O que é:
A síndrome de pica é um transtorno alimentar no qual a pessoa tem vontade de comer coisas "estranhas" ou que não são comida, como pedras, giz, sabonete ou terra, por exemplo.
Essa síndrome, também chamada de alotriofagia ou picamalácia, é mais comum de acontecer durante a gravidez e em crianças, sendo normalmente indicativo de deficiência nutricional.
Consumir alimentos fora da sua forma habitual, ou seja, combinado com outros alimentos pouco habituais, como coentro com açafrão e sal, também pode ser considerado síndrome de pica. Em qualquer dos casos, é importante consultar um médico para identificar qual o nutriente que pode estar em falta e iniciar o tratamento mais adequado.
Como identificar a síndrome
A síndrome de pica é caracterizada pelo consumo de substâncias, ou coisas, que não são consideradas alimentos, como por exemplo:
- Tijolo;
- Terra ou argila;
- Gelo;
- Tinta;
- Sabonete;
- Cinzas;
- Palito de fósforo queimado;
- Cola;
- Papel;
- Borra de café;
- Frutas verdes;
- Plástico.
Pode ainda existir vontade de consumir alimentos de forma pouco convencional, como misturar batata crua e ovo cozido ou melancia com margarina, por exemplo
Possíveis causas
A síndrome de pica normalmente é causada por deficiências nutricionais. No entanto, também pode estar relacionada com alterações hormonais, crônicas e psicológicas, como depressão e transtorno obsessivo compulsivo. Por isso, o acompanhamento médico, nutricional e psicológico importante nessa situação.
Síndrome de pica na gravidez
A síndrome de pica na gravidez deve ser identificada o mais rápido possível para que se possam evitar complicações para o bebê, já que geralmente indica que a gestante não está consumindo a quantidade adequada de nutrientes. Quando isso acontece, existe maior risco de o bebê nascer com baixo peso, de o parto ser prematuro ou de surgirem alterações cognitivas na criança.
Além disso, como nesta síndrome existe o desejo de ingerir substâncias inadequadas, podem ser consumidas substâncias tóxicas que podem atravessar a barreira placentária e atingir o bebê, podendo comprometer o seu desenvolvimento, favorecer o aborto ou o óbito ainda durante o período gestacional.
Como é o tratamento
O tratamento da síndrome de pica deve ser orientado pelo médico e pelo nutricionista, sendo importante que sejam identificados os hábitos alimentares da pessoa. Além disso, é importante que seja verificado, através de exames laboratoriais, qual a deficiência nutricional que a pessoa possui, pois assim é possível que sejam feitas orientações sobre a alimentação e a necessidade de iniciar suplementação de vitaminas e minerais.
Caso seja verificado que a síndrome está relacionada com prisão de ventre, anemia ou obstrução intestinal, o médico pode ainda indicar a realização de outros tratamentos mais direcionados. Em alguns casos, o acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra pode também ser importante, pois ajuda a entender que aquele hábito não é adequado, especialmente para pessoas que não têm qualquer tipo de deficiência nutricional que justifique o comportamento.