Transfusão de sangue é a transferência do sangue ou dos seus componentes de um doador saudável para outra pessoa, ou receptor, sendo indicada nos casos de anemia profunda ou hemorragias graves.
O objetivo da transfusão sanguínea é repor as hemácias do sangue para o transporte eficiente de oxigênio no corpo, substituir os fatores de coagulação perdidos e restaurar o volume de sangue no corpo.
A transfusão sanguínea, também chamada de hemotransfusão, é feita no hospital ou em hemocentros podendo ser transfundido o sangue total ou seus componentes, como hemácias, plaquetas ou plasma, por exemplo.

Quando é necessário transfusão
A transfusão sanguínea é indicada para:
- Anemias, quando os níveis de hemoglobina estão muito baixos;
- Hemorragias graves devido a traumas, acidentes, parto ou cirurgias;
- Choque hipovolêmico;
- Queimaduras de 3º grau;
- Hemofilia ou trombocitopenia grave;
- Leucemia, aplasia medular ou talassemia;
- Após transplante de medula ou de outros órgãos.
Além disso, a transfusão sanguínea pode ser realizada durante procedimentos cirúrgicos, quando existe hemorragia grave.
Leia também: Como aumentar as plaquetas: alimentos, remédios (e mais) tuasaude.com/como-aumentar-as-plaquetasTransfusão de sangue anemia
A transfusão de sangue pode ser indicada para anemia profunda, com quantidade de hemoglobina muito baixa no sangue.
Além disso, a transfusão de sangue também pode ser indicada para anemia falciforme, para prevenir complicações, como AVC ou piora súbita da anemia, sendo feita com concentrado de hemácias.
Leia também: 10 tratamentos para anemia falciforme tuasaude.com/tratamentos-para-anemia-falciformeCritérios para transfusão de sangue
Os principais critérios para indicação da transfusão de sangue é quando existem deficiências de células sanguíneas, como hemácias ou plaquetas, ou de plasma sanguíneo.
Essas deficiências podem surgir nos casos de grande perda e sangue ou líquidos ou quando há alteração no processo de produção das células sanguíneas ou componentes do sangue, como fatores de coagulação, por exemplo.
Além disso, a transfusão sanguínea só pode ser feita quando o tipo de sangue e fator Rh entre o doador e o receptor é compatível. Entenda o que é fator Rh.
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A transfusão de sangue é feita em hospitais ou hemocentros, seguindo alguns passos, como:
- Realização de exames de sangue para verificar o tipo sanguíneo, além do teste de anticorpos;
- Recolha da bolsa para transfusão sanguínea compatível, no banco de sangue;
- Avaliação da pressão arterial, pressão arterial, frequência cardíaca e temperatura da pessoa, pelo enfermeiro;
- Colocação de cateter venoso, para aplicar soro na veia;
- Checagem pelo enfermeiro dos dados da pessoa e da bolsa de transfusão;
- Realização da transfusão de sangue na veia de forma lenta nos primeiros 15 minutos, para avaliar se a pessoa apresenta alguma reação.
Após os minutos iniciais da transfusão de sangue, o enfermeiro pode aumentar a velocidade da transfusão, se a pessoa não apresentou nenhuma reação.
O tempo de aplicação da transfusão sanguínea pode variar de acordo com o componente do sangue que está sendo transfundido e sua quantidade.
Assim, no caso de transfusão de plaquetas ou plasma o tempo normalmente é de 30 minutos. Já a transfusão de sangue total ou hemácias, pode durar cerca de 3 a 4 horas para cada bolsa de sangue.
Transfusão de sangue dói?
A transfusão de sangue não dói, mas pode haver algum desconforto ao puncionar a veia para conectar à bolsa de sangue.
Quando a transfusão é feita fora de uma cirurgia, geralmente, a pessoa pode comer, ler, conversar ou ouvir música enquanto recebe o sangue, por exemplo.
Tipos de transfusão sanguínea
Os principais tipos de transfusão sanguínea são:
1. Transfusão de glóbulos vermelhos
A transfusão de glóbulos vermelhos ou hemácias é indicado principalmente nos casos de anemias graves.
Esse tipo de transfusão é feito com concentrado de hemácias (CH) obtido através da centrifugação da bolsa de sangue total doado, removendo a maior parte do plasma sanguíneo.
Leia também: Hemácias: o que são, quantidade normal e porque estão altas ou baixas tuasaude.com/hemacias2. Transfusão de plaquetas
A transfusão de plaquetas é indicada para tratar ou prevenir hemorragias graves quando a contagem de plaquetas é baixa.
A bolsa de concentrado de plaquetas (CP) é obtida através da centrifugação de sangue total ou aférese, que é a separação seletiva de componentes sanguíneos.
Leia também: Plaquetas: o que são, funções e valores de referência tuasaude.com/funcao-das-plaquetas3. Transfusão de plasma
A transfusão de plasma fresco congelado (PFC) é indicada para controlar hemorragias ativas causadas pela redução do número de plaquetas.
Além disso, também pode ser indicado para o tratamento de doenças, como púrpura trombocitopênica trombótica ou síndrome hemolítico urêmica do adulto, por exemplo.
O plasma fresco congelado também é obtido pela centrifugação de sangue total ou aférese.
Leia também: Plasma sanguíneo: o que é, funções e para que serve tuasaude.com/plasma4. Transfusão de crioprecipitado
A transfusão de crioprecipitado (CRIO) possui algumas proteínas plasmáticas para repô-las.
Esse tipo de transfusão é indicado para o tratamento de doenças em que existe diminuição ou produção anormal de fibrinogênio ou deficiência de fator XIII, VIII, IX ou Von Willebrand que fazem parte da coagulação sanguínea.
Assim, o crioprecipitado pode ser indicado para hemorragias, coagulação intravascular disseminada ou doença de Von Willebrand, por exemplo. Entenda o que é a doença de Von Willebrand.
O crioprecipitado é obtido através do congelamento da bolsa de plasma entre 2°C a 6°C, permitindo a remoção do plasma e obtenção das proteínas precipitadas ou depositadas no fundo da bolsa.
5. Transfusão de sangue total
A transfusão de sangue total (ST) pode ser feita nos casos de hemorragia grave.
Embora, seja possível fazer uma transfusão de sangue total, normalmente é mais comum, serem feitas transfusões apenas dos derivados do sangue ou hemoderivados, como plasma, hemácias ou plaquetas, por exemplo.
6. Transfusão de granulócitos
A transfusão de concentrado de granulócitos pode ser indicada para o tratamento da neutropenia causada por infecções graves por fungos ou bactérias ou neutropenia após a quimioterapia.
Os granulócitos são células de defesa do sistema imunológico, como neutrófilos, eosinófilos e basófilos, e são obtidos por aférese do sangue o doador.
Geralmente, a bolsa de concentrado de granulócitos é submetida à irradiação antes do uso para prevenir complicações da transfusão, como doença do enxerto versus hospedeiro.
7. Transfusão maciça
A transfusão maciça de sangue é indicada nos casos de traumas graves em que a pessoa apresenta choque hemorrágico, pois é uma emergência médica.
Assim, a transfusão maciça é feita com a transfusão de sangue total ou concentrado de hemácias, em um volume aproximadamente igual ao volume de sangue da pessoa, em um período menor do que 24 horas.
Além disso, também é considerada transfusão maciça quando a pessoa recebe 10 unidades ou mais de sangue total ou concentrado de hemácias, em menos de 24 horas.
Cuidados após transfusão de sangue
Após a transfusão sanguínea, é recomendado repouso por 24 a 48 horas e evitar atividades físicas intensas.
Além disso, a pessoa deve estar atenta a sintomas de reação alérgica que podem surgir no período de 24 horas após a transfusão.
Alguns desses sintomas são coceira ou bolhas na pele, urticária, inchaço no rosto, nos lábios ou na língua, febre ou calafrios, dor de cabeça ou tontura.
Também pode surgir dificuldade para respirar, tosse, dor no peito ou nas costas.
Nesses casos, deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro.
Possíveis riscos da transfusão
Os principais riscos da transfusão de sangue são:
- Reações alérgicas durante a transfusão;
- Febre durante ou até 24 horas após a transfusão;
- Reação transfusional hemolítica aguda ou tardia;
- Sobrecarga circulatória relacionada à transfusão (TACO);
- Lesão pulmonar aguda relacionada a transfusão;
- Doença do enxerto versus hospedeiro associada à transfusão (DECH-AT).
Além disso, embora seja muito raro, já que o sangue do doador é testado para várias infecções, pode existir o risco de contrair infecções, como HIV, hepatite B ou C, sífilis ou Chagas, por exemplo.
O que fazer quando não é permitida a transfusão?
No caso em que a pessoa não deseja fazer a transfusão sanguínea, devido a crenças ou religiões, como testemunhas de Jeová, pode-se fazer a autotransfusão.
Na autotransfusão, o sangue é retirado da própria pessoa, principalmente antes de cirurgias programadas, para que depois possa ser usado durante o procedimento.
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