O que é:
O endométrio é o tecido que reveste internamente o útero e a sua espessura varia ao longo do ciclo menstrual de acordo com as alterações normais dos níveis hormonais, de estrogênio e progesterona, na corrente sanguínea.
É no endométrio que ocorre a implantação do embrião, dando início à gravidez, mas para que isso aconteça, o endométrio precisa ter a espessura ideal, que é entre 8 e 18 mm. Caso não haja fecundação e implantação no útero, ocorre a descamação do endométrio, caracterizando a menstruação.
É importante que as características do endométrio sejam avaliadas através do exame ginecológico ou exames de imagem indicados pelo médico, isso porque algumas situações como adenomiose, pólipos ou tumores podem afetar o endométrio e trazer consequências para a mulher.
Como varia a espessura do endométrio
A espessura do endométrio varia todos os meses em todas as mulheres em idade reprodutiva, caracterizando as fases do ciclo menstrual:
1. Fase proliferativa
A fase proliferativa é a fase em que o endométrio encontra-se mais fino e totalmente descamado e inicia-se logo após a menstruação e dura até a ovulação.
Nesta fase, os ovários começam liberar maiores quantidades de estrogênio para promover a proliferação do endométrio e aumentar sua espessura, assim como estimular o rápido crescimento dos vasos sanguíneos e as glândulas exócrinas.
2. Fase secretora
Na fase secretora, que inicia durante o período fértil até a próxima menstruação, o estrogênio e a progesterona irão fazer com que o endométrio tenha todos os nutrientes necessários para a implantação e nutrição do embrião.
Caso haja fecundação e o embrião consiga ficar no endométrio, poderá ser observado um 'corrimento' rosado ou como borra de café durante seu dia fértil, mas se não houver fecundação, após alguns dias a mulher irá menstruar. Saiba reconhecer os sintomas de fecundação e nidação.
3. Fase menstrual
Caso não ocorra a fecundação durante o período fértil, que é quando o endométrio encontra-se mais espesso, esse tecido agora irá entrar na sua fase menstrual e diminuirá de espessura devido a queda brusca de hormônios na corrente sanguínea e diminuição da irrigação do tecido.
Estas alterações fazem com que o endométrio se solte aos poucos da parede uterina, dando origem ao sangramento, conhecido por menstruação.
Endométrio na gravidez
Na gravidez, o endométrio está mais espesso, possuindo entre 8 a 18 mm, devido às alterações hormonais normais que fazem com que o endométrio tenha características ideais para que exista a implantação do embrião fecundado na parede uterina e desenvolvimento do embrião.
Nos casos em que o endométrio não consegue ficar espesso naturalmente, a implantação do embrião no útero pode ser dificultada.
Por isso, o médico pode indicar o uso de alguns medicamentos contendo progesterona, como Utrogestan, Evocanil ou Duphaston, para aumentar a espessura endometrial e, assim, facilitar a implantação do embrião no útero.
O que significa endométrio fino?
O endométrio fino acontece quando o endométrio tem uma espessura entre 0,3 a 6 mm, o que pode dificultar a implantação do embrião e a gravidez.
A principal causa do endométrio fino é a falta de progesterona, mas isso também pode acontecer devido ao uso de anticoncepcionais, útero infantil e lesões após aborto ou curetagem. Veja outras causas e como é feito o tratamento do endométrio fino.
Exames que avaliam o endométrio
O endométrio pode ser avaliado por meio de exames ginecológicos de imagem, como ultrassonografia pélvica, colposcopia e ressonância magnética, por exemplo.
Através desses exames, é possível que o ginecologista verifique se há algum sinal de doença ou alteração no endométrio. Conheça outros exames solicitados pelo ginecologista.
Principais doenças que afetam o endométrio
As doenças mais comuns relacionadas ao endométrio são:
1. Endometriose
A endometriose é uma condição inflamatória crônica causada pelo crescimento de células do endométrio fora do útero, que pode se aderir aos intestinos, ovários, trompas de falópio ou bexiga, por exemplo.
Os sintomas que podem indicar endometriose são cólicas intensas durante a menstruação, menstruação abundante, dor pélvica frequente dor durante a penetração ou após o contato íntimo. Saiba como identificar os sintomas da endometriose.
2. Adenomiose
A adenomiose é o crescimento anormal de células do endométrio dentro da camada muscular do útero, chamada miométrio, podendo ser causada por cirurgias ginecológicas ou parto cesária, por exemplo.
Os sintomas mais comuns da adenomiose são barriga inchada, menstruação intensa ou prolongada, cólicas fortes durante a menstruação, ou dor durante o contato íntimo. Veja outros sintomas da adenomiose.
3. Endometrite
A endometrite é a inflamação do endométrio causada por infecções bacterianas, ou por infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia ou gonorreia.
Os principais sintomas são febre e calafrios, sangramento vaginal anormal, dor abdominal ou corrimento com mau cheiro e deve ser tratada pelo ginecologista o mais rápido possível para evitar complicações. Veja como é feito o tratamento da endometrite.
4. Hiperplasia de endométrio
A hiperplasia do endométrio é o aumento da espessura do endométrio, causada por um desequilíbrio nos níveis de estrogênio e progesterona, sendo mais comum após os 40 anos de idade.
Os principais sintomas são sangramento fora do período menstrual, dor, cólica abdominal e aumento do útero, e o tratamento pode envolver medicamentos hormonais, curetagem ou cirurgia. Saiba mais sobre a hiperplasia do endométrio.
5. Pólipo endometrial
Os pólipos no endométrio são benignos e facilmente percebidos porque geram sintomas como perda de sangue antes ou depois da menstruação ou dificuldade para engravidar.
O tratamento do pólipo endometrial é feito pelo ginecologista, que pode indicar acompanhamento médico regularmente ou cirurgia. Veja como é feito o tratamento do pólipo endometrial.
6. Câncer de endométrio
O câncer de endométrio é um tumor maligno, sendo mais comum em mulheres acima dos 60 anos, após a menopausa, sendo facilmente descoberto porque o seu principal sintoma é o sangramento vaginal anormal.
É importante consultar o ginecologista sempre que surgirem os sintomas do câncer de endométrio, pois quanto antes o problema seja descoberto, maiores são as chances de cura. Saiba como identificar o câncer de endométrio.