Neurodermatite é uma alteração inflamatória que acontece quando se coça ou se esfrega a pele constantemente, provocando lesões, feridas e engrossamento da região afetada da pele, podendo afetar qualquer parte do corpo, no entanto, é mais comum nos braços, pescoço e pernas.

A neurodermatite, também conhecida como líquen simples crônico ou neurodermatite circunscrita, pode ser desencadeada por fatores emocionais, como estresse e cansaço, calor ou frio em excesso ou ser consequência de alergia ou picada de mosquito, por exemplo.

O tratamento para a neurodermatite deve ser indicado pelo dermatologista e tem como objetivo recuperar a pele lesionada e evitar que ela seja coçada novamente. Nos casos em que a neurodermatite é causada por um agente agressor, é importante que o fator seja identificado para, assim, evitar o contato e prevenir a irritação da pele.

Sintomas de neurodermatite

Os principais sintomas de neurodermatite são:

Coceira num determinado local;
Espessamento da pele no local;
Descamação da pele no local;
Lesões bem delimitadas;
Feridas na pele;
Vermelhidão ou escurecimento do local que está irritado, devido ao espessamento da pele e coceira.

As lesões da neurodermatite aparecem com mais frequência nos braços, no pescoço e nas pernas, mas também podem aparecer no couro cabeludo, cotovelos, punhos, mãos e tornozelos.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da neurodermatite é feito pelo dermatologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e de alergias e exame físico da pele.

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Além disso, o médico pode fazer. um exame de dermatoscopia, que permite avaliar a pele mais detalhadamente e solicitar exames como hemograma completo e imunoglobulinas no sangue, por exemplo. Veja como é feita a dermatoscopia.

Outro exame que pode ser realizado pelo médico é a biópsia de pele, para descartar outras condições com sintomas semelhantes, como psoríase ou micose fungoide.

Causas da neurodermatite

A neurodermatite pode ser desencadeada por fatores:

Emocionais, como o excesso de estresse, cansaço, irritabilidade ou nervosismo, já que em algumas pessoas os nervos presentes na pele reagem de forma excessiva a essas emoções, desencadeando a neurodermatite;
Físicos, como contato com um agente agressor, como um inseto, alergia ao tecido da roupa, encostar em algo que provoque uma reação alérgica;
Climáticos, como calor em excesso, frio em excesso ou suor em excesso.

A causa influencia o tratamento, pois se a neurodermatite aparecer devido ao contato com o agente agressor, é importante evitá-lo para evitar que ocorra a irritação na pele característica da neurodermatite.

A neurodermatite localizada geralmente acontece devido a reações alérgicas, como picadas de insetos, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento da neurodermatite deve ser orientado pelo dermatologista e tem como objetivo promover a cicatrização das lesões e diminuição da coceira.

1. Medicamentos para neurodermatite

Os medicamentos para a neurodermatite que podem ser indicados pelo dermatologista incluem:

Corticoesteroides, que podem ser usados em forma de pomadas ou, nos casos mais graves, injeção na região, ajudando a diminuir a inflamação e o engrossamento da pele;
Inibidores de calcineurina, doxepina ou ácido acetilsalicílico, que podem ser aplicados em forma de pomadas e servem para diminuir a coceira;
Anti-histamínicos e ansiolíticos, que podem ser tomados por via oral e são usados para diminuir a coceira;
Lidocaína e capsaicina, que podem ser aplicados na região, ajudando a dessensibilizar as terminações nervosas da região, acalmando a coceira;
Antibióticos, que podem ser aplicados na forma de pomadas ou por via oral quando existe infecção na região afeta;
Preparação com alcatrão de hulha, que pode ser aplicado sobre a pele.

Além disso, o médico pode recomendar colocar uma gaze com óxido de zinco ou plástico filme para cobrir a área afetada e ajudar a evitar arranhões no local e diminuir a coceira.

2. Cuidados diários

Alguns cuidados diários que podem ser recomendados pelo médico para auxiliar no tratamento da neurodermatite são:

Manter a pele hidratada por meio do uso de creme hidratante, recomendado pelo médico;
Aumentar a ingestão de água, para aumentar a hidratação da pele;
Colocar compressas frias na região antes de aplicar o creme com corticoesteroides, para ajudar que o creme penetre melhor na pele e acalme a coceira;
Utilizar roupa folgada para evitar que roce na pele;
Tomar banhos com água morna e de curta duração, evitando água quente;
Manter as unhas cortadas para evitar ferir a região afetada.

Além disso, é também recomendado praticar técnicas de relaxamento, como yoga, mindfulness e relaxamento muscular progressivo, pois ajudam a aliviar a vontade de coçar e descascar a região afetada.

3. Psicoterapia

No caso da neurodermatite causada por problemas emocionais, o tratamento pode incluir o acompanhamento de um psicólogo para realização de psicoterapia.

4. Injeção de botox

A injeção de botox com a toxina botulínica tipo A pode ser feita pelo dermatologista quando outros tratamentos não foram eficazes.

Essa injeção ajuda a reduzir a coceira na pele causada pela neurodermatite.

5. Fototerapia

Nos casos mais complicados, pode ser necessário realizar sessões de fototerapia, aplicando luzes ultravioletas artificiais, para reduzir a inflamação da pele.

Além disso, a fototerapia tem ação imunossupressora, o que pode ajudar a reduzir os sintomas da neurodermatite.

A neurodermatite tem cura?

Com o devido tratamento, a neurodermatite tem cura, podendo a pessoa apresentar melhora dos sintomas em cerca de 3 a 5 dias após o início do tratamento.

No entanto, para evitar que haja um novo quadro de neurodermatite, aconselha-se que a pessoa descubra o que pode estar causando a coceira e assim evite estas situações.

É importante também evitar coçar o local lesionado para evitar uma piora no quadro.

Neurodermatite: o que é, sintomas, causas e tratamento