Leucemia mieloide aguda (LMA) é um tipo de câncer na medula óssea que afeta a produção de células do sangue, como leucócitos, hemácias e plaquetas, resultando em sintomas como sangramento nasal, hematomas fáceis, palidez ou perda de peso não intencional.
Esse tipo de câncer é muito agressivo e prolifera-se muito rápido, sendo o tipo mais comum de leucemia, afetando principalmente adultos após os 65 anos e crianças.
O tratamento da leucemia mieloide aguda é feito pelo oncologista hematológico que pode indicar quimioterapia, terapia alvo ou transplante de medula óssea.
Sintomas de leucemia mieloide aguda
Os principais sintomas de leucemia mieloide aguda (LMA) são:
- Sangramento nasal ou nas gengivas frequentes ou graves;
- Hematomas ou manchas roxas ou vermelhas na pele;
- Fluxo menstrual intenso;
- Suor noturno intenso ou palidez;
- Infecções frequentes;
- Dor de cabeça, tontura ou vertigem;
- Perda do apetite e emagrecimento sem causa aparente;
- Cansaço excessivo, fraqueza ou mal estar geral.
Além disso, outros sintomas são ínguas inchadas e doloridas, principalmente no pescoço e virilhas, febre, dor nos ossos e articulações, falta de ar, tosse ou desconforto abdominal causado pelo inchaço do fígado e do baço.
Os sintomas da LMA surgem devido à diminuição da quantidade de hemácias, leucócitos e plaquetas circulantes, o que acontece devido à alteração no funcionamento da medula óssea, que produz e libera células imaturas para a circulação.
É importante consultar o clínico geral ou hematologista assim que surgirem os primeiros sintomas de leucemia, pois assim é possível fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, havendo maiores chances de cura.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da leucemia mieloide aguda é feita pelo hematologista oncológico ou clínico geral através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exames laboratoriais.
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Os principais exames laboratoriais que podem ser solicitados pelo médico são hemograma completo, em que se pode verificar a diminuição de leucócitos, hemácias e plaquetas no sangue, assim como a presença de células blásticas, ou seja, células mieloide imaturas na circulação sanguínea.
Além disso, para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar um mielograma que é feito a partir da punção e coleta de uma amostra da medula óssea, que é analisada em laboratório. Entenda como é feito o mielograma.
Outros exames que o médico pode solicitar são citogenética e exames moleculares e imuno-histoquímicos, para identificar características das células encontradas no sangue, sendo essa informação importante para determinar o prognóstico da doença e para que o médico indique o tratamento mais adequado.
Tipos de LMA
A LMA pode ser classificada em alguns subtipos de acordo com a alteração genética e, consequentemente, prognóstico, sendo os principais:
A partir do momento em que é identificado o tipo da LMA, o médico pode determinar o prognóstico e estabelecer as chances de cura.
Possíveis causas
A causa exata da leucemia mieloide aguda ainda não é completamente conhecida, mas sabe-se que ocorre por mutações nas células tronco mieloides, que dão origem às hemácias, plaquetas e leucócitos.
Alguns fatores podem aumentar o risco de LMA, como:
- Idade, sendo mais comum após os 65 anos ou em crianças;
- Síndrome mielodisplásica;
- Anemia aplásica ou mielofibrose;
- Doenças congênitas, como síndrome de Down ou síndrome de Bloom;
- Exposição a radiação, cigarro ou benzeno;
- Quimioterapia ou radioterapia para tratamento de outros cânceres.
A leucemia mieloide aguda acontece devido a uma alteração no funcionamento da medula óssea, que se torna incapaz de tornar as células produzidas maduras.
Esses fatores podem provocar mutações em genes como FLT-3, c-KIT, RAS, RUNX1, RARa ou BCR-ABL, por exemplo, fazendo com que as células da medula óssea não amadureçam de forma normal ou que se multipliquem de forma descontrolada.
Como é feito o tratamento
O tratamento da leucemia mieloide aguda (LMA) deve ser feito pelo oncologista hematológico e pode ser realizado através de várias técnicas, como quimioterapia, medicamentos ou transplante de medula óssea:
1. Quimioterapia
A quimioterapia para a leucemia mieloide aguda é feita com o uso de medicamentos citotóxicos, como citarabina e idarrubicina, por exemplo, que ajudam a destruir as células cancerígenas e a impedir a formação de novas células tumorais.
O tratamento com quimioterapia é dividido em duas fases, que são:
- Quimioterapia de indução: é o tratamento inicial que tem como objetivo eliminar as células leucêmicas e a reduzir a quantidade de células anormais na medula óssea, até que não sejam detectadas nos exames de sangue ou no mielograma;
- Quimioterapia de consolidação: é feito após o tratamento inicial para eliminar as células leucêmicas que ainda podem estar no sangue, sendo feito em ciclos com dias de tratamento intenso e alguns dias de descanso.
Na maioria dos casos de leucemia mieloide aguda, o médico recomenda que a pessoa receba um conjunto de vários quimioterápicos, podendo também fazer parte do tratamento o uso de corticoides, como a prednisona ou dexametasona.
Leia também: tuasaude.com2. Terapia alvo
A terapia alvo usa medicamentos para ajudar o sistema imune a identificar e atacar especificamente as células da leucemia mielóide aguda, provocando poucos efeitos nas células normais do corpo.
Alguns remédios usados na terapia alvo para o tratamento da LMA são midostaurina, gilteritinibe, gentuzumabe ozogamicina ou venetoclax, por exemplo, e o uso varia de acordo com o subtipo de leucemia mieloide aguda.
Em alguns casos a terapia alvo pode ser combinada com a quimioterapia, para aumentar a chance de cura.
3. Agentes de diferenciação
Os agentes de diferenciação, como a tretinoína em cápsulas ou o trióxido de arsênio na forma de injeção na veia, podem ser indicada pelo hematologista oncológico para o tratamento da leucemia mieloide aguda do tipo M3, ou leucemia promielocítica aguda (LPA).
Esses remédios geralmente são usados junto com a quimioterapia de indução e agem ajudando as células imaturas a se diferenciarem, ou seja, a se transformarem em leucócitos normais.
Isto porque durante a quimioterapia, as células imaturas quando morrem, podem liberar proteínas na circulação sanguínea e aumentar a coagulação do sangue, podendo causar complicações, e esses remédios evitam que isso aconteça.
4. Radioterapia
A radioterapia é feita com o objetivo de eliminar as células tumorais da leucemia mieloide aguda.
No entanto, este tratamento não é muito utilizado para LMA e somente é aplicado nos casos em que a doença se espalhou para outros órgãos, como o cérebro e testículo, para ser usada antes do transplante de medula ou para aliviar a dor em uma área óssea invadida pela leucemia.
Leia também: Radioterapia: o que é, para que serve e efeitos colaterais tuasaude.com/radioterapia5. Transplante de medula óssea
O transplante de medula óssea é um tratamento para leucemia mieloide aguda, feito com a transfusão de células tronco hematopoieticas retiradas diretamente da medula óssea da própria pessoa ou de um doador compatível.
Geralmente, este tipo de transplante é feito após a realização de altas doses de quimioterapia ou radioterapia e somente depois das células cancerosas não serem detectadas nos exames. Veja mais como é feito o transplante de medula óssea e os diferentes tipos.
6. Terapia genética de Car T-Cell
A terapia genética feita pela técnica de Car T-Cell é uma opção de tratamento para pessoas com leucemia mieloide aguda que consiste em remover células do sistema imune, conhecidas como células T, do corpo de uma pessoa e em seguida enviar para o laboratório.
No laboratório, essas células são modificadas e são introduzidas substâncias chamadas CARs para que sejam capazes de atacar as células cancerosas.
Depois de tratadas em laboratório, as células T são recolocadas na pessoa com leucemia para que, modificadas, destruam as células doentes pelo câncer. Este tipo de tratamento ainda está sendo estudado e não está disponível pelo SUS. Confira mais como é feita a terapia por Car T-Cell e o que pode ser tratado.
Veja ainda um vídeo de como aliviar os efeitos do tratamento do câncer: