Histerectomia é a cirurgia para remoção do útero ou de parte do útero, sendo normalmente indicada nos casos de miomas uterinos, endometriose, dor pélvica crônica, câncer de útero ou colo do útero, ou sangramentos vaginais anormais que não melhoram com outros tratamentos.
Dependendo da gravidade da condição a ser tratada, também pode ser indicado pelo médico a remoção de um ou dos dois ovários, chamada de ooforectomia, além das tubas uterinas ou parte dos tecidos ao redor dos ovários e útero. Veja quando a ooforectomia é indicada.
A cirurgia de histerectomia pode ser feita gratuitamente pelo SUS, desde que tenha indicação médica, ou feita em clínicas ou hospitais particulares, através de diferentes técnicas. Dependendo do tipo de cirurgia realizada e da gravidade da doença, o tempo de recuperação desta cirurgia pode variar em torno de 3 a 8 semanas.
Quando é indicada
A histerectomia pode ser indicada nas seguintes situações:
- Mioma ou prolapso uterino;
- Dor pélvica crônica;
- Endometriose e adenomiose;
- Tumor ovariano benigno ou doenças pré-malignas do útero
- Câncer do útero, colo do útero, endométrio ou ovário;
- Doença inflamatória pélvica (DIP);
- Rotura ou perfuração uterina;
- Síndrome de congestão pélvica.
Além disso, a histerectomia pode ser indicada nos casos de aborto séptico complicado, doença trofoblástica gestacional ou placenta acreta.
A histerectomia pode ser indicada nos casos de sangramento uterino anormal, quando outras opções de tratamento não foram eficazes para controlar o sangramento.
De acordo com a condição a ser tratada, o ginecologista pode recomendar diferentes tipos de histerectomia para retirada de parte do útero ou do útero todo, ou ainda a remoção dos ovários e tubas uterinas.
Tipos de histerectomia
Existem diferentes tipos de histerectomia, que são indicados pelo ginecologista de acordo com o objetivo da cirurgia e a necessidade de retirar os órgãos afetados após a avaliação do médico:
- Histerectomia total: consiste na retirada do útero e do colo do útero;
- Histerectomia subtotal: é retirada o corpo do útero, mantendo o colo do útero;
- Histerectomia radical: são retirados o útero, o colo do útero, a região superior da vagina e parte dos tecidos ao redor desses órgãos, sendo mais utilizado em casos de câncer em estágio avançado.
Em alguns casos, como endometriose grave ou câncer avançado, também pode ser necessário retirar as trompas e os ovários. Saiba também como identificar alterações no útero.
Como se preparar
Para se preparar para a histerectomia é importante esclarecer com o médico todas as dúvidas sobre a cirurgia, técnica que será utilizada e recuperação. Deve-se informar também se tem alguma alergia ou outro problema de saúde.
Além disso, deve-se informar ao médico todos os remédios, suplementos vitamínicos ou remédios naturais que são utilizados com frequência. Em alguns casos, o médico pode recomendar interromper o uso de anticoagulantes uns dias antes da cirurgia para não causar sangramentos intensos.
Antes de realizar a cirurgia é indicado que a mulher fique em jejum absoluto por cerca de 8 horas. É recomendado também não fumar e nem consumir bebidas alcoólicas antes da cirurgia de histerectomia.
É importante também fazer todos os exames solicitados pelo médico e levá-los no dia da cirurgia, como o risco cirúrgico, exames de sangue e exames de imagem, como ultrassom pélvico, ressonância magnética e tomografia computadorizada da pelve e abdômen.
Como é feita
A histerectomia é feita no hospital pelo ginecologista especialista em cirurgia ginecológica, com anestesia geral, e geralmente dura cerca de 1 a 2 horas.
A histerectomia pode ser realizada através de diferentes técnicas cirúrgicas, que incluem:
1. Histerectomia abdominal
A histerectomia abdominal é feita com a realização de um corte no abdômen, que pode ser vertical, indo do umbigo até a região pélvica, ou um corte horizontal, semelhante ao da cesariana.
Geralmente, essa técnica é feita para remoção de tumores, pois permite ao cirurgião uma melhor visualização da área, facilitando a identificação dos tecidos e órgãos afetados.
A histerectomia abdominal, também chamada de histerectomia abdominal total, possui um tempo de internamento de cerca de 4 dias e uma recuperação de 6 semanas.
2. Histerectomia vaginal
A histerectomia vaginal é feita com a realização de um corte na vagina para a retirada do útero, tendo um tempo de internamento de 1 a 2 dias, e cerca de 2 a 3 semanas de recuperação.
Esse método pode não ser recomendado se a mulher tiver o tamanho do útero aumentado.
3. Histerectomia laparoscópica
Na histerectomia laparoscópica são realizados pequenos cortes no umbigo ou na vagina, para introduzir a microcâmara e os instrumentos cirúrgicos.
A histerectomia laparoscópica também tem um tempo de internamento hospitalar de 1 a 2 dias e uma recuperação mais rápida do que a histerectomia abdominal, de cerca de 2 a 3 semanas.
4. Histerectomia robótica
Na histerectomia robótica são realizados pequenos cortes no umbigo ou na vagina por meio de máquinas especiais, e o tempo de internamento e recuperação são os mesmos da histerectomia laparoscópica.
Como é a recuperação da cirurgia
Após a cirurgia de histerectomia, alguns cuidados são importantes, como:
- Repousar, evitando pegar pesos, fazer atividades físicas ou movimentos bruscos por pelo menos 3 meses;
- Evitar o contato íntimo por cerca de 6 semanas ou de acordo com orientação médica;
- Fazer pequenas caminhadas em casa ao longo do dia, evitando ficar o tempo todo na cama para melhorar a circulação e evitar trombose.
Além disso, é comum haver sangramentos vaginais durante os primeiros dias, sendo importante tomar os remédios indicados pelo ginecologista nos horários corretos, como analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos para aliviar a dor e evitar infecções no local.
Como fica o organismo depois da cirurgia
Após a cirurgia de retirada do útero, a mulher não irá mais menstruar e nem poderá mais engravidar. No entanto, a libido e o contato íntimo se manterão, permitindo uma vida sexual normal. Veja o que acontece depois da retirada do útero.
Para onde vai o óvulo depois da histerectomia?
Após a histerectomia, quando não há remoção dos ovários, o óvulo é liberado pelos ovários na cavidade peritoneal, sendo reabsorvido pelo organismo.
Nos casos em que a cirurgia inclui a retirada dos ovários, a mulher não ovula e pode ocorrer o início dos sintomas da menopausa, com presença de calor constante, diminuição da libido, secura vaginal, insônia e irritabilidade. Saiba identificar os sintomas da menopausa.
Possíveis complicações
Os principais riscos da histerectomia são hemorragia, infecções no local da cicatriz, trombose, abscessos pélvicos, infecção urinária, lesão em vasos sanguíneos ou nervos, lesões em órgãos próximos ao útero, como intestino e bexiga.
Além disso, como em qualquer outra cirurgia que utilize anestesia, pode ocorrer reação alérgica ao anestésico.
Quando ir ao médico
Deve-se procurar o médico ou ir ao pronto-socorro mais próximo caso surjam sintomas, como
- Febre persistente acima de 38ºC;
- Vômitos frequentes;
- Dor forte no abdômen, que não melhora com o uso de anti-inflamatórios ou analgésicos recomendados pelo médico;
- Vermelhidão, sangramentos ou presença de pus ou secreção com mau cheiro no local da cicatriz;
- Presença de sangramentos maiores do que os da menstruação normal.
Além disso, deve-se procurar o pronto socorro mais próximo caso surjam sintomas como falta de ar repentina, dor no peito que piora ao respirar fundo, tossir ou comer, inchaço das pernas ou dor ao movimentar as pernas ou pele pálida, fria e azulada.
Esses sintomas podem indicar complicações da cirurgia, sendo recomendado ir para o atendimento de emergência para tratar e prevenir maiores complicações.