Glândula adrenal é uma glândula localiza em cima de cada rim, responsável pela produção de hormônios, como cortisol, aldosterona e adrenalina, que regulam o metabolismo, a pressão arterial e o sistema imunológico.
Quando existem alterações na glândula adrenal, podem surgir sintomas como cansaço, pressão alta, alterações na pele, dor muscular ou câimbras, por exemplo.
Em caso de suspeita de doenças da glândula adrenal, também conhecida como glândula suprarrenal, é recomendado consultar o endocrinologista, podendo ser indicada a dosagem dos hormônios produzidos pela glândula para confirmar o diagnóstico.
Anatomia da glândula adrenal
A glândula adrenal é formada por duas partes principais, que são:
- Córtex adrenal: é a parte mais externa da glândula, que possui três partes, a zona glomerulosa, zona fasciculada e a zona reticular, responsáveis por produzir hormônios, como cortisol, aldosterona e deidroepiandrosterona (DHEA);
- Medula adrenal: é a parte mais interna da glândula, responsável por produzir hormônios, como adrenalina e noradrenalina.
As glândulas adrenais têm a forma de um triângulo, com tamanho de cerca de 5 cm, localizada no topo ou parte superior de cada rim.
Os hormônios produzidos pelas glândulas adrenais influenciam em várias funções do corpo e na produção de hormônios por outras glândulas, como a hipófise, que fica no cérebro, ovários ou testículos, por exemplo.
Funções da glândula adrenal
A principal função da glândula adrenal é produzir hormônios, como:
1. Cortisol
O cortisol é um hormônio do tipo glicocorticoide produzido na zona fasciculada do córtex adrenal das glândulas adrenais, que afeta a maioria dos órgãos do corpo.
As principais funções do cortisol são:
- Ajudar a controlar o uso de gorduras, proteínas e carboidratos, regulando o metabolismo;
- Reduzir a inflamação em todo o corpo;
- Regular a pressão arterial;
- Regular os níveis de açúcar no sangue;
- Regular o ciclo sono e vigília.
Esse hormônio também ajuda o corpo a responder corretamente a situações estressantes, especialmente o estresse crônico de longo prazo.
No entanto, o cortisol também responde a condições de emergência ou ameaça, fornecendo mais energia para “lutar ou fugir”.
2. Aldosterona
A aldosterona é um hormônio mineralocorticoide produzido na zona glomerulosa do córtex adrenal.
Esse hormônio é responsável por regular a pressão arterial e os níveis de eletrólitos, como sódio e potássio, no sangue, retendo o sódio e eliminando o potássio na urina.
Ao reter o sódio, a aldosterona aumenta a quantidade de água no sangue, o que aumenta o volume sanguíneo.
Indiretamente, a aldosterona também tem um efeito regulador sobre o pH do sangue, ou seja, os níveis de acidez e basicidade no sangue.
3. DHEA e esteroides androgênicos
O DHEA (deidroepiandrosterona) e os esteroides androgênicos são hormônios precursores dos hormônios sexuais.
Esses hormônios são produzidos em pequenas quantidades na zona reticular do córtex adrenal, já que a maioria deles é sintetizada nos testículos e nos ovários.
Assim, nos ovários das mulheres, esses hormônios são convertidos em estrogênios e progesterona e, nos testículos dos homens, são convertidos em androgênios, como a testosterona, por exemplo.
Esses hormônios são responsáveis pelos caracteres sexuais secundários em homens e mulheres, além de outras funções, como a regulação da libido e da função sexual, a menstruação e a participação na gravidez, por exemplo.
4. Adrenalina e noradrenalina
A adrenalina e a noradrenalina são catecolaminas produzidas pela medula adrenal e liberados na corrente sanguínea em situações de estresse agudo de curto prazo, mediando a resposta de “luta ou fuga” a situações de perigo ou emergência.
As funções de ambos os hormônios são semelhantes e incluem o aumento da frequência e da força de contração do coração, o que aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro e os músculos.
Além disso, levam a um aumento da frequência respiratória, para aumentar os níveis de oxigênio no sangue e o aumento dos níveis de açúcar no sangue, para fornecer mais energia.
Sintomas de problemas na glândula adrenal
Os principais sintomas de problemas na glândula renal são:
- Cansaço excessivo ou fadiga;
- Acne ou estrias vermelhas no corpo;
- Dor abdominal, náuseas ou vômitos;
- Ganho ou perda de peso sem motivo aparente;
- Fraqueza ou dor muscular ou câimbras;
- Alterações do humor, irritabilidade ou depressão.
Além disso, outros sintomas são pressão alta, diabetes, dor de cabeça, menstruação irregular, dificuldade para engravidar ou disfunção erétil em homens.
Em crianças, também podem ocorrer atraso no crescimento ou puberdade precoce, por exemplo.
Os sintomas de problema na glândula adrenal podem variar de acordo com a condição de saúde, devendo-se sempre consultar o endocrinologista caso surjam os sintomas para que seja feito o diagnóstico e indicado o tratamento mais adequado.
Principais doenças
As principais doenças da glândula adrenal são:
1. Doença de Addison
A doença de Addison é causada pela baixa ou nenhuma produção de cortisol e aldosterona pelas glândulas adrenais.
Essa condição pode causar sintomas, como gengiva escura, fraqueza, náuseas, perda de peso ou desidratação.
As principais causas da doença de Addison, também chamada de insuficiência adrenal, são uso prolongado de medicamentos, infecções ou doenças autoimunes, por exemplo.
Leia também: Insuficiência adrenal: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/insuficiencia-adrenal2. Síndrome de Cushing
A síndrome de Cushing é caracterizada pelo aumento dos níveis de cortisol no sangue.
Essa condição pode causar sintomas, como aumento rápido de peso e acúmulo de gordura na região abdominal e no rosto, acne, estrias vermelhas na barriga ou crescimento de pelos no corpo. Saiba identificar todos os sintomas da síndrome de Cushing.
A síndrome de Cushing pode ser causada por uso prolongado e em doses elevadas de corticoides ou tumor na glândula hipófise no cérebro, por exemplo.
Leia também: Cortisol alto: o que pode ser, sintomas (e como baixar) tuasaude.com/cortisol-alto3. Hiperaldosteronismo
O hiperaldosteronismo é caracterizado pelo aumento da produção de aldosterona pelas glândulas adrenais, resultando em aumento dos níveis de sódio e diminuição de potássio no sangue.
Essa condição pode causar pressão alta e a desequilíbrios no pH do sangue, e sintomas, como fraqueza, formigamento, câimbras ou aumento da frequência urinária, por exemplo.
O hiperaldosteronismo geralmente é causado por tumores ou hiperplasia na glândula adrenal. Ele pode ser também secundário a problemas como síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca ou cirrose hepática.
4. Feocromocitoma
O feocromocitoma é um tumor benigno, e raramente maligno, que afeta as glândulas adrenais, resultando na produção excessiva dos hormônios adrenalina e noradrenalina.
Essa condição causa principalmente pressão arterial alta, bem como outros sintomas, como aumento da frequência cardíaca, sudorese excessiva e falta de ar, por exemplo.
A ocorrência desse tumor geralmente se deve a fatores hereditários, no entanto, às vezes ele pode aparecer sem nenhuma causa aparente.
5. Hiperplasia adrenal congênita
A hiperplasia adrenal congênita é uma condição congênita em que a pessoa já nasce com uma deficiência em uma enzima, como a 21 hidroxilase, responsável pela produção de cortisol.
Isso provoca cortisol baixo no sangue, podendo também ocorrer diminuição da aldosterona e aumento dos hormônios androgênios.
Os sintomas a hiperplasia adrenal congênita podem não se manifestar na infância, no entanto, em alguns casos pode causar puberdade precoce, acne, pelos no rosto em meninas ou menstruação irregular.
Nos casos mais graves, pode causar pressão baixa, hipoglicemia ou desidratação, por exemplo.
Leia também: Cortisol baixo: sintomas, causas e o que fazer tuasaude.com/cortisol-baixo6. Câncer adrenal
Os tumores malignos das glândulas adrenais são raros, mas podem se espalhar facilmente para outros órgãos.
Esse tipo de câncer pode causar a liberação de uma quantidade maior de hormônios adrenais no sangue, levando a sintomas como ganho de peso, pressão alta, aumento dos níveis de açúcar no sangue e dor abdominal, por exemplo.
O tratamento dependerá da extensão do câncer e, geralmente, é realizado por meio de cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia, além de medicamentos para ajudar a bloquear a ação dos hormônios produzidos pelo tumor.