O que é:
A isquemia cerebral é interrupção ou diminuição do fluxo sanguíneo e oxigênio para o cérebro, devido a uma obstrução ou entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo ou fechamento repentino de uma artéria que irriga o cérebro, resultando em danos ou morte dos neurônios e tecido cerebral, e sintomas, como perda de força, fraqueza ou formigamento em um lado do corpo, boca torta ou fala embolada, por exemplo.
A isquemia cerebral, também conhecida como AVC isquêmico, pode acontecer a qualquer momento, durante atividade física ou até mesmo dormindo, sendo mais comum de acontecer em pessoas que tem diabetes, aterosclerose, pressão alta ou anemia falciforme.
O tratamento da isquemia cerebral deve ser feito o mais rápido possível em um hospital pelo clínico geral ou neurologista, pois é uma emergência médica que necessita de atendimento imediato, para evitar sequelas, coma e até morte, caso não seja identificada e tratada logo que surgem os primeiros sintomas.
Sintomas de isquemia cerebral
Os sintomas da isquemia cerebral incluem:
- Perda da força nos braços e pernas;
- Tonturas;
- Formigamento;
- Boca torta;
- Dificuldade em falar ou fala embolada;
- Dor de cabeça;
- Náusea e vomito;
- Pressão alta;
- Falta de coordenação;
- Inconsciência;
- Fraqueza em um ou nos dois lados do corpo.
É importante procurar pronto socorro mais próximo imediatamente, caso surjam os sintomas, uma vez que o tecido cerebral para de funcionar em segundos após a diminuição ou interrupção do fluxo de oxigênio, podendo sofrer necrose até 5 minutos após a interrupção total de oxigênio e glicose para o cérebro, e causar dano cerebral permanente.
O que é a isquemia cerebral transitória?
A isquemia cerebral transitória, também chamada de AIT ou mini-AVC, acontece quando há diminuição da circulação sanguínea no cérebro num curto período de tempo, com sintomas de início súbito e geralmente desaparece em cerca de 24h, e exige cuidados imediatos pois pode ser o início de uma isquemia cerebral mais grave.
A isquemia transitória deverá ser tratada de acordo com as orientações médicas e normalmente é feito com o tratamento de comorbidades, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, e com mudanças de hábitos alimentares e de vida, como a prática de exercícios físicos e diminuição da ingestão de gorduras e álcool, além de evitar fumar. Saiba como identificar e tratar um mini-AVC.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da isquemia cerebral é feito no hospital pelo clínico geral ou neurologista através da avaliação dos sintomas, bem como do seu início, e avaliação do histórico de saúde, exame neurológico e exames laboratoriais, como hemograma completo, glicemia, fatores de coagulação no sangue e enzimas cardíacas.
Além disso, para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar a realização de exames de imagem, como tomografia computadorizada, angiografia por ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a área do cérebro afetada e o tipo de isquemia cerebral.
Outros exames que o médico pode solicitar são eletrocardiograma, ecocardiograma e angiografia, para ajudar a identificar a causa da isquemia cerebral.
Tipos de isquemia cerebral
Existem 2 tipos principais de isquemia cerebral:
- Isquemia focal: esse tipo de isquemia cerebral ocorre em uma região específica do cérebro quando um coágulo obstrui um vaso sanguíneo cerebral e impede ou diminui a passagem de sangue para uma região do cérebro;
- Isquemia global: ocorre quando existe o fluxo sanguíneo para o cérebro é diminuído ou interrompido, geralmente devido a uma parada cardíaca, comprometendo a irrigação sanguínea para todas as partes do cérebro, o que pode levar a danos cerebrais permanentes.
O tipo de isquemia cardíaca é identificado pelo médico no hospital através dos exames de diagnóstico, sendo tratado imediatamente, de forma a evitar sequelas, coma ou até morte.
Possíveis causas
A isquemia cerebral é causada por um entupimento ou obstrução de uma artéria cerebral por coágulos de sangue, ou fechamento repentino ou redução do diâmetro de uma artéria que irriga o cérebro, como aorta ou carótida, por exemplo, levando a uma interrupção do fluxo de sangue, oxigênio e glicose para o cérebro, resultando nos sintomas.
Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de uma isquemia cerebral, como:
- Histórico pessoal anterior de ataque isquêmico transitório;
- Pressão alta;
- Colesterol alto;
- Aterosclerose;
- Diabetes;
- Obesidade;
- Distúrbios de coagulação sanguínea;
- Síncope vasovagal;
- Arritmias cardíacas;
- Fibrilação atrial;
- Síndromes de taquicardia postural;
- Trombose ou embolia;
- Malformações congênitas cardíacas;
- Malformações em vasos sanguíneos;
- Policitemia;
- Pressão sanguínea baixa durante um infarto agudo do miocárdio;
- Parada cardíaca;
- Tumor cerebral;
- Infecções ou inflamações no cérebro;
- Hábito de fumar.
Além disso, as pessoas que têm anemia falciforme também possuem mais chance de sofrerem com a diminuição da oxigenação do cérebro, pois a forma alterada das hemácias não permite que haja transporte correto de oxigênio.
Os problemas relacionados à coagulação, como empilhamento plaquetário e distúrbios na coagulação, também favorecem a ocorrência de isquemia cerebral, pois há maiores chances de ocorrer obstrução de um vaso cerebral.
Como é feito o tratamento
O tratamento da isquemia cerebral deve ser feito com a orientação do clínico geral ou neurologista, no hospital, com o objetivo de normalizar a respiração, os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea, e restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro, com a utilização de medicamentos trombolíticos para diluir o coágulo sanguíneo, como o alteplase, ou a realização de cirurgia para desobstruir o vaso sanguíneo.
No hospital também devem ser feitos o monitoramento da pressão arterial e da pressão intra-craniana, evitando assim possíveis complicações.
Além do uso de medicamentos, é importante buscar ajuda de um fisioterapeuta, fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional para melhorar a qualidade de vida da pessoa e evitar danos permanentes. Veja como é feita a fisioterapia para AVC.
Após a alta hospitalar, deve-se manter bons hábitos para que o risco de ocorrer um novo quadro de isquemia cerebral seja mínimo, ou seja, deve-se ter atenção à alimentação, evitando alimentos gordurosos e com muito sal, realizar atividades físicas, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e parar de fumar, além de fazer o tratamento indicado pelo médico para diabetes, pressão alta ou colesterol alto, por exemplo.
Sequelas da isquemia cerebral
A isquemia cerebral pode deixar sequelas, como:
- Enfraquecimento ou paralisia de um braço, perna ou face;
- Paralisar de todo ou um lado do corpo;
- Perda da coordenação motora;
- Dificuldade para engolir;
- Problemas de raciocínio;
- Dificuldade de falar;
- Problemas emocionais, como a depressão;
- Dificuldades na visão;
- Dano cerebral permanente.
As sequelas da isquemia cerebral variam muito de pessoa para pessoa e dependem de onde ocorreu a isquemia e do tempo que foi levado para iniciar o tratamento, sendo muitas vezes necessário o acompanhamento de um fisioterapeuta, fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional para melhorar a qualidade de vida e evitar que as sequelas sejam permanentes.