Ferritina alta: o que pode ser, sintomas (e o que fazer)

A ferritina alta pode ser sinal de câncer, artrite reumatoide, hemocromatose e infecções, por exemplo. Essa situação, também chamada de hiperferritinemia, pode provocar sintomas como cansaço, dor nas articulações, falta de ar e perda de peso, dependendo da causa.

Encontre um Médico perto de você! Parceria com Buscar Médico

A ferritina é uma proteína encontrada em todas as células e produzida pelo fígado, que tem a função de armazenar o ferro no organismo. Assim, a ferritina participa da formação dos glóbulos vermelhos e no transporte de oxigênio.

O tratamento recomendado pelo hematologista ou clínico geral, varia conforme a causa da ferritina alta, podendo ser feito com o uso de medicamentos anti-inflamatórios, antibióticos ou analgésicos, sangria e, em alguns casos, quimioterapia e cirurgia.

Sintomas de ferritina alta

Os principais sintomas de ferritina alta são:

• Fadiga;
• Dor ou desconforto abdominal;
• Dor nas articulações;
• Falta de ar;
• Perda de peso sem motivo aparente;
• Perda da libido.

A ferritina alta, de forma isolada, não causa sintomas. Assim, os sintomas da ferritina alta geralmente estão relacionados com o excesso de ferro no organismo. Conheça mais sobre os sintomas de ferro alto no sangue.

Como saber se está alta

Para saber de tem ferritina alta, deve-se consultar o hematologista ou clínico geral para fazer uma avaliação dos sintomas, histórico de saúde e familiar da pessoa.

Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar exames de sangue, como hemograma completo, níveis de ferritina e ferro sérico e índice de saturação da transferrina, por exemplo.

Quando a ferritina é considerada alta

A ferritina é considerada alta quando os seus valores estão acima de 300 ng/dL para homens e acima de 200 ng/dL em mulheres. No entanto, o valor de referência da ferritina no sangue pode variar de acordo com o laboratório em que o exame é realizado.

O que pode ser ferritina alta

As principais causas de ferritina sérica alta são:

1. Câncer

A ferritina alta pode estar relacionada com alguns tipos de câncer, como leucemia, câncer de próstata, linfoma de Hodgkin, câncer cervical, linfoma de células T e câncer de mama, por exemplo.

Isso acontece porque as células do sistema imunológico que ajudam a combater infecções e manter os tecidos saudáveis, produzem e liberam a ferritina da tentativa de modificar, combatendo as células cancerígenas.

O que fazer: o tratamento do câncer varia conforme o tipo e estágio desta doença, e o estado de saúde da pessoa. Assim, o médico poderá recomendar a realização de sessões de quimioterapia e/ou radioterapia, a cirurgia e transplante de medula óssea, por exemplo. Conheça melhor os diferentes tipos de câncer e tratamentos.

2. Artrite reumatoide

A artrite reumatoide pode provocar a ferritina alta, porque a ferritina é uma proteína de fase aguda, ou seja, que aumenta a sua produção em situações como infecções e inflamações.

O que fazer: o tratamento da artrite reumatoide é feito pelo reumatologista e inclui o uso de remédios anti-inflamatórios, como ibuprofeno, piroxicam, meloxicam, corticoides, como prednisona ou prednisolona, exercícios, sessões de fisioterapia e cirurgia.

3. Hemocromatose

A ferritina alta pode ser provocada pela hemocromatose, uma doença onde o ferro também está elevado, favorecendo o acúmulo deste mineral no organismo e sintomas como dor abdominal, fadiga, perda de peso e dor nas articulações.

O que fazer: para tratar esta condição, o médico pode indicar a flebotomia, ou sangria, um procedimento que consiste em retirar de 450 a 500 ml de sangue da pessoa, ajudando a equilibrar os níveis de ferro no organismo.

Além disso, o médico também pode prescrever medicamentos quelantes ou "sequestradores" de ferro, como deferoxamina, deferasirox e deferipronas, que se ligam a este mineral, eliminando-o pela urina.

4. Doenças hepáticas

Doenças hepáticas, como cirrose, esteatose hepática e hepatite, podem estar associadas com a ferritina alta. Isso acontece devido à inflamação causada por essas condições e a acumulação de ferro no fígado, que provocam o aumento da ferritina no sangue.

O que fazer: o tratamento das doenças hepáticas deve ser feito pelo médico, podendo incluir mudanças nos hábitos de vida, como evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos regularmente e perder peso; alterações na dieta; uso de medicamentos; e cirurgia, por exemplo. Entenda melhor como tratar as doenças do fígado.

5. Infecções

A ferritina alta pode ser identificada em infecções como COVID-19, pneumonia, infecção urinária, tuberculose e abcesso dentário, por exemplo. Esse aumento da ferritina nas infecções acontece, porque a produção desta proteína é elevada durante essas situações.

O que fazer: conforme o tipo de infecção, o médico poderá recomendar o uso de medicamentos orais, como analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e antibióticos, e a nebulização, por exemplo.

6. Hipertireoidismo

O hipertireoidismo pode provocar a ferritina sérica alta, pois o hormônio estimulante da tireoide aumenta a produção e a liberação da ferritina no organismo.

O que fazer: o tratamento do hipertireoidismo é feito com o uso de medicamentos como propiltiouracil e o metimazol, iodoterapia ou cirurgia para retirar a tireoide, que devem ser recomendados pelo médico.

7. Síndrome metabólica

A ferritina alta pode estar presente na síndrome metabólica, uma condição onde acontece resistência à insulina, provocando inflamação e aumento do risco de problemas como diabetes, pressão alta e obesidade, por exemplo.

O que fazer: para tratar essa condição, o médico pode recomendar a perda de peso, a prática diária de exercícios físicos e, em alguns casos, o uso de medicamentos como losartana, metformina, sinvastatina e sibutramina.

Além disso, o nutricionista também pode recomendar a adoção de uma dieta saudável, evitando-se alimentos ricos em açúcar e gordura, como frituras, refrigerantes, sorvetes, bolos e refeições do tipo fast food, por exemplo;

Ferritina alta em crianças

A ferritina alta em crianças pode estar presente em infecções respiratórias, como COVID-19 e pneumonia, síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica e câncer, por exemplo.

Além disso, a ferritina alta em crianças também pode ser causada pela síndrome hereditária de hiperferritinemia e catarata, uma doença genética causada por mutações no gene da ferritina, aumentando os níveis dessa proteína no sangue, além de também causar a catarata bilateral.

Ferritina alta na gravidez

A ferritina alta na gravidez pode estar relacionada com a diabetes gestacional, um tipo de diabetes que pode se desenvolver durante a gravidez, em mulheres sem diagnóstico anterior desta doença, surgindo geralmente após a 24ª semana da gestação, devido a uma resistência à insulina provocada pelos hormônios da gravidez.

Ferritina alta e ferro baixo

A ferritina alta e ferro baixo podem estar presentes em doenças crônicas, como insuficiência renal, obesidade, esteatose hepática, diabetes, artrite reumatoide e lúpus, por exemplo.

Ferritina alta e ferro normal

A ferritina alta e ferro normal podem estar relacionados com situações como obesidade, síndrome metabólica, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, COVID-19 ou câncer, por exemplo.