Mastectomia: o que é, quando é indicada, como é feita e pós-operatório

A mastectomia é uma cirurgia para a remoção completa ou parcial de uma ou ambas as mamas que, na maioria das vezes, é indicada para o tratamento do câncer de mama, que pode ser feita antes ou após a quimioterapia ou radioterapia.

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Esse tipo de cirurgia normalmente é realizada quando a mulher não tem indicação para a cirurgia conservadora, em que a maior parte da mama é poupada, ou quando apresenta um risco aumentado de desenvolver câncer na outra mama, realizando desta forma a remoção das duas mamas, chamada de mastectomia dupla ou bilateral.

A mastectomia também pode ser preventiva, para diminuir o risco da mulher desenvolver o câncer de mama, ou pode ter um intuito estético, no caso de cirurgia com intenção masculinizadora, por exemplo.

Conheça mais sobre a mastectomia com o Dr. Maurício Magalhães no vídeo a seguir:

CÂNCER DE MAMA: diagnóstico, tipos e tratamento

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Quando a mastectomia é indicada

A mastectomia pode ser realizada nas seguintes situações:

  • Tumor primário maior que 5 cm e envolvimento da pele ou da parede do tórax;
  • Câncer de mama inflamatório, após a quimioterapia;
  • Complementar o tratamento radioterápico e quimioterápico para o câncer de mama;
  • Risco elevado de desenvolver câncer de mama, como mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 (mastectomia preventiva);
  • Prevenir o câncer de mama, na outra mama, quando a mulher já teve câncer em uma das mamas;
  • Carcinoma in situ, ou localizado, descoberto precocemente para evitar a progressão da doença;
  • Cirurgia conservadora não foi capaz de remover completamente o tumor;
  • Reaparecimento do câncer de mama após a realização de radioterapia;
  • Desejo de retirar as mamas, como na mastectomia masculinizadora.

Assim, é importante que a mulher se consulte anualmente com o ginecologista para avaliações preventivas, ou sempre que surgirem sintomas que possam indicar a presença de um tumor das mamas, como presença de um caroço, vermelhidão ou saída de secreção pelo mamilo. Aprenda a reconhecer os principais sintomas do câncer de mama.

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Como é feita

Para cada objetivo que se deseja alcançar com a retirada da mama, pode ser feito um tipo de cirurgia, que é escolhido pelo mastologista, cirurgião oncológico ou cirurgião plástico, de acordo com cada caso.

1. Mastectomia parcial

A mastectomia parcial, também chamada de cirurgia conservadora da mama, quadrantectomia, setorectomia, tumorectomia ou mastectomia segmentar, é uma cirurgia para a remoção de um câncer e parte do tecido ao redor, sem a necessidade de retirada total da mama.

Nesta cirurgia, podem ou não ser retirados alguns gânglios próximos da mama, para evitar risco do nódulo retornar.

2. Mastectomia total ou simples

Na mastectomia total é retirada toda a mama, as glândulas mamárias, além da pele, aréola e mamilo. Ela é mais indicada em caso de tumor pequeno, descoberto precocemente e bem localizado, sem o risco de ter se espalhado por regiões ao redor.

Em alguns casos, também são retirados gânglios ou linfonodos na região da axila, para diminuir o risco do tumor voltar ou se espalhar.

3. Mastectomia radical

Na mastectomia radical, além da retirada de toda a mama, também são removidos os músculos que se localizam debaixo dela e os gânglios da região da axila, estando indicada para os casos de câncer com risco de disseminação.

Existem variantes desta cirurgia, conhecidas como mastectomia radical modificada de Patey, em que o músculo peitoral maior é mantido, ou mastectomia radical modificada de Madden, quando ambos os músculos peitoral maior e menor são preservados.

A mastectomia também pode ser realizada em casos de câncer de mama no homem, o que acontece de forma mais rara, e as cirurgias são feitas da mesma forma que na mulher, apesar do homem ter muito menos glândulas.

4. Mastectomia preventiva

A mastectomia preventiva é feita para evitar o desenvolvimento do câncer, e está indicada somente para mulheres com o risco muito elevado desta doença, como aquelas que têm histórico familiar importante ou que têm alterações genéticas que podem causar o câncer, conhecidas como BRCA1 e BRCA2. Saiba quando fazer o teste genético para câncer de mama.

Esta cirurgia é feita de forma semelhante às mastectomias total ou radical, sendo retirada toda a mama, gânglios próximos e, em alguns casos, os músculos ao redor. Geralmente, é feita a cirurgia bilateral, pois, nestes casos, o risco de desenvolvimento do câncer é semelhantes em ambas as mamas.

5. Mastectomia masculinizadora

A mastectomia masculinizadora ou masculina é um tipo de cirurgia plástica para homens trans, em que é feita a retirada das mamas, que pode ser por técnicas diferentes, decididas pelo cirurgião plástico, a depender do tamanho e tipo dos seios.

Também existem as cirurgias estéticas da mama são conhecidas como mamoplastia, que pode ter o intuito de reduzir, aumentar ou melhorar a aparência das mamas. Saiba quais são as opções de cirurgia plástica das mamas.

Como é o pós-operatório

Depois da cirurgia de mastectomia, o internamento no hospital varia de acordo com a cirurgia realizada, podendo-se ter alta no dia seguinte ou permanecer no hospital por 2 a 5 dias.

O pós-operatório da mastectomia pode causar dor no peito e no braço e cansaço e, por isso, a recuperação inclui o uso de remédios para aliviar a dor, além da realização do curativo e de exercícios para que o braço do lado operado se mantenha móvel e com força, pois é comum retirar a mama e as ínguas da axila.

Na maioria dos casos, a recuperação pós-operatória da mastectomia é satisfatória, não havendo complicações, no entanto a recuperação completa normalmente demora entre 1 e 2 meses. 

No entanto, nos casos em que a mastectomia foi realizada devido ao câncer de mama, é importante que a mulher siga realizando o tratamento indicado pelo médico, que pode envolver a realização de radioterapia ou quimioterapia.

Além disso, é essencial receber apoio psicológico da família e participar de sessões de psicoterapia, para aprender a lidar com a ausência da mama, já que algumas mulheres podem ter diminuição da auto estima.

Cuidados durante a recuperação

Para garantir que a recuperação após a mastectomia aconteça sem complicações, é importante seguir algumas recomendações:

1. Cuidar do braço do lado da remoção da mama

Depois da cirurgia a mulher deve evitar movimentos que exijam mexer muito o braço do lado que a mama foi retirada, como dirigir, por exemplo. Além disso, não deve fazer movimentos repetitivos, como passar e engomar roupa, limpar a casa com vassoura ou aspirador de pós ou nadar.

Além disso, a mulher que fez remoção da mama, não deve tomar injeções ou vacinas, nem fazer tratamentos no braço do lado da remoção, além de ter muito cuidado para não machucar esse braço, pois os linfonodos desse lado são menos eficientes.

Apesar de não ser indicado fazer esforço de maneira excessiva, é recomendado que sejam realizadas sessões de fisioterapia como o objetivo de manter o braço em movimento e evitar a atrofia do músculo.

2. Fazer fisioterapia

Inicialmente, os exercícios de fisioterapia são muito simples e podem ser feitos na cama, porém, após retirar os pontos e drenos estes passam a ser mais ativos e devem ser indicados pelo médico ou fisioterapeuta segundo a gravidade da cirurgia.

Alguns bons exercícios incluem:

  • Levantar os braços: a mulher deve segurar uma barra acima da cabeça, com os braços esticados por cerca de 5 segundos;
  • Abrir e fechar os cotovelos: deitada, a mulher deve entrelaçar as mãos atrás da cabeça e abrir e fechar os braços;
  • Arrastar os braços na parede: a mulher deve ficar de frente para a parede e colocar as mãos na mesma, devendo arrastar os braços na parede até subir acima da cabeça.

Estes exercícios devem ser feitos diariamente e devem se repetidos 5 a 7 vezes, ajudando a manter a mobilidade do braço e ombro da mulher.

2. Cuidar do dreno

Depois da cirurgia, a mulher fica com um dreno na mama ou axila, que é um recipiente para fazer drenagem do sangue e líquidos acumulados no corpo, que normalmente é removido antes da alta.

No entanto, a mulher pode ter que ficar com dreno até 2 semanas, mesmo estando em casa e, nesses casos é necessário esvaziar o dreno e registrar diariamente a quantidade de liquido. Veja com mais detalhes como cuidar do dreno em casa.

3. Cuidar do curativo

O curativo só deve ser trocado por indicação do médico ou enfermeiro e normalmente ocorre ao final de 1 semana.

Durante o período em que se está com o curativo não se deve molhar nem machucar o curativo, para evitar possíveis infecções que podem ser percebidas por meio do aparecimento de alguns sinais e sintomas, como vermelhidão, calor ou saída de liquido amarelo, por exemplo. Por isso, é recomendado manter o curativo seco e coberto até a pele estar totalmente cicatrizada.

Na maioria dos casos, a sutura é feita com pontos que são absorvidos pelo corpo, porém, no caso de grampos, estes devem ser removidos ao final de 7 a 10 dias no hospital e quando a pele está totalmente cicatrizada, deve-se hidratá-la diariamente com um creme gordo, como Nivea ou Dove, mas só após recomendação do médico.

5. Usar remédios

O médico pode indicar o uso de remédios analgésicos ou anti-inflamatórios para aliviar a dor após o procedimento cirúrgico, e devem ser usados conforme a recomendação médica.

Possíveis complicações 

As principais complicações da mastectomia são infecção, hematoma ou sangramento no local da cicatriz, formação de uma cicatriz dura no local do corte cirúrgico ou dor no ombro.

Além disso, no caso de remoção dos linfonodos pode ocorrer dormência no braço do lado em que a mama foi removida, ou inchaço no braço, chamado linfedema. 

É importante comunicar ao cirurgião ou procurar o pronto socorro mais próximo caso a pessoa apresente dor intensa ou que não melhora com os remédios, febre, hemorragia ou líquidos no local da ferida.

Quando fazer a reconstrução mamária

Após a realização de qualquer tipo de mastectomia, pode ser necessária uma cirurgia de reconstrução da mama, para recuperar a forma natural dos seios. Esse procedimento pode ser feito imediatamente após a mastectomia ou por etapas, com correção gradual da região.

No entanto, em muitos casos de câncer, pode ser necessário esperar algum tempo até a total cicatrização ou após a realização de exames para confirmar a remoção completa das células malignas. Veja mais sobre como é feita a reconstrução mamária.

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