode ser alteração na dieta que a pessoa estava acostumada, ter ficado muito tempo sem comer, uso de bebidas alcoólicas ou algum exercício ou estresse intenso.
Assim, para evitar este efeito colateral e manter os níveis de glicose constantes, é fundamental fazer várias pequenas refeições ao longo do dia, ao invés de comer muito e poucas vezes, de preferência com uma dieta orientada por um nutricionista. Se a hipoglicemia for repetitiva, é importante se consultar com o médico responsável pelo tratamento para ajustar as doses de insulina e evitar este tipo de complicação.
2. Convulsões
As convulsões podem surgir no caso de hipoglicemia severa, podendo também causar outros sintomas como desmaio ou até coma.
Nesses casos, deve-se procurar ajuda médica imediatamente ou o pronto socorro mais próximo caso a pessoa apresente esses sintomas. Veja como é feito os primeiros socorros da hipoglicemia.
3. Reações no local da injeção
A aplicação da insulina sob a pele pode causar reações alérgicas no local da injeção, como vermelhidão, inchaço, sensação de queimação ou coceira, que geralmente são passageiras e melhoram com a continuidade do tratamento.
Além disso, também pode ocorrer o aparecimento de um caroço sob a pele, dor, irritação, hematomas ou manchas roxas perto do local da injeção.
É importante que a técnica adequada da aplicação da insulina seja orientada pelo médico, devendo-se fazer um rodízio do local de aplicação, ou seja, a cada injeção, deve-se aplicar em diferentes locais, como região da barriga, interior da coxa ou parte posterior do braço.
Além disso, deve-se comunicar ao médico responsável pelo tratamento caso surjam reações no local da injeção, para que seja avaliada e, se necessário, indicado um tratamento.
4. Lipodistrofia
A lipodistrofia é um efeito colateral que pode surgir no local da aplicação da insulina, caracterizado por alterações na sensação da pele, como espessamento da pele por acúmulo de gordura no local, ou uma pequena depressão na pele resultante da quebra de gordura no local.
Por isso, é importante saber aplicar a insulina corretamente para evitar que as injeções constantes causem alguma lesão na pele ou tecido adiposo. Veja como é o passo a passo para aplicar a insulina corretamente.
Efeitos colaterais dos antidiabéticos orais
Existem vários antidiabéticos orais, sob a forma de comprimidos, para controlar a diabetes tipo 2, que podem ser tomados isoladamente ou em conjunto com outros.
Cada classe de medicamentos hipoglicemiantes age de forma diferente no organismo, podendo causar diversos tipos de efeitos colaterais, que variam com o tipo de medicamento, a dose e a sensibilidade de cada pessoa, sendo os principais:
1. Náuseas e diarréia
Um dos principais efeitos dos antidiabéticos orais são as náuseas e a diarréia, principalmente com o uso da metformina, semaglutida, exenatida, liraglutida, repaglinida, acarbose, e sulfonilureias, como glipizida, glibenclamida, gliclazida ou glimepirida, por exemplo.
Deve-se consultar o médico para tentar fazer ajustes que diminuam o risco destes efeitos, como tomar a medicação após a alimentação ou preferir remédios com ação prolongada, como a Metformina XR, por exemplo.
Se os sintomas persistirem, pode ser necessário mudar o tipo de medicamento, com a orientação médica. Comer pequenas refeições, várias vezes ao dia também pode ajudar a controlar este tipo de sintoma.
2. Hipoglicemia
Além de ser um efeito colateral comum da aplicação da insulina, a hipoglicemia também pode ocorrer com antidiabéticos orais que estimulam a produção de insulina pelo pâncreas, como a glibenclamida, glimepirida, gliclazida, clorpropamida, repaglinida e nateglinida, por exemplo.
Para evitar a hipoglicemia é importante nunca ficar em jejum ou muito tempo sem comer durante o uso do medicamento, além de seguir uma dieta balanceada e dividida em várias pequenas refeições ao dia, evitando ficar mais de 3 horas sem comer.
Ao sentir os primeiros sintomas ou identificar alguém com sinais de hipoglicemia, deve-se sentar e oferecer alimentos ricos em açúcar ou carboidratos de fácil digestão, como 1 copo de suco de frutas, meio copo de água com 1 colher de sopa de açúcar ou 1 pão doce, por exemplo. Consultar-se com o médico para avaliar se há necessidade de ajuste de dose ou modificação do remédio.
3. Excesso de gases
O excesso de gases é um efeito colateral muito comum da acarbose, pois age diminuindo a absorção de glicose no intestino, Além disso, o excesso de gases também é uma queixa de pessoas que usam a metformina.
Para reduzir esse efeito colateral, é importante evitar alimentos com excesso de açúcares, como doces, bolos e pães, ou que produzem muitos gases, como feijão, repolho e ovos, por exemplo, além de ter uma alimentação rica em fibras.
Confira mais alimentos que causam gases nesse vídeo:
Como eliminar o EXCESSO DE GASES rapidamente
07:51 | 43.952 visualizações4. Aumento do peso
O aumento do peso é comum com o uso da insulina ou os remédios que aumentam a quantidade de insulina no corpo, como glibenclamida, glimepirida, gliclazida, repaglinida e nateglinida, ou com aqueles que provocam acúmulo de líquidos e inchaço, como pioglitazona e rosiglitazona, por exemplo
Por isso, durante o tratamento deve-se manter uma dieta equilibrada, com poucos carboidratos, gordura e sal, além de se praticar atividade física diariamente. Os exercícios mais indicados são os que queimam mais calorias, como caminhada, corrida ou musculação. Saiba quais são os melhores exercícios para emagrecer.
5. Falta de apetite
Este tipo de sintoma pode acontecer com o uso de diversos medicamentos, como a metformina, mas é mais intenso em pessoas que usam a semaglutida. Por este motivo, é comum haver emagrecimento com o uso destes tipos de remédios.
Por isso, é importante manter uma dieta equilibrada, sem deixar de comer as refeições nos horários programados, divididas em pequenas refeições, várias vezes ao dia. Confira alguns remédios caseiros para combater a falta de apetite.
6. Infecção urinária
O risco aumentado de infecção urinária acontece em uma classe de medicamentos para diabetes que aumenta a eliminação de glicose pela urina, como dapagliflozina, empagliflozina e canagliflozina. Nesse caso existe dor ou sensação de ardência ao urinar e cheiro de urina forte. Saiba identificar os sintomas de infecção urinária.
Durante o tratamento, deve-se beber bastante líquido ao longo do dia, evitar alimentos com excesso de açúcar, e tomar o antibiótico indicado pelo médico. Se esta alteração for persistente, deve-se conversar com o médico para avaliar a necessidade de mudança do medicamento para controlar a diabetes.
É comum que a pessoa com diabetes precise usar mais de um tipo de medicamentos, portanto, nestes casos, o cuidado deve ser redobrado para evitar os efeitos colaterais, tendo atenção para a dose correta, o horário recomendado, além de sempre manter refeições equilibradas.
Veja como deve ser a dieta para quem tem diabetes nesse vídeo: