Leucemia linfoide crônica (LLC) é um câncer das células sanguíneas, que afeta os glóbulos brancos sanguíneos, chamados de linfócitos, que são responsáveis pela defesa natural do corpo no combate a infecções.
Esse tipo de leucemia, também conhecida leucemia linfocítica crônica, é caracterizada pelo produção descontrolada de linfócitos anormais na medula óssea que passam para a corrente sanguínea, podendo se acumular em alguns órgãos, e levar ao surgimento de sintomas como aumento dos gânglios linfáticos, perda de peso e cansaço excessivo, por exemplo.
A LLC é normalmente diagnosticada a partir dos 70 anos, isso porque a doença possui evolução lenta, sendo os sintomas geralmente percebidos quando a doença já está em uma fase mais avançada. Por causa da demora do aparecimento dos sintomas, a doença é normalmente identificada durante exames de sangue de rotina, principalmente hemograma, em que pode ser identificado o aumento no número de linfócitos.
Sintomas de leucemia linfocítica crônica
Os principais sintomas da leucemia linfoide crônica são:
- Ínguas que podem surgir em qualquer parte do corpo, sendo mais comum no pescoço, axilas ou virilha;
- Cansaço excessivo ou fraqueza;
- Falta de ar;
- Pele pálida;
- Sangramentos ou hematomas frequentes;
- Aumento do baço, também chamado de esplenomegalia;
- Dor abdominal, devido ao aumento do fígado;
- Sensação de estômago cheio, mesmo após comer pouco;
- Inchaço na barriga;
- Suor noturno;
- Perda de peso;
- Febre ou calafrios.
Além disso, é comum a pessoa apresentar infecções recorrentes de pele, urina ou pulmões, uma vez que os linfócitos, que são responsáveis por produzir anticorpos que ajudam a combater infecções, não estão funcionando adequadamente.
A LLC desenvolve-se ao longo de meses ou anos e, por isso, os sintomas surgem gradualmente, sendo a doença muitas vezes identificada quando já se encontra em uma fase mais avançada.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da leucemia linfoide crônica é feito pelo clínico geral ou hematologista através da avaliação do hemograma, que é um exame de sangue que avalia a quantidade de células sanguíneas.
Geralmente, na LLC, o hemograma apresenta aumento no número de linfócitos, especialmente de linfócitos B, e leucócitos. Veja quais são os valores de referência do hemograma.
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Além disso, o médico pode solicitar testes de imunofenotipagem para avaliar se o aumento da quantidade de linfócitos é causada pela LLC ou por algum tipo de infecção no corpo.
Outro exame que o médico pode solicitar para confirmar a LLC é o teste de FISH, que permite avaliar alterações no DNA.
No caso do médico confirmar a LLC, antes de iniciar o tratamento, pode ser solicitada a realização de uma biópsia da medula óssea, chamado de mielograma, para verificar o estágio da LLC, acompanhar a evolução da doença, e para definir o prognóstico. Esse exame pode ser repetido algumas vezes durante o tratamento. Entenda como é feito o mielograma.
Possíveis causas
A causa exata da leucemia linfoide crônica é desconhecida, no entanto, ocorre devido a alterações ou mutações no DNA das células que produzem os linfócitos, que passam a se multiplicar de forma descontrolada.
Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da LLC, como:
- Histórico familiar de LLC;
- Exposição frequente a produtos químicos, como benzeno;
- Exposição à radiação;
- Hábito de fumar.
Além disso, a leucemia linfoide crônica é mais comum de surgir após os 70 anos, mas também pode afetar adultos a partir dos 30 anos, e raramente afeta crianças.
Como é feito o tratamento
O tratamento da leucemia linfoide crônica deve ser feito com orientação do oncologista ou onco-hematologista, e varia de acordo com o estágio da doença, podendo ser indicado acompanhamento médico, a cada 3 meses, especialmente nos estágios iniciais e no caso da pessoa não apresentar sintomas de LLC.
No entanto, quando se apresenta sintomas da LLC ou o estágio da doença está mais avançado, o médico pode recomendar o tratamento com:
- Quimioterapia, com fludarabina, ciclofosfamida, clorambucil ou bendamustina;
- Corticoides, como prednisona, metilprednisolona ou dexametasona;
- Imunoterapia, com anticorpos monoclonais, como rituximabe, ofatumumabe, obinutuzumabe ou alemtuzumab;
- Terapia alvo, com ibrutinib, acalabrutinib, idelalisib, duvelisib ou venetoclax;
- Cirurgia, chamada esplenectomia, para remoção do baço;
- Radioterapia, para o tratamento do inchaço em órgãos como baço, ou para reduzir a dor óssea.
Além disso, o médico pode indicar o transplante de medula óssea, especialmente nos casos de LLC recaídas ou quando os outros tratamentos não foram eficazes para a doença entrar em remissão. Veja como é feito o transplante de medula óssea.
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