O que é:
A mola hidatiforme é um tipo de doença trofoblástica gestacional causada pela multiplicação anormal de células da placenta, resultando em sintomas, como sangramento vaginal com aspecto de suco de ameixa no primeiro trimestre, ou náuseas e vômitos intensos.
A causa da mola hidatiforme, também chamada de gravidez molar, é causada por alterações genéticas, podendo ser parcial ou completa, sendo diferenciadas pela presença ou ausência do embrião.
O tratamento da mola hidatiforme é feito pelo obstetra e geralmente envolve a dilatação e curetagem uterina, cirurgia para remoção do útero e monitoramento dos níveis de beta-HCG.
Sintomas de mola hidatiforme
O principais sintomas de mola hidatiforme são:
- Sangramento vaginal no primeiro trimestre da gestação;
- Sangramento com aspecto de suco de ameixa;
- Náuseas e vômitos intensos;
- Saída de tecido pela vagina com aspecto de gotas d'água ou cachos semelhantes a uvas.
Além disso, devido aos altos níveis de beta-HCG, após o primeiro trimestre, por volta das semanas 14 a 16, a mulher também pode apresentar sintomas de hipertireoidismo, como tremores nas mãos e palpitações cardíacas. Saiba identificar os sintomas de hipertireoidismo.
A mola hidatiforme deve ser diagnosticada o quanto antes para evitar complicações que podem surgir se a gravidez avançar para o segundo trimestre, como pré-eclâmpsia, embolia pulmonar ou edema agudo do pulmão, que podem colocar a vida da mulher em risco.
Se apresenta sintomas de mola hidatiforme, marque uma consulta com um obstetra na região mais próxima:
Mola hidatiforme é câncer?
A mola hidatiforme é um tumor benigno da placenta, mas que pode evoluir para um tumor maligno, ou seja, câncer, uma vez que a proliferação trofoblástica pode continuar mesmo após o tratamento.
Por isso, é importante realizar o tratamento o mais rápido possível e fazer acompanhamento médico regular, com exames para medir os níveis de beta-HCG.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da mola hidatiforme geralmente é feito pelo obstetra durante o ultrassom obstétrico pré-natal no primeiro trimestre da gestação, que também é realizado quando a mulher apresenta sangramento vaginal no primeiro trimestre.
Nesse ultrassom é possível o médico observar características da mola hidatiforme e identificar seu tipo, além de também poder ser visualizado cistos tecaluteínicos nos ovários.
Além do ultrassom, outro exame que o médico deve solicitar é o de beta-HCG, que na mola hidatiforme completa encontra-se com os níveis muito elevados, geralmente acima de 100.000 mUI/mL.
Já na mola hidatiforme parcial, os níveis de beta-HCG podem estar com valores normais para a idade gestacional ou até abaixo dos valores de referência. Confira os valores de referência para o beta-HCG.
Outros exames que o médico pode solicitar para avaliar os sintomas são exames de tireoide, hemograma completo, testes de função renal e hepática, fatores de coagulação sanguínea e raio X de pulmão.
Possíveis causas
A mola hidatiforme é causada por alterações genéticas durante a fecundação, resultando em uma multiplicação anormal de células da placenta.
Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de mola hidatiforme, como:
- Gravidez antes dos 20 anos ou após os 35 anos;
- Histórico anterior de gravidez molar;
- Histórico de abortos espontâneos ou infertilidade;
- Hábito de fumar.
Além disso, outro fator que pode aumentar o risco de mola hidatiforme é a dieta pobre em carotenos, que são precursores da vitamina A.
Tipos de mola hidatiforme
A mola hidatiforme pode ser classificada em dois tipos, que são:
1. Mola hidatiforme completa
A mola hidatiforme completa é o tipo mais comum, causada pela fecundação de um óvulo sem núcleo, por dois espermatozoides ou um espermatozoide que depois se duplica, fazendo com que o óvulo fecundado tenha apenas DNA do pai.
Esse tipo de mola hidatiforme é caracterizada pela ausência do feto e do líquido amniótico, placenta grossa e com cistos, e massa na cavidade uterina com aparência de “tempestade de neve”.
2. Mola hidatiforme parcial
A mola hidatiforme parcial é causada pela fecundação de um óvulo normal, por dois espermatozoides.
Nesse tipo de mola hidatiforme, ocorre a formação do feto, que apresenta malformações, além de ser caracterizada pela presença de pouco líquido amniótico e placenta com cistos, com aspecto semelhante a “queijo suíço”.
Como é feito o tratamento
O tratamento da mola hidatiforme deve ser feito com orientação do obstetra, e deve ser feito o mais rápido possível para a remoção da mola hidatiforme, e assim evitar complicações.
Os principais tratamentos para a mola hidatiforme são:
- Esvaziamento do útero, através da dilatação e curetagem uterina. Saiba como é feita a curetagem;
- Histerectomia, que é a remoção do útero, especialmente em mulheres com mais de 40 anos ou que já possuem filhos.
Além disso, o médico deve monitorar os níveis de beta-HCG, sendo que no caso da mola hidatiforme completa, o exame deve ser feito 1 vez por semana ou a cada 15 dias, até que valores se encontrem normais ou negativos, após 3 exames consecutivos.
Após obter os resultados negativos de beta-HCG, deve-se ainda realizar o acompanhamento médico, repetindo o exame 1 vez por mês, durante 6 meses.
Já no caso da mola hidatiforme parcial, o exame de beta-HCG deve ser feito 30 dias após o tratamento.
No entanto, nos casos em que os níveis de beta-HCG permanecem altos, que é indicativo de doença trofoblástica gestacional persistente, invasiva ou câncer, o médico deve encaminhar a mulher para uma consulta com um oncologista, de forma a iniciar o tratamento com quimioterapia. Veja os principais tipos de doença trofoblástica gestacional.
Quem teve mola hidatiforme pode engravidar?
A mulher que teve mola hidatiforme pode engravidar, após a cura da doença, sendo que no caso da mola hidatiforme completa o obstetra pode liberar para engravidar após 6 meses com resultados negativos de beta-HCG.
Já no caso da mola hidatiforme parcial, após 30 dias do resultado negativo de beta-HCG, o médico pode liberar a mulher para engravidar.
Possíveis complicações
As mola hidatiforme pode causar algumas complicações como:
- Pré-eclâmpsia;
- Embolia pulmonar;
- Edema agudo do pulmão.
Essas complicações são graves e podem colocar a vida da mulher em risco, ocorrendo principalmente quando o tratamento da mola hidatiforme não é feito rapidamente e a gravidez evolui para o segundo trimestre.
Além disso, mesmo após o tratamento, o tecido trofoblástico pode continuar proliferando e evoluir para a neoplasia trofoblástica gestacional, ou seja, câncer.