Parassonia: o que é, principais tipos e o que fazer

O que é:

As parassonias são transtornos do sono que se caracterizam por experiências, comportamentos ou eventos psicológicos anormais, que podem ocorrer em várias fases do sono. O sonambulismo, terrores noturnos, bruxismo, pesadelos e transtornos de movimento, são exemplos de parassonias que devem ser tratadas de forma específica, caso condicionem a vida da pessoa.

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As parassonias no início da infância são comuns e normais, e normalmente não é necessário tratamento, sendo geralmente suficiente tranquilizar a criança, já que maior parte das parassonias tende a desaparecer durante a adolescência. No entanto, algumas parassonias podem ser sinal de que a pessoa está a viver um problema ou insegurança, e outras persistem durante anos, podendo estar associadas a estresse e ansiedade.

Apesar de não serem consideradas graves, algumas parassonias podem interferir nas atividades do dia a dia tanto nas crianças como nos adultos caso o tratamento não seja realizado, podendo afetar o comportamento e o rendimento escolar e laboral. Por isso, nesses casos, é muito importante consultar o médico ou o pediatra para identificar o problema e iniciar o tratamento mais adequado.

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Tipos de parassonia

As parassonias podem ser classificadas de acordo com a fase do sono que ocorrem, sendo as principais:

1. Despertar confusional

O despertar confusional é comum em crianças entre 2 3 5 anos de idade e costuma acontecer nas primeiras 2 a 3 horas do sono, tendo uma duração de 5 a 15 minutos. Durante um episódio de despertar confusional, a pessoa acorda confusa, desorientada no tempo e no espaço, respondendo lentamente e com perda de memória. No caso das crianças, é possível que não exista lembrança de ter acordado.

O que fazer: o despertar confusional pode ser resolvido por volta dos 5 anos sem que seja necessário tratamento. No entanto, em alguns casos, é possível que continue após essa idade, cause mal estar e interfira na qualidade de vida da criança.

Por isso, é recomendado que o pediatra seja consultado para que seja indicado o tratamento adequado. Além disso, devem ser evitados medicamentos que alterem o sono e é importante ter uma rotina adequada para se ter uma boa noite de sono.

2. Sonambulismo

O sonambulismo geralmente acontece entre os 4 e 8 anos de idade e é mais frequente em mulheres. Esse tipo de parassonia, normalmente acontece cerca de 1 a 2 horas após a pessoa adormecer, em que a pessoa se levanta da cama e caminha durante o sono, podendo incluir outros comportamentos mais complexos como pegar objetos, caminhar para sair da casa, por exemplo.

O sonambulismo pode não ter uma causa específica ou ser provocado pela uso de medicamentos, estresse, falta de sono ou ser consequência do fato de não dormir no lugar de costume. Saiba como identificar e como lidar com o sonambulismo.

O que fazer: é importante evitar os fatores que causem o sonambulismo, além de adotar uma boa higiene do sono. Em alguns casos, pode ser necessário procurar orientação médica, em que pode ser indicado o uso de medicamentos, como os benzodiazepínicos, por exemplo.

Acordar uma pessoa que esteja em um episódio de sonambulismo pode causar confusão, além de que a pessoa pode também apresentar comportamento agressivo devido à desorientação do momento.

3. Terrores noturnos

Os terrores noturnos caracterizam-se por um despertar com gritos ou choro, uma a duas horas depois de adormecer, que ocorrem geralmente em crianças entre os 4 e os 12 anos, sendo acompanhados de outros sintomas, como medo, taquicardia, vermelhidão da pele, confusão e desorientação.

Os episódios costumam ter duração de segundos a minutos e, depois disso, a criança volta ao dormir e não se recorda do que aconteceu.

O que fazer: essa situação normalmente é resolvida sem que seja necessário realizar tratamento, no entanto podem ser adotadas medidas de precaução, como fazer uma proteção ao redor da cama, para evitar que a criança se machuque durante uma episódio de terror noturno.

É importante que a criança não seja acordada durante o terror noturno, já que pode piorar a situação e levar ao aparecimento de mais sintomas e agitação, devendo estar atento a possíveis lesões ou riscos durante o episódio.

Saiba mais sobre os terrores noturnos e veja o que fazer.

4. Pesadelos

Os pesadelos são episódios assustadores que ocorrem durante a fase de sono REM, muito comum em crianças e adolescentes, apesar de poderem acontecer em qualquer fase da vida.

Os pesadelos podem ocorrer sem causa aparente, podendo, em alguns casos, ser desencadeados por medos, estresse ou ansiedade. No entanto, também podem ser causados devido ao uso de certos medicamentos, estresse pós-traumático, problemas respiratórios ou distúrbios psiquiátricos, por exemplo. Os pesadelos são considerados um evento anormal quando acontecem com frequência, causando angústia ou afetando a qualidade de vida da pessoa.

O que fazer: a psicoterapia com técnicas comportamentais tem demonstrado bons resultados diante à ocorrência de pesadelos frequentes, no entanto, nos casos mais graves, pode ser necessário consultar o psiquiatra, que poderá indicar o uso de medicamentos como o Prazosin, caso o pesadelo esteja relacionado com estresse pós-traumático.

5. Paralisia do sono

A paralisia do sono consiste na incapacidade para realizar movimentos no início do sono, durante o sono ou ao acordar, sendo que a pessoa apenas consegue mover os olhos, podendo ainda ter alucinações assustadoras. Os episódios de paralisia do sono podem durar de segundos a alguns minutos, resolvendo-se de forma espontânea.

Embora esta parassonia seja mais comum em adolescentes e adultos, pode, em alguns casos ocorrer em crianças e pode estar associada com estresse ou maus hábitos de sono. Saiba o que fazer para evitar a paralisia do sono.

O que fazer: uma vez que os eventos de paralisia do sono duram pouco tempo e não representam risco para a saúde, não é necessário tratamento. No entanto, é recomendado adotar uma rotina antes de dormir que garanta uma boa noite de sono. Em alguns casos, o médico pode prescrever o uso de antidepressivos para prevenir novos episódios.

6. Bruxismo noturno

O bruxismo consiste no ato inconsciente de apertar ou ranger os dentes constantemente, levando ao desgaste dos dentes, dor nas articulações e dor de cabeça ao acordar.

Esta parassonia pode ser causada por fatores genéticos, neurológicos ou respiratórios, como ronco e apneia do sono, ou estar relacionado com fatores psicológicos, como estresse ou ansiedade. Além disso, o consumo excessivo de cafeína, álcool, fumo ou o uso frequente de drogas também pode aumentar a frequência do bruxismo. Saiba em que consiste o tratamento do bruxismo.

O que fazer: é indicado consultar o dentista para que seja feita uma avaliação dos dentes, já que pode ser necessário, em alguns casos, que seja feito tratamento. Para evitar o desgaste dos dentes e problemas na articulação da mandíbula, o dentista pode recomendar o uso de uma placa de proteção durante a noite.

7. Enurese noturna

A enurese noturna é definida pela perda de urina involuntária frequente, durante a noite, em crianças com mais de 5 anos de idade, que pode estar relacionado com atrasos no crescimento, problemas mentais, estresse ou doenças, como a diabetes, por exemplo, sendo mais frequente em meninos do que em meninas.

O que fazer: a psicoterapia comportamental possui bons resultados para esse tipo de parassonia e consiste em estimular a criança a urinar durante o dia e evitar o consumo de líquidos antes de dormir. Em alguns casos pode ser necessário o uso de medicamentos como vasopressina, desmopressina ou oxibutinina, por exemplo.

Saiba mais sobre a enurese noturna e o que fazer para evitar.

8. Transtorno comportamental do sono REM

O transtorno comportamental do sono REM é uma situação em que a ao invés de apresentar a perda total do tônus muscular, como normalmente acontece no sono REM, a pessoa apresenta movimentos violentos, como socos e pontadas. Como consequência, as crianças ou adultos podem se machucar ou machucar outra pessoa com quem divide a cama.

O que fazer: nesse caso, pode ser indicado pelo psiquiatra o uso de medicamentos benzodiazepínicos noturnos, principalmente clonazepam.

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