Peito escavado: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em setembro 2023

O peito escavado é uma malformação congênita em que o osso do esterno apresenta uma depressão no centro do peito, na região entre as costelas, podendo ser identificada pelo neonatologista logo após o nascimento.

Essa condição, também conhecida como pectus excavatum, pode causar uma alteração da imagem corporal que, embora não traga risco de vida, pode dificultar o desenvolvimento da autoestima ou causar alterações psicológicas, principalmente na criança.

O peito escavado pode levar, em alguns casos, à compressão dos órgãos da região, o que aumenta o risco de infecções do trato respiratório e dificuldade para respirar. Nessas situações, deve-se consultar o ortopedista que pode indicar uma cirurgia para reposicionar os ossos no local correto.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de peito escavado

Os principais sintomas de peito escavado são:

  • Depressão no meio do peito, que pode variar de acordo com a gravidade;
  • Intolerância ao exercício;
  • Dor no peito;
  • Fadiga;
  • Tontura;
  • Palpitações cardíacas;
  • Chiado ao respirar e/ou tossir;
  • Infecções respiratórias recorrentes.

Esses sintomas podem surgir em situações mais graves do peito escavado, pois a maioria das pessoas apresenta apenas sinal de depressão no tórax entre as costelas.

Embora o peito escavado possa ser identificado logo após o nascimento, em muitos casos há piora à medida que a criança se desenvolve e, por isso, o tratamento geralmente só é indicado após a adolescência, para diminuir o risco de o problema voltar a surgir.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico de peito escavado pode ser feito pelo neonatologista logo após o nascimento ou pelo pediatra ou ortopedista ao longo da vida da criança e até a adolescência, sendo feito através da avaliação física do tórax.

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Além disso, o médico pode indicar a realização de exames de imagem, como raio X de tórax, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para avaliar se existem alguma compressão dos pulmões ou coração.

 Outros exames que podem ser solicitados pelo médico são eletrocardiograma, ecocardiograma ou testes de função pulmonar, por exemplo.

Possíveis causas

A causa do surgimento do peito escavado não é conhecida, no entanto, é mais comum em meninos e pessoas que têm histórico familiar dessa malformação, e costuma estar relacionado com o crescimento excessivo da cartilagem que liga as costelas ao osso esterno.

Esta malformação pode ser observada em condições como a síndrome de Marfan, síndrome de Noonan, síndrome de Poland e osteogênese imperfeita, por exemplo.

Como é feita a cirurgia

O tratamento do peito escavado deve ser feito pelo pediatra ou ortopedista e, geralmente, é feita com a cirurgia para o reposicionamento dos ossos no local correto nos casos mais graves.

A cirurgia do peito escavado pode ser feita de duas formas diferentes, dependendo da gravidade e da idade da pessoa. No entanto, em ambos os casos é feita com anestesia geral e é necessário ficar internado cerca de 1 semana.

Os principais tipos de cirurgia para o peito escavado são:

  • Cirurgia aberta ou de Ravitch: é usada em adultos, nos casos moderados a graves, cujo tórax esteja rígido e muito assimétrico e dura entre 4 a 6 horas. Nesta técnica é feito um corte horizontal no peito para remover a cartilagem anormal que liga as costelas ao osso do esterno, permitindo que o osso regresse à sua posição correta. Depois são colocados materiais cirúrgicos para manter o peito na posição correta;
  • Cirurgia minimamente invasiva ou de Nuss: é normalmente feita em crianças e nos casos leves a moderados e dura entre 1 a 2 horas. Nesta técnica são feitos dois pequenos cortes por baixo da axila e depois é inserida uma barra de metal entre um corte e outro, de forma a empurrar o esterno para fora até a posição correta.

Esta é uma cirurgia muito dolorosa e, por isso, após a cirurgia, é necessário ficar internado especialmente para fazer analgésicos diretamente na veia e melhorar o conforto, sendo que a alta é dada assim que a dor diminui e não existam complicações.

Como é a recuperação

No período após a alta, é necessário ir a consultas frequentes no médico para fazer exames de raio X ou tomografia computadorizada de forma a avaliar se o esterno continua na posição correta. Com estas avaliações também é possível determinar qual o melhor momento para remover o material cirúrgico ou a barra de metal deixados durante a cirurgia.

No caso da cirurgia aberta, o material normalmente é retirado após 6 a 12 meses, enquanto a barra da cirurgia minimamente invasiva é retirada apenas após 2 ou 3 anos.

Durante este período também é importante estar atento a sinais de infecção ou rejeição do material cirúrgico deixado no corpo, como inchaço ou vermelhidão no local dos cortes, febre acima de 38ºC ou cansaço excessivo, por exemplo.

Já as atividades esportivas só devem ser iniciadas com aprovação do médico, devendo-se evitar as de maior impacto e risco de lesões, como futebol, basquetebol ou artes marciais.