Leucemia Mieloide Crônica (LMC): o que é, sintomas, causas e tratamento

O que é:

A Leucemia Mieloide Crônica, ou LMC, é um tipo de câncer que causa uma alteração genética nas células mieloides, que são as responsáveis por produzir os glóbulos vermelhos, as plaquetas e algumas células brancas do sangue.

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Esse tipo de leucemia é causada por uma alteração genética na medula óssea, que provoca o crescimento e a divisão anormal das células sanguíneas, podendo causar sintomas como fadiga, perda de peso, sangramentos e dor nos ossos.

O tratamento da Leucemia Mieloide Crônica deve ser feito por um oncologista ou hematologista e inclui quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou transplante de medula óssea, por exemplo.

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Principais sintomas

Os principais sintomas de Leucemia Mieloide Crônica são:

  • Sangramentos fáceis e frequentes;
  • Cansaço e mal-estar;
  • Febre;
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Dor nos ossos;
  • Dor abaixo das costelas, no lado esquerdo da barriga;
  • Palidez;
  • Suores noturnos.

Os sintomas de Leucemia Mieloide Crônica normalmente aparecem em fases mais avançadas da doença.

Por isso, na presença de sinais e sintomas que possam indicar a LMC, é aconselhado consultar um oncologista ou hematologista para que seja feita uma avaliação clínica completa e seja identificada a causa dos sintomas.

Fases da Leucemia Mieloide Crônica

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a Leucemia Mieloide Crônica é classificada em 3 fases, como a seguir:

1. Fase crônica

A maioria das pessoas é diagnosticada nessa fase e apresentam um aumento no número de glóbulos brancos no sangue. As pessoas nessa fase não apresentam sintomas ou podem ter sintomas leves. No entanto, se não for tratada, a fase crônica pode evoluir para a fase acelerada.

2. Fase acelerada

As pessoas são consideradas em fase acelerada se qualquer uma das seguintes condições estiver presente:

  • Alta contagem de glóbulos brancos no sangue;
  • Os basófilos constituem 20% ou mais do sangue;
  • Contagens de plaquetas muito baixas ou muito altas;
  • Novas alterações nas células de LMC.

Pessoas com LMC em fase acelerada geralmente apresentam sintomas como febre, fadiga, falta de apetite e perda de peso. Quando não é tratada, essa fase pode evoluir para a fase blástica.

3. Fase blástica

Na fase blástica, que também é chamada de crise blástica, a pessoa apresenta contagem muito alta de glóbulos brancos e alterações nas plaquetas. Essa fase é quando a leucemia se transforma em leucemia mieloide aguda. Pessoas nessa fase geralmente apresentam sintomas como febre, dor nos ossos, falta de apetite, hemorragia e perda de peso.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da Leucemia Mieloide Crônica é feito pelo oncologista, ou hematologista, a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa e do exame físico, onde é feita a palpação dos nódulos linfáticos, baço e abdômen, para verificar alguma alteração.

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Para confirmar o diagnóstico, o médico também indica a realização do hemograma, para verificar os níveis dos glóbulos brancos e vermelhos no sangue, e de um teste genético para identificar a alteração no cromossomo Filadélfia ou do gene BCR-ABL.

O médico também poderá solicitar a realização de biópsia de medula óssea, mielograma, análise citogenética, PCR ou exame fish, que é um exame usado para avaliar os genes e os cromossomos nas células.

Possíveis causas

A Leucemia Mieloide Crônica é um tipo de câncer não hereditário, causado por uma alteração genética na medula óssea, que gera um cromossomo mais curto que o normal. Este novo cromossomo alterado é chamado de cromossomo Filadélfia, sendo encontrado nas células leucêmicas de quase todas as pessoas com LMC.

Essa alteração no cromossomo leva à formação do gene BCR-ABL, que aumenta a produção de tirosina-quinase, uma proteína que favorece o crescimento e a divisão anormal das células do sangue, resultando no câncer.

Além disso, alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver a Leucemia Mieloide Crônica incluem idade avançada, ser do sexo masculino e exposição  radiação.

Como é o tratamento

O tratamento da Leucemia Mieloide Crônica deve ser feito por um oncologista ou hematologista e varia conforme a fase da doença, a idade e o estado de saúde da pessoa. O tratamento da LMC pode ser feito com o uso de medicamentos ou terapias, como quimioterapia, imunoterapia e transplante de células tronco, por exemplo.

1. Medicamentos

Os medicamentos orais geralmente indicados são os inibidores da enzima tirosina-quinase, como Imatinib, Dasatinib, Nilotinib, Bosutinib ou Ponatinib, que geralmente são o tratamento inicial para pessoas com LMC.

Esses medicamentos têm a função de bloquear as atividades das enzimas tirosina-quinase. Como atuam especificamente nessas enzimas, esses medicamentos geralmente causam menos efeitos colaterais, melhorando a qualidade de vida da pessoa com LMC.

Os inibidores da enzima tirosina-quinase podem ser indicados para todas as fases da Leucemia Mieloide Crônica. No entanto, as dosagens e os tipos de remédios variam conforme cada fase da doença.

2. Quimioterapia

A quimioterapia é um tratamento que elimina ou bloqueia o crescimento de células cancerígenas, podendo ser realizado com o uso de comprimidos por via oral, ou injetáveis, que são administrados através da veia, intramuscular ou abaixo da pele, por exemplo. Entenda melhor como é feita a quimioterapia.

Geralmente a quimioterapia é um tratamento muito indicado na fase blástica de Leucemia Mieloide Crônica, para tentar regredir a LMC para a fase crônica. Além disso, altas doses de quimioterapia também podem ser indicadas para preparar o organismo da pessoa para receber um transplante de células tronco.

3. Transplante de células tronco

Esse tratamento estimula o sistema imunológico na formação de células especializadas, sendo feito através da coleta de células tronco do cordão umbilical, medula óssea ou do sangue de um doador saudável. Em seguida, essas células são transplantadas para a pessoa com Leucemia Mieloide Crônica.

O transplante de células tronco pode ser indicado em qualquer fase da LMC, sendo escolhido pelo médico conforme a idade da pessoa, o estado geral de saúde, a resposta da doença aos outros tratamentos e a disponibilidade de um doador compatível.

4. Transplante de medula óssea

O transplante de medula óssea consiste em retirar as células saudáveis da medula óssea de um doador e, em seguida, introduzí-las na corrente sanguínea da pessoa com LMC. Esse tratamento favorece a formação e multiplicação de células sanguíneas saudáveis.  Veja como é feito o transplante de medula óssea.

Este tratamento geralmente é indicado para pessoas que não respondem a outros tratamentos.

5. Esplenectomia

A esplenectomia é uma cirurgia para a retirada do baço, sendo indicada quando esse órgão aumenta de tamanho e comprime outros órgãos. No entanto, a esplenectomia só é indicada na LMC quando o tratamento com quimioterapia ou radioterapia não conseguem reduzir o tamanho do baço. Entenda melhor sobre a esplenectomia.

6. Imunoterapia

A imunoterapia é um tratamento que fortalece o sistema imunológico, ajudando o organismo a combater a Leucemia Mieloide Crônica.

O interferon-alfa é o medicamento mais usado no tratamento de imunoterapia da Leucemia Mieloide Crônica. No entanto, a imunoterapia com interferon é pouco usada atualmente, pois os inibidores da tirosina quinase são mais eficientes e causam menos efeitos colaterais.

7. Radioterapia

A radioterapia é um tipo de tratamento que tem como objetivo destruir ou impedir o crescimento das células tumorais, por meio da aplicação de radiação concentrada, diretamente no tumor.

Embora a radioterapia seja raramente usada no tratamento de pacientes com Leucemia Mieloide Crônica, ela pode ser indicada para diminuir o tamanho do baço, ajudar no tratamento da dor nos ossos ou ser administrada em doses baixas, como parte de um transplante de células-tronco.

A Leucemia Mieloide Crônica tem cura?

Atualmente não existe cura para a Leucemia Mieloide Crônica. No entanto, os tratamentos disponíveis atualmente ajudam a diminuir ou eliminar os sintomas da LMC, permitindo que a pessoa tenha uma boa qualidade de vida por muitos anos.