O que é:
A metaplasia escamosa é uma alteração benigna do tecido que reveste o útero, em que as células uterinas sofrem transformação e diferenciação, fazendo com que o tecido tenha mais de uma camada de células alongadas.
A metaplasia corresponde a um processo normal de proteção e que pode acontecer em certos períodos da vida da mulher, como na puberdade ou na gravidez, quando há maior acidez vaginal, ou quando ocorrem inflamações ou irritações causada pela candidíase, vaginose bacteriana ou alergias, por exemplo.
Estas mudanças celulares normalmente não são consideradas perigosas, nem aumentam o risco de câncer do colo uterino. Além disso, a metaplasia escamosa do colo do útero é um resultado comum do exame de papanicolau e não precisa de tratamento específico, se não houver sinais de candidíase, infecções bacterianas ou infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), por exemplo.
Metaplasia escamosa é câncer?
A metaplasia escamosa não é câncer, mas sim uma alteração comum na mulher que surge devido a alguma irritação crônica, e quando não estão presentes outras evidências no resultado do papanicolau, a metaplasia não pode ser relacionada com o câncer.
No entanto, apesar de frequentemente acontecer com o objetivo de garantir maior proteção e resistência do epitélio uterino, o aumento das camadas de células pode diminuir a função secretora das células, o que pode favorecer o desenvolvimento de neoplasia, apesar de na maioria das vezes as metaplasias não estarem relacionadas com o câncer.
Apesar de não ser câncer e de na maioria das vezes não aumentar o risco de ter câncer, o ginecologista normalmente solicita a repetição do papanicolau após 1 ano, e após dois exames normais consecutivos, o intervalo do papanicolau, poderá ser de 3 anos.
Possíveis causas da metaplasia escamosa
A metaplasia escamosa acontece principalmente com o objetivo de proteger o útero e pode ser favorecida pelos seguintes fatores:
- Aumento da acidez vaginal, que é mais frequente na idade fértil e na gravidez;
- Inflamações ou irritações uterinas;
- Exposição a substâncias químicas;
- Excesso de estrogênio;
- Deficiência em vitamina A;
- Presença de pólipos uterinos;
- Uso de anticoncepcionais.
Além disso, a metaplasia escamosa também pode ser provocada pela cervicite crônica, que é uma irritação constante do colo do útero que acomete principalmente as mulheres em idade fértil. Veja tudo sobre a cervicite crônica.
Fases da metaplasia escamosa
A metaplasia escamosa pode ser didaticamente separada em algumas fases de acordo com as características das células:
1. Hiperplasia das células de reserva
Inicia-se em regiões mais expostas do colo do útero, em que se vão formando pequenas células de reserva que à medida que se formam e se multiplicam, vão formando um tecido com várias camadas.
2. Metaplasia escamosa imatura
Esta é uma fase da metaplasia em que as células de reserva ainda não terminaram de se diferenciar e estratificar. É muito importante identificar esta área e fazer exames regulares para analisar a sua evolução, porque é onde surge a maioria das manifestações de câncer cervical.
Em alguns casos, o epitélio pode permanecer imaturo, o que é considerado anormal e pode iniciar alterações celulares que podem originar câncer. Embora esta complicação não seja muito frequente, pode ocorrer em algumas pessoas devido a uma infecção pelo HPV, que é o vírus do papiloma humano, que pode infectar essas células escamosas imaturas e transformá-las em células com anomalias.
3. Metaplasia escamosa matura
O tecido imaturo pode alcançar a maturidade ou permanecer imaturo. Quando o epitélio imaturo se converte em tecido maduro, que já está completamente formado, torna-se mais resistente às agressões, não havendo risco de complicações.