Olhos esbugalhados (exoftalmia): o que é, causas e tratamento

Atualizado em setembro 2021

A exoftalmia, também conhecida por proptose ocular ou olhos esbugalhados é uma condição médica em que um ou os dois olhos de uma pessoa estão mais salientes do que o normal, o que pode ser causado por um processo inflamatório ou algum problema que leve ao estreitamento da cavidade orbitária.

São várias as causas que podem estar na origem deste problema, como doença na tireoide, infecções na cavidade orbitária, entre outros. O tratamento depende da causa que está na origem da exoftalmia, podendo ser realizado com antibióticos, anti-inflamatórios, cirurgia e em caso de se tratar de um tumor, radioterapia ou quimioterapia.

A exoftalmia pode ser unilateral, quando a saliência do globo ocular ocorre apenas de um lado, ou bilateral, quanto ambos os olhos se encontram salientes.

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Principais causas

As causas mais comuns que estão na origem da exoftalmia são:

1. Doença de Graves

Uma das principais causas da exoftalmia é a doença de Graves. Esta é uma doença autoimune, em que os anticorpos do organismo atacam a tireoide, causando hipertireoidismo e levando à ocorrência de vários sintomas, entre eles a inflamação orbital. Conheça mais sobre a doença de Graves.

Como tratar: O tratamento para a exoftalmia causada pela doença de Graves consiste no tratamento da própria doença de Graves com corticoides, geralmente por via oral. Além disso, também podem ser usados lubrificantes oculares, gel e/ou pomada ocular e cirurgias como a descompressão orbitaria.

2. Celulite orbital

A celulite no olho é causada por uma infecção por bactérias que colonizam a pele após uma lesão ou que se propagam a partir de uma infecção próxima, como uma sinusite, conjuntivite ou um abscesso dentário, por exemplo, causando sintomas como dor, inchaço, dificuldade para movimentar o olho ou exoftalmia. Veja mais sobre a celulite orbital.

Como tratar: O tratamento consiste na administração de antibióticos e em casos mais graves pode ser necessário recorrer a uma drenagem cirúrgica do abscesso orbital.

3. Tumores

Os tumores da órbita causam exoftalmia progressiva e indolor, sendo os mais comuns o hemangioma, linfangioma, neurofibroma, cisto dermoide, carcinoma adenoide cístico, glioma do nervo óptico, meningioma do nervo óptico e tumor misto benigno da glândula lacrimal.

Como tratar: Se for realizado um diagnóstico atempadamente por punção por agulha fina, seguido de uma radioterapia urgente, pode ser possível preservar a visão, mas cada tumor tem uma forma de tratamento muito particular, dependendo das características de cada caso.

4. Fístulas carótido-cavernosas

As fístulas carótido-cavernosas são comunicações anormais entre o sistema arterial carotídeo e o seio cavernoso, que se caracteriza por um fluxo de sangue arterial de um sistema de alta pressão da artéria carótida interna ou externa, para o sistema venoso de baixa pressão do seio cavernoso. Estas fístulas, ao drenarem através da órbita podem causar exoftalmia, visão dupla e glaucoma.

Como tratar: O tratamento consiste numa embolização intravascular.

5. Hipertireoidismo

O hipertireoidismo pode levar ao desenvolvimento de uma situação conhecida como oftalmopatia tireoidiana, que é uma doença autoimune em que o organismo estimula a produção de anticorpos que afetam os músculos dos olhos e a gordura orbital, causando sintomas como lacrimejamento, vermelhidão e inchaço nos olhos e exoftalmia.

Como tratar: O tratamento consiste no uso de corticoides e/ou imunossupressores, que devem ser indicados pelo médico. No entanto, caso os medicamentos não exerçam o efeito esperado, o médico pode recomendar a realização de radioterapia ou cirurgia.