Marasmo: o que é, sintomas, causas e tratamento

O marasmo é um tipo de desnutrição grave causada pela deficiência de calorias na dieta, que leva o organismo a usar as reservas de energia corporal, provocando sintomas como baixo peso, atraso no crescimento infantil, desidratação, irritação e diarreia.

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O marasmo pode ser causado por situações como ingestão inadequada de alimentos, anorexia, desmame precoce, diarreia crônica ou demência, atingindo principalmente crianças, mas também pode surgir em adultos.

O diagnóstico do marasmo deve ser feito por um clínico geral ou pediatra e o tratamento dessa condição pode incluir o uso de antibióticos, fórmulas nutricionais e suplementos como a vitamina B1 e o fosfato.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas do marasmo

Os principais sintomas do marasmo são:

  • Perda visível de massa muscular;
  • Peso muito baixo para a idade e atraso no desenvolvimento da criança;
  • Aparência envelhecida;
  • Tamanho da cabeça maior em relação ao corpo;
  • Apatia, que é caracterizada pela falta de motivação, sentimento ou emoção;
  • Cansaço e irritabilidade;
  • Unhas onduladas e cabelos finos e quebradiços, podendo haver queda de cabelo;
  • Alterações de consciência;
  • Desidratação, o que pode ser observado pelos olhos secos, pele seca e enrugada e moleira funda nos bebês;
  • Diminuição da temperatura corporal, frequência cardíaca e pressão arterial;
  • Vômito e diarreia.

Além disso, a pessoa com marasmo também pode apresentar anemia, osteomalácia ou raquitismo, uma doença que afeta o desenvolvimento dos ossos, causando arqueamento das pernas e dos braços em crianças. Conheça mais sobre os sintomas do raquitismo.

Diferença de marasmo e Kwashiorkor

O Kwashiorkor é um tipo de desnutrição grave caracterizada pela deficiência extrema de proteínas na dieta, causando sintomas como inchaço na barriga, rosto, mãos e pés, e alterações na cor da pele e cabelo. Confira mais sobre o Kwashiorkor.

Já o marasmo é uma desnutrição grave causada por uma dieta pobre em calorias totais, e que não causa inchaços no corpo ou alterações na cor da pele e cabelo.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do marasmo deve ser feito por um nutricionista, pediatra ou clínico geral inicialmente por meio de exame físico, em que a pessoa é pesada e é feita a medição da estatura, das dobras cutâneas e das circunferências do corpo.

Além disso, para descartar o Kwashiorkor, o médico também investiga a presença de edema, ou seja, se há acúmulo de líquido a nível abdominal, nas mãos, no rosto e nos pés.

Além disso, o médico também solicita exames de sangue, fezes e urina para avaliar a deficiência de vitaminas e minerais, verminoses, níveis de proteínas e glicemia no sangue ou HIV.

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Possíveis causas

A principal causa do marasmo é a ingestão calórica total insuficiente. Assim, alguns fatores que podem contribuir para o surgimento dessa doença são:

  • Escassez de alimentos;
  • Anorexia;
  • Doenças que causam má absorção, como síndrome do intestino curto, doença inflamatória intestinal, doença celíaca, insuficiência pancreática, pancreatite e diarreia crônica;
  • Demência;
  • Depressão, que pode causar a perda do apetite;
  • Desmame precoce, no caso das crianças.

Além disso, alguns aspectos que contribuem para o desenvolvimento do marasmo são a pobreza e a escassez de alimentos, e a negligência com idosos.

Como é feito o tratamento

O tratamento do marasmo deve ser feito por um médico e deve ser dividido em 3 fases:

1. Estabilização

Essa fase do tratamento deve ser realizada de preferência no hospital, dura cerca de 7 dias e tem o objetivo de aumentar a hidratação, evitar infecções e hipotermia. Assim, é recomendado manter a pessoa aquecida e usar uma solução isotônica, que deve ser administrada na veia. O uso de antibióticos também pode ser indicado em casos de infecção.

A alimentação deve ser feita com o uso de fórmulas nutricionais, por via oral ou com o uso de sondas, e a ingestão de calorias deve ser entre 60% e 80% da necessidade calórica para a idade. A alimentação deve ser feita gradativamente para evitar a síndrome da realimentação, uma complicação que pode causar arritmia e morte súbita em poucos dias, após a alimentação de pessoas com desnutrição grave.

Além disso, os suplementos como vitamina B1 e fosfato também podem ser indicados para prevenir a síndrome da realimentação.

2. Reabilitação nutricional

Essa fase dura entre 2 a 6 semanas, sendo iniciada após o tratamento das complicações do marasmo. Por isso, pode-se aumentar gradativamente as calorias da dieta, que pode variar de 70 a 140% das necessidades nutricionais para a idade, incluindo o uso de fórmulas nutricionais e evoluindo gradativamente para o consumo de alimentos sólidos.

3. Acompanhamento e prevenção

Nessa fase a criança é acompanhada periodicamente com o objetivo de prevenir o ressurgimento da doença. Assim, algumas recomendações incluem a vacinação, a amamentação, os cuidados durante o preparo de alimentos e o uso de água filtrada ou fervida.

Além disso, os pais ou cuidadores devem ser orientados sobre como reconhecer os sinais de uma possível desnutrição, como perda de peso, diarreia, cansaço e baixa temperatura corporal. Conheça outros sintomas da desnutrição.

Complicações do marasmo

Quando o marasmo não é devidamente identificado e tratado, há maior risco de complicações, como infecções, desidratação, desequilíbrio de eletrólitos e insuficiência cardíaca.

Além disso, há risco de morte devido ao aparecimento da síndrome de realimentação.

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