O que acontece no corpo ao parar de tomar o anticoncepcional

Atualizado em abril 2024

Quando se resolve parar o uso do anticoncepcional, podem surgir algumas mudanças no corpo, como perda ou ganho de peso, atraso da menstruação, piora das cólicas e  dos sintomas da TPM. Além disso, após parar o anticoncepcional, o risco de gravidez pode voltar a existir assim que os ovários retornam à sua função normal.

Os efeitos da parada do anticoncepcional começam a ser sentidos cerca de 2 semanas após a suspensão do remédio, quando o corpo percebe a falta dos hormônios artificiais e começa a ter que produzi-los naturalmente, mas isto pode variar de acordo com cada mulher e do tipo de anticoncepcional utilizado.

O anticoncepcional pode ser parado a qualquer momento, mas, de preferência, quando acabar a cartela, para haver um melhor controle do ciclo. Veja como usar o anticoncepcional.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas após parar de tomar anticoncepcional

Alguns sintomas que podem surgir após parar de tomar anticoncepcional são:

1. Alteração do peso

As substâncias presentes no anticoncepcional podem causar retenção de líquidos, com intensidade variada de acordo com cada tipo, levando ao aumento de peso. Assim, ao parar de tomar o anticoncepcional, é possível haver a eliminação do líquido em excesso, levando à diminuição de peso.

Por outro lado, como parar o anticoncepcional pode provocar oscilações maiores no humor da mulher, também acontece o ganho de peso devido ao maior apetite, indisposição para atividade física e maior desejo por doces. 

O que fazer: o ideal é apostar em uma alimentação saudável, rica em cálcio, vitamina B6 e magnésio, como legumes, frutas, verduras, peixes e cereais integrais, que ajudam o corpo a equilibrar os níveis de hormônios e eliminar toxinas. Essas toxinas pioram a retenção de líquidos e o mau humor. A realização de atividade física é fundamental para melhorar a circulação, queimar de gordura e regular o apetite. 

2. Desregulação da menstruação

Ao parar o uso do anticoncepcional, os ovários precisam voltar a produzir seus hormônios, o que leva tempo e a produção dos hormônios não ocorre de forma regular, de forma que pode ser notada alteração nos ciclos menstruais.

O que fazer: estas alterações de alguns dias costumam ser normais, mas, se forem muito intensas, a ponto de ficar 2 meses sem menstruar, ou menstruar 3 vezes no mês, deve-se consultar o ginecologista para serem feitas avaliações dos níveis de hormônios e do funcionamento dos ovários. Uma dica é anotar sempre as datas das menstruações e quanto tempo ela durou, para saber como funciona o ritmo do seu ciclo.

3. Piora das cólicas menstruais

Na ausência do efeito dos anticoncepcionais, o tecido do útero fica mais espesso, o que é uma preparação para uma possível gravidez, causando piora das cólicas e fluxo de sangue durante a menstruação.

O que fazer: para aliviar as cólicas menstruais, pode-se tomar anti-inflamatórios, como ibuprofeno ou ácido mefenâmico, além de fazer compressa de água morna na barriga ou na região lombar, podem aliviar as cólicas. Confira algumas dicas para diminuir as cólicas menstruais

4. TPM e oscilação de humor

Como os hormônios femininos, progesterona e estrogênio, produzidos naturalmente nos ovários têm uma variação mais intensa e abrupta ao longo do mês, em relação a quando se toma o anticoncepcional, é mais comum haver piora da TPM, com irritabilidade, tristeza, impulsividade, alterações do sono e dor de cabeça.

O que fazer: para aliviar os sintomas da TPM, deve-se apostar em alimentos calmantes, como suco de maracujá, chá de camomila, 1 pedaço de chocolate meio amargo, além de exercícios de relaxamento, meditação e alongamento. Confiram mais dicas de como combater os principais sintomas da TPM.

5. Alterações da pele

A maioria das pílulas diminuem a produção de testosterona, deixando a pele mais limpa, seca e sem obstrução dos poros. Por isso, quando o o uso de anticoncepcional é suspenso, é muito comum que a pele tenha mais oleosidade e espinhas. Alguns tipos de anticoncepcional, entretanto, podem ter composições diferentes, por isso, o efeito pode ser contrário.

O que fazer: para combater a oleosidade da pele, pode-se usar algumas loções ou sabonetes adstringentes, comprados na farmácia, e usar 1 ou 2 vezes ao dia. Mas, quando a formação de espinhas é mais intensa, é necessário ir ao dermatologista para a orientação do uso de cremes mais específicos, como peróxido de benzoíla ou adapaleno.

6. Aumento de pelos e da libido

Como muitos anticoncepcionais limitam as produção de hormônios, inclusive a testosterona, é comum que ao parar de tomar anticoncepcional exista a produção desses hormônios de forma natural, podendo ter como resultado o aparecimento de pelos indesejáveis, voz um pouco mais grossa, além de aumento da vontade do contato sexual.

O que fazer: a testosterona está presente naturalmente na mulher, no entanto caso sejam notados sintomas de excesso de testosterona, como aumento excessivo da quantidade de pelos, é importante que o ginecologista seja consultado para que seja feita a avaliação dos hormônios femininos e, assim, seja avaliada a necessidade de suplementação de hormônios femininos. Veja como diminuir a testosterona na mulher.

7. Maior quantidade de secreções íntimas

É comum que após a parada do uso de anticoncepcional, exista uma maior produção de secreções íntimas, tanto no dia-a-dia como no contato íntimo, sendo consequência do aumento da produção natural de estrogênio.

O que fazer: este tipo de secreção é perfeitamente natural, e indica que os ovários estão trabalhando bem. É importante ter uma troca de roupas íntimas a cada banho, para manter a higiene e impedir a proliferação de microrganismos na região. 

Quanto tempo demora para engravidar

O tempo de adaptação do corpo da mulher à ausência dos hormônios do anticoncepcional pode variar, geralmente entre alguns dias até 1 ano, principalmente se o anticoncepcional tiver sido usado por muitos anos e de acordo com o tipo de anticoncepcional utilizado.

Os anticoncepcionais injetáveis, por conter maiores níveis de hormônios, podem causar uma demora maior para os ovários e útero permitirem uma gravidez, porém, tudo vai depender da capacidade de cada organismo de eliminar as substâncias artificiais do corpo e voltar a produzir as suas próprias.

Existem alimentos que podem ajudar o organismo a produzir seus próprios hormônios e nutrientes, e eliminar os efeitos artificiais do anticoncepcional, principalmente os ricos em zinco, vitaminas B6, A, C, E e ômega-3, como ovos, peixes, brócolis, aveia, quinoa, trigo, semente de girassol e abacate. Saiba mais sobre como aumentar a fertilidade com a alimentação

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