Espinha bífida: o que, sintomas, causas, tratamento e prevenção

Espinha bífida é a malformação congênita na coluna vertebral devido a um defeito no fechamento do tubo neural do feto, resultando em sintomas, como mancha de pele peluda ou covinha na coluna onde ocorreu o defeito, dificuldade de aprendizado e para andar ou engolir ou incontinência fecal ou urinária.

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Essa condição pode ser causada pela deficiência de ácido fólico na gravidez, e/ou fatores genéticos, resultando em uma falha no desenvolvimento da coluna vertebral e uma formação incompleta da medula espinhal e das estruturas que a protegem.

O tratamento da espinha bífida é feito pelo pediatra, neuropediatra ou neurologista e varia de acordo com o tipo de espinha bífida, sendo que nos casos mais graves é feito com cirurgia para reintroduzir e fechar o defeito na coluna vertebral, além de fisioterapia, para promover a independência da criança.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de espinha bífida

Os principais sintomas de espinha bífida são:

  • Mancha de pele peluda ou covinha na coluna onde ocorreu o defeito;
  • Hidrocefalia;
  • Tensão, rigidez ou fraqueza muscular;
  • Deficit motor;
  • Dificuldade de aprendizado e para andar ou engolir;
  • Incontinência fecal ou urinária;
  • Incapacidade de movimentar ou paralisia das pernas.

Além disso, no caso da espinha bífida cística, ainda pode-se verificar a presença de um saco exposto sobre a coluna vertebral formado pela saída das meninges, líquido cefalorraquidiano e/ou elementos neurais, como nervos ou medula espinhal.

Os sintomas variam com o tipo de espinha bífida e sua gravidade, podendo afetar o meio ou a parte inferior da coluna vertebral.

Como confirmar o diagnóstico

A espinha bífida pode ser identificada pelo obstetra ainda na gestação, durante as consultas de pré-natal, através da realização do exame de ultrassonografia fetal e dosagem dos níveis de alfafetoproteína no sangue da mulher, durante as semanas 16 a 18 da gestação, que nos casos de espinha bífida está alterado. 

Em alguns casos, o médico pode recomendar a amniocentese para confirmar o diagnóstico. No entanto, devido ao risco desse tipo de exame, a ultrassonografia ainda é a mais utilizada para o diagnóstico da espinha bífida. Saiba como é feita a amniocentese.

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Após o nascimento, o diagnóstico da espinha bífida é feito pelo neonatologista através de exame físico e realização de exames de imagem, como a ressonância magnética.

Possíveis causas

A espinha bífida é causada por um defeito do fechamento do tubo neural durante o desenvolvimento do feto, geralmente, entre 17 e 30 dias da gestação, e acredita-se que possa estar relacionado com fatores genéticos e ambientais.

Os principais fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento de espinha bífida são:

  • Deficiência de ácido fólico materna;
  • Obesidade materna;
  • Diabetes;
  • Uso de ácido valproico;
  • Síndromes cromossômicas e polimorfismo genético.

Além disso, outros fatores ambientais que podem aumentar o risco de espinha bífida são deficiência materna de zinco, consumo de bebidas alcoólicas ou uso de drogas ilícitas nos primeiros três meses de gravidez, e uso de medicamentos anestésicos ou analgésicos sem a recomendação médica durante a gravidez.

Tipos de espinha bífida

A espinha bífida pode ser classificada em alguns tipos, de acordo com suas características, sendo os principais:

1. Espinha bífida oculta

A espinha bífida oculta é caracterizada pelo fechamento incompleto da coluna vertebral em que não há envolvimento da medula espinhal e das estruturas que a protegem. 

Geralmente, esse tipo de espinha bífida não provoca problemas neurológicos e é mais frequente na parte inferior da coluna, podendo-se observar uma presença anormal de cabelo e uma mancha nessa região. Veja mais sobre a espinha bífida oculta.

2. Meningocele

A meningocele é a forma mais leve de espinha bífida cística, pois a saliência nas costas do bebê envolve apenas as estruturas que protegem a medula espinhal, como as meninges e líquido cefalorraquidiano, ficando a medula espinhal dentro das vértebras, como é normal.

A saliência é revestida pela pele e neste caso o bebê não apresenta problemas neurológicos porque a condução dos impulsos nervosos ocorre normalmente.

3. Mielomeningocele

A mielomeningocele é a forma mais grave de espinha bífida cística, pois a saliência nas costas do bebê contém as meninges, o líquido cefalorraquidiano, medula espinhal ou nervos. A saliência não é revestida pela pele, encontrando-se aberta e, neste caso, o bebê apresenta problemas neurológicos porque a transmissão dos impulsos nervosos não ocorre.

Assim, a mielomeningocele é o tipo mais grave de espinha bífida e pode causar problemas como paralisia nas pernas, alterações da sensibilidade abaixo da lesão, problemas na locomoção, incontinência urinária e fecal e problemas de aprendizagem.

Leia também: Mielomeningocele: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/mielomeningocele

Como é feito o tratamento

O tratamento da espinha bífida é feita pelo pediatra, neuropediatra ou neurologista e varia de acordo com o tipo, não sendo normalmente necessário tratamento no caso de espinha bífida oculta.

Nos casos de espinha bífida cística, o tratamento é feito com cirurgia que deve ser realizada nos primeiros dias de vida da criança para voltar a reintroduzir todas as estruturas no interior da coluna vertebral e fechar o defeito na coluna. No entanto, esta cirurgia nem sempre consegue evitar alguns problemas neurológicos.

No caso de mielomeningocele, logo após o nascimento até ser operado, o bebê deve ficar deitado de barriga para baixo para que a lesão que se encontra aberta seja coberta com compressas embebidas em soro fisiológico para evitar infecção.

Além da cirurgia, a fisioterapia para espinha bífida cística é uma opção muito importante no tratamento, e tem como objetivo ajudar a criança a ser o mais independente possível, ajudando-a a andar ou a usar cadeira de rodas, prevenir o desenvolvimento de contraturas e deformidades e controlar os músculos da bexiga e intestinos.

Como prevenir

A espinha bífida pode ser prevenida com o uso de suplementos de ácido fólico durante a gestação, devendo-se preferencialmente iniciar o seu uso antes de tentar engravidar.

Por isso, é importante consultar o obstetra ao planejar uma gravidez e fazer as consultas pré-natais, tomando o ácido fólico nas doses orientadas pelo médico, durante toda a gestação, conforme orientação médica, para garantir o desenvolvimento saudável do bebê. Veja a importância do ácido fólico na gravidez e como tomar.

Possíveis complicações

As complicações mais comuns da espinha bífida são infecções urinárias frequentes, insuficiência renal aguda ou urossepsia, que é quando a infecção urinária se espalha para o sangue, ou meningite.

Além disso, outras complicações são escoliose, dor crônica, epilepsia, aumento do risco de fraturas ósseas, contraturas musculares, diminuição da sensibilidade, apneia do sono ou alergia ao látex, por exemplo.

Essas complicações variam de acordo com o tipo e gravidade da espinha bífida.