Gangliosidose: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

O que é:

A gangliosidose é uma doença genética rara caracterizada pela diminuição ou ausência da atividade da enzima beta-galactosidase, que é responsável pela degradação de lipídios dentro das células, levando ao seu acúmulo no cérebro e outros órgãos.

Os sintomas da gangliosidose podem variar de acordo com a idade em que surgem, sendo mais graves quando aparecem por volta do 6 meses, podendo ser percebidos através de sinais como enfraquecimento dos músculos do bebê, reação exagerada aos ruídos ou diminuição ou regressão no seu desenvolvimento.

A gangliosidose é grave principalmente quando surge logo nos primeiros anos de vida e o diagnóstico é feito baseado nos sintomas e características apresentadas pela pessoa, bem como resultado de exames que mostram a atividade da enzima beta-galactosidase e a presença da mutação em genes responsáveis pela regulação da atividade dessa enzima.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da gangliosidose

Os sintomas da gangliosidose variam de acordo com a idade que aparecem, sendo a doença considerada mais leve quando os sintomas surgem entre os 20 e 30 anos de idade:

1. Gangliosidose tipo I ou infantil

Os sintomas da gangliosidose tipo I ou infantil surgem antes dos 6 meses de idade, sendo os principais:

  • Disfunção progressiva do sistema nervoso;
  • Surdez e cegueira progressivas;
  • Enfraquecimento dos músculos;
  • Sensibilidade a ruídos;
  • Sobressaltos ou reação exagerada à ruídos altos;
  • Aumento do fígado e do baço;
  • Anormalidades no esqueleto;
  • Deficiência intelectual;
  • Face grosseira;
  • Gengivas aumentadas;
  • Olho turvo;
  • Deterioração da retina, com perda progressiva da visão;
  • Alterações cardíacas, como cardiomiopatia.

Geralmente, os sintomas se tornam mais aparentes por volta dos 6 meses, quando o bebê começa a apresentar diminuição ou regressão no seu desenvolvimento.

Devido à grande quantidade de sintomas que podem ser desenvolvidos, esse tipo de gangliosidose é considerado o mais grave e a expectativa de vida é de 2 a 3 anos.

2. Gangliosidose tipo II ou infantil-tardia

A gangliosidose tipo II pode ser classificada em infantil-tardia, quando os sintomas aparecem entre 1 e 3 anos, ou juvenil, quando surgem entre 3 e 10 anos, sendo os principais:

  • Atraso ou regressão do desenvolvimento motor e cognitivo;
  • Atrofia do cérebro;
  • Alterações na visão.

Geralmente, as crianças com esse tipo de gangliosidose, começam a apresentar sintomas por volta dos 18 meses, na forma infantil-tardia, ou 5 anos na forma juvenil.

A gangliosidose tipo II é considerada como de gravidade moderada, progredindo mais lentamente do que a GM1, e a expectativa de vida varia entre 5 e 10 anos para a forma infantil-tardia, ou até início da idade adulta para a forma juvenil.

3. Gangliosidose tipo III ou adulto

Os sintomas da gangliosidose tipo III ou adulto podem surgir a partir dos 10 anos de idade, apesar de ser mais comum de aparecer entre 20 e 30 anos, sendo os principais:

  • Enrijecimento involuntário dos músculos;
  • Alteração nos ossos da coluna, podendo resultar em cifose ou escoliose, por exemplo.

Esse tipo de gangliosidose é considerado leve, no entanto, a gravidade dos sintomas podem variar de acordo com o nível de atividade da enzima beta-galactosidase.

Como confirmar o diagnóstico

A gangliosidose pode ser suspeitada pelo pediatra ao avaliar os sintomas apresentados pela criança, histórico de saúde e familiar, além do exame físico.

Além disso, o médico pode solicitar exames que ajudam no diagnóstico, como imagens neurológicas, hemograma, em que é observada a presença de linfócitos com vacúolos, exame de urina, em que é identificada a elevada concentração de oligossacarídeos na urina.

Para confirmar o diagnóstico da gangliosidose, o médico deve solicitar um teste genético com o objetivo de identificar a mutação responsável pela doença.

O diagnóstico também pode ser feito ainda durante a gestação por meio de teste genético a partir da amostra da vilosidade coriônica ou de células do líquido amniótico. Caso esse exame seja positivo, é importante que a família seja orientada em relação aos sintomas que o filho pode desenvolver ao longo da vida.

Qual médico consultar?

No caso de suspeita de gangliosidose, deve-se consultar o pediatra, que pode avaliar os sintomas e indicar exames para que a doença seja diagnosticada, e iniciar o tratamento mais adequado.

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Possíveis causas

A gangliosidose é causada por mutações genéticas em genes como GBL1, HEXA, HEXB ou GM2A, o que resulta na diminuição ou ausência da enzima beta-galactosidase, o que resulta no acúmulo de gangliosídeos dentro das células e o surgimento dos sintomas.

Essa doença é autossômica recessiva, o que significa que as duas cópias do gene na célula estão alterados, um gene mutado que vem do pai e um gene mutado que vem da mãe, ou seja, para que a pessoa apresente a doença, é preciso que tanto o pai como a mãe sejam portadores de um gene mutado.

A gangliosidose é considerada um tipo de doença lisossomal, uma vez que há ausência ou diminuição da enzima beta-galactosidase dentro dos lisossomos, que são estruturas presentes dentro das células que contêm enzimas para a digestão ou quebra de lipídicas, as os gangliosídeos. Desta forma, ocorre acúmulo de derivados lipídicos nas células, afetando principalmente o sistema nervoso central.

Tipos de gangliosidose

A gangliosidose pode se classificada em dois tipos diferentes, de acordo com o tipo de gene alterado, e inclui:

  • Gangliosidose GM1: é causada por mutações no gene GBL1 responsável por produzir a enzima beta-galactosidase;
  • GangliosidoseGM2: é causada por mutações nos genes HEXA, HEXB ou GM2A, impedindo que a enzima beta-hexosaminidase A, degrade o gangliosídeo GM2.

Os tipos de mutação são detectados através dos testes genéticos de diagnóstico solicitados pelo médico.

Como é feito o tratamento

Devido à baixa frequência dessa doença, até o momento não há tratamento bem estabelecido, sendo realizado o controle dos sintomas, como nutrição adequada, monitoramento do crescimento, fonoaudiologia e fisioterapia para estimular os movimentos e a fala.

Além disso, são realizados exames oftalmológicos periódicos e monitoramento do risco de infecções e doenças cardíacas.