Epidermólise bolhosa: o que é, sintomas e tratamento

A epidermólise bolhosa é uma doença genética que provoca a formação de bolhas dolorosas na pele e em qualquer parte do corpo, podendo inclusive aparecer na boca, olhos, palma das mãos e sola dos pés. Esses sintomas variam de acordo com o tipo e a gravidade da epidermólise bolhosa, porém costumam piorar ao longo do tempo.

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Os sintomas da epidermólise bolhosa podem aparecer após fricção ou trauma causados pela irritação da etiqueta da roupa ou ao retirar um band-aid, por exemplo. Esta condição acontece por causa de alterações genéticas transmitidas de pais para filho, que levam a alterações nas camadas e nas substâncias presentes na pele, como a queratina.

Na presença de sintomas indicativos de epidermólise bolhosa, é recomendado consultar o dermatologista, para fazer uma avaliação completa e indicar o tratamento adequado, que consiste em fazer a drenagem das bolhas, manter uma alimentação adequada e fazer curativos nas bolhas da pele.

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Principais sintomas

Os principais sintomas da epidermólise bolhosa são:

  • Bolhas na pele, que rompem formando feridas;
  • Bolhas dentro da boca e olhos;
  • Cicatrização da pele com aspecto áspero;
  • Pequenas manchas brancas na pele;
  • Deformidades nas unhas das mãos e pés;
  • Diminuição dos cabelos;
  • Redução do suor ou suor em excesso.

Conforme a gravidade da epidermólise bolhosa pode ainda haver a formação de cicatrizes nos dedos das mãos e dos pés, levando a deformidades.

A epidermólise bolhosa dói?

Sim, a epidermólise bolhosa dói em qualquer local onde tenha bolhas, como palmas das mãos, boca, olhos, cotovelos, joelhos e solas dos pés. A dor na epidermólise bolhosa costuma ser mais intensa em pessoas que apresentam a forma mais grave dessa doença.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da epidermólise bolhosa deve ser feito pelo dermatologista a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados, a realização da biópsia da pele e o exame imunológico. A biópsia juntamente com o teste imunológico são importantes para avaliar com mais detalhes a pele e, assim, fazer o diagnóstico mais preciso da epidermólise.

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Principais tipos

A epidermólise bolhosa pode ser dividida em três tipos dependendo da camada da pele que se formam as bolhas, como:

  • Epidermólise bolhosa simples: A formação de bolhas acontece na camada superior da pele, chamada de epiderme, sendo comum nas mãos e pés. Neste tipo é possível observar as unhas ásperas e espessas e as bolhas não cicatrizam rapidamente;
  • Epidermólise bolhosa distrófica: As bolhas neste tipo surgem devido a defeitos na produção do colágeno tipo V|I e ocorrem na camada mais superficial da pele, conhecida como derme;
  • Epidermólise bolhosa juncional: Caracterizada pela formação de bolhas devido ao descolamento da região entre a camada mais superficial e intermediária da pele e neste caso, a doença ocorre por mutações nos genes ligados à derme e à epiderme, como a Laminina 332.

A síndrome de Kindler também é um tipo de epidermólise bolhosa, mas é muito rara e envolve todas as camadas da pele, causando uma extrema fragilidade.

Independente do tipo desta doença, é importante destacar que a epidermólise bolhosa não é contagiosa, ou seja, não passa de uma pessoa para outra através do contato com as lesões na pele.

Causa da epidermiólise bolhosa

A epidermólise bolhosa é causada por mutações genéticas transmitidas de pais para filho, podendo ser dominante, quando um dos pais possuem o gene da doença, ou recessivo, em que o pai e a mãe carregam o gene da doença mas não há manifestação de sinais ou sintomas da doença.

As crianças que possuem parentes próximos com a doença ou com gene da epidermólise bolhosa, são mais propensas a nascerem com este tipo de condição. Por isso, caso os pais saibam que possuem o gene da doença através de testes genéticos, é indicado fazer o aconselhamento genético.

Possíveis complicações

A epidermólise bolhosa pode provocar algumas complicações como infecções, pois a formação de bolhas deixam a pele mais susceptível a ser contaminada por bactérias e fungos, por exemplo. Em alguns situações mais graves, estas bactérias que entram pela pele da pessoa com epidermólise bolhosa podem atingir a corrente sanguínea e se espalhar para o resto do corpo, causando a sepse.

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Pessoas com epidermólise bolhosa também podem sofrer de deficiências nutricionais, que surgem devido ao sangramento das lesões. Alguns problemas dentários, como a cárie, podem aparecer, pois a mucosa da boca fica muito frágil em pessoas com esta doença. Além disso, alguns tipos de epidermólise bolhosa podem aumentar risco do desenvolvimento do câncer de pele.

Como é feito o tratamento

Uma vez que não existe cura, o tratamento é feito para aliviar os sintomas e reduzir as chances de surgirem novas bolhas, incluindo medidas de suporte, como a realização de curativos nas feridas e controle da dor.

Em alguns casos, é necessária a hospitalização para serem feitos curativos estéreis, livres de microrganismos, e para administrar medicamentos diretamente na veia, como antibióticos ou corticoesteroides, como prednisona ou hidrocortisona, para combater infecções e diminuir a inflamação.

Pode ser também indicada a realização da drenagem das bolhas, que deve ser feito por um profissional de saúde. As bolhas devem ser perfuradas com uma agulha específica e compressas esterilizadas. Após a drenagem, é importante aplicar um produto, como spray antibacteriano, para prevenir infecções.

Além disso, o acompanhamento nutricional também pode ser indicado pelo médico para casos onde não é possível se alimentar adequadamente.

Quando é necessária cirurgia

A cirurgia para epidermólise bolhosa geralmente está indicada para o caso em que as cicatrizes deixadas pelas bolhas dificultam o movimento corporal ou causam deformidades que diminuem a qualidade de vida. Em alguns casos, pode ainda ser utilizada a cirurgia para fazer enxertos de pele, especialmente em feridas que estão demorando muito tempo para cicatrizar.

Como fazer o curativo

A realização de curativo faz parte da rotina de quem tem epidermólise bolhosa e estes curativos devem ser feitos com cuidado para que promova a cicatrização, diminua o atrito e evite sangramentos na pele. Para isso, é importante usar produtos não aderentes na pele, ou seja, que não tenham cola que fixe muito fortemente.

Para fazer curativo de feridas que tenham muita secreção é importante usar curativos feitos de espuma de poliuretano, pois absorvem esses fluidos e oferecem proteção contra microrganismos.

Nos casos em que as feridas já estão secas, o recomendado é usar curativos de hidrogel, pois ajudam a eliminar o tecido morto da pele e aliviam a dor, coceira e o desconforto no local. Os curativos devem ser fixados com malhas tubulares ou elásticas, não sendo indicado usar adesivos sobre a pele. Veja mais detalhes sobre como fazer curativo.

O que fazer para evitar o surgimento das bolhas

Algumas recomendações para evitar o surgimento das bolhas são:

  • Usar roupa de algodão, evitando os tecidos sintéticos;
  • Retirar etiquetas das roupas;
  • Evitar roupas com costura;
  • Usar sapatos leves, largos e confortáveis;
  • Usar uma tolha macia para secar a pele, pressionando a suavemente;
  • Aplicar vaselina antes de remover curativos e não forçar a sua retirada;
  • Cobrir as feridas com curativo não adesivo e com gaze frouxa;
  • Dormir com meias e luvas para evitar lesões durante o sono;
  • Tomar banho com água morna, evitando-se água muito quente.

Além disso, em bebês, as fraldas não devem conter elásticos e a higiene pode ser feita com parafina líquida ou emoliente a base óleo.