Enxaqueca com aura: o que é, sintomas, causas e tratamento

Enxaqueca com aura é um tipo de enxaqueca que causa alterações na visão, como pequenos pontos luminosos ou cintilantes, flashes de luz ou visão embaçada, e normalmente são seguidos por uma dor de cabeça muito forte e constante.

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Além da dor de cabeça e das sensações visuais, a enxaqueca com aura pode ainda resultar em alterações sensitivas, transpiração excessiva, náuseas e dificuldade para falar, por exemplo.

O tratamento da enxaqueca com aura é feito pelo neurologista ou clínico geral e, normalmente, envolve o uso de remédios, como ibuprofeno ou paracetamol, e mudança em alguns hábitos alimentares ou comportamentais, que podem contribuir para o aparecimento da enxaqueca.

Sintomas de enxaqueca com aura

Os principais sintomas de enxaqueca com aura são:

• Enxergar pequenos pontos luminosos ou cintilantes, flashes de luz;
• Visão borrada ou perda temporária da visão;
• Formigamento em um lado do rosto, lábios, língua, braço, mão ou pé;
• Dor de cabeça intensa, pulsante ou latejante;
• Náuseas ou vômitos;
• Aumento da sensibilidade à luz e sons;
• Intolerância a cheiros.

Além disso, podem surgir sensibilidade aumentada no couro cabeludo, tontura, perda de equilíbrio, dificuldade para falar ou para movimentar os olhos ou alucinações.

Caso os episódios de enxaqueca com aura sejam frequentes, é importante consultar o clínico geral ou neurologista para que seja feito o diagnóstico e indicado o melhor tipo de tratamento.

Enxaqueca com aura é perigosa?

Apesar de ser uma situação desconfortável, a enxaqueca com aura não coloca a vida da pessoa em risco.

No entanto, a ocorrência com frequência de enxaqueca com aura tem sido relacionada com o aumento do risco de depressão, transtorno bipolar e AVC, principalmente em mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional, terapia de reposição hormonal ou são fumantes.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da enxaqueca com aura é feito pelo neurologista ou clínico geral através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, histórico familiar de enxaqueca com aura, e exame físico.

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Além disso, o médico pode solicitar exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada para descartar outras condições com sintomas semelhantes, como aneurisma cerebral ou ataque isquêmico transitório, por exemplo. Entenda o que é o ataque isquêmico transitório.

Fases da enxaqueca com aura

Os sintomas da enxaqueca com aura aparecem em fases, sendo as principais:

1. Fase prodrômica

A fase prodrômica da enxaqueca com aura é caracterizada pelo aparecimento de alguns sintomas cerca de 24 a 48 horas antes da dor de cabeça começar. 

Os sintomas mais comuns da fase prodrômica são bocejos, rigidez no pescoço, euforia ou irritabilidade, ou desejo por alimentos específicos.

2. Fase de aura

A fase de aura da enxaqueca com aura é caracterizada pelo surgimento de alterações na visão que pode acontecer antes da dor de cabeça começar ou junto com a dor de cabeça.

Geralmente, a fase de aura dura cerca de 15 a 60 minutos, causando sintomas como luzes brilhantes, formigamento em um lado do rosto, perda da visão ou audição, por exemplo.

3. Fase da dor de cabeça

A fase da dor de cabeça da enxaqueca com aura é caracterizada por dor de cabeça forte, pulsante ou latejante, que torna-se mais intensa ao longo de várias horas, ocorrendo geralmente em um lado da cabeça, mas também pode surgir nos dois lados.

Nessa fase, a pessoa pode apresentar outros sintomas, como náuseas, vômitos, aumento da sensibilidade à luz, sensibilidade aumentada no couro cabeludo ou intolerância a cheiros.

A fase de dor de cabeça pode durar algumas horas ou dias.

4. Fase posdrômica

A fase posdrômica é a última fase da enxaqueca com aura que se inicia quando a dor de cabeça pulsante diminui espontaneamente.

Nessa fase, a pessoa pode apresentar dor de cabeça causada por movimentos repentinos na cabeça.

Possíveis causas 

A enxaqueca com aura é causada por alterações na atividade elétrica de neurônios e células da glia no cérebro, que se propagam para o córtex cerebral, provocando a fase de aura.

Além disso, essas alterações resultam em diminuição temporária do fluxo sanguíneo cerebral, liberação de substâncias que provocam a dilatação dos vasos sanguíneos cerebrais e inflamação, e ativação dos neurônios sensoriais do trigêmeo, provocando a dor de cabeça.

Quem tem maior risco

Os principais gatilhos que aumentam o risco de crises de enxaqueca com aura são:

• Histórico familiar de enxaqueca com aura;
• Estresse excessivo;
• Dormir muito ou pouco;
• Ficar muito tempo em jejum;
• Desidratação;
• Exposição a luzes brilhantes, ruídos altos ou odores fortes;
• Exercício físico intenso ou atividade sexual.

Além disso, o consumo excessivo ou abstinência de cafeína, alimentos como queijo envelhecido, chocolate, frutas cítricas, frituras e gorduras, consumo de bebidas alcoólicas ou hábito de fumar, também são gatilhos que podem desencadear a enxaqueca com aura.

Outros gatilhos são alterações hormonais ou uso de anticoncepcionais, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento da enxaqueca com aura deve ser feito com orientação do neurologista ou clínico geral, com o objetivo de aliviar a dor de cabeça e evitar novas crises.

Os principais tratamentos para enxaqueca com aura são:

1. Remédios para tratar as crises

O uso de remédios para as crises pode ser indicado pelo neurologista para aliviar a dor de cabeça moderada a intensa da enxaqueca com aura, sendo os principais:

• Anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno, naproxeno ou paracetamol; 
• Triptanos, como sumatriptano, zolmitriptano ou rizatriptano;
• Agonista do receptor de serotonina (5-HT) 1F, como o lasmiditan;
• Antagonistas peptídicos relacionados ao gene da calcitonina, como o rimegepant;
• Ergotamínicos, como a ergotamina ou a dihidroergotamina.

Além disso, o médico pode indicar a aplicação de dexametasona na veia nos casos de enxaqueca com aura intensa ou prolongada, sendo usado em associação com outros medicamentos.

O médico também pode indicar o uso de remédios antieméticos, como metoclopramida ou clorpromazina, para aliviar as náuseas e vômitos.

Estes medicamentos só devem ser utilizados durante a crise, pois a maioria pode provocar efeitos colaterais quando utilizados durante longos períodos de tempo.

2. Remédios para evitar as crises de enxaqueca

O uso de remédios para evitar futuras crises de enxaqueca são usados principalmente nos casos em que a enxaqueca surge mais de 2 vezes por mês. 

Alguns exemplos dos medicamentos que podem ser usados são:

• Beta-bloqueadores, como propranolol, atenolol ou metoprolol;
• Antidepressivos, como amitriptilina ou venlafaxina;
• Anticonvulsivantes, como ácido valproico, gabapentina ou topiramato;
• Bloqueadores dos canais de cálcio, como verapamil;
• Anticorpos monoclonais, como fremanezumabe, erenumabe ou eptinezumabe.

O tipo de remédio para prevenir a crise de enxaqueca com aura deve ser feito pelo neurologista após avaliação do estado de saúde da pessoa.

3. Injeção de botox

A injeção de botox nos músculos em redor da cabeça pode ser feita pelo neurologista para ajudar a evitar a crise de enxaqueca com aura em algumas pessoas, principalmente nos casos de enxaqueca crônica que não melhora com os remédios preventivos.

4. Alimentação para enxaqueca 

A alimentação também pode ajudar muito a reduzir a dor de cabeça ou a evitar crises, sendo importante evitar alimentos que normalmente levam ao surgimento de uma enxaqueca, como vinho tinto, cerveja, cebola, chocolate ou carnes processadas, por exemplo.

Além disso, fazer suplementação com magnésio, vitamina B12 e coenzima Q10 também parecem ajudar as chances de ter uma enxaqueca.

Veja algumas dicas da nossa nutricionista:

Opções de tratamento natural

Além do tratamento medicamentoso indicado pelo médico é muito importante ter bons hábitos diários, como dormir pelo menos 7 horas, evitar situações de muito estresse e praticar exercício físico regularmente.