O que é:
A placenta acreta é a fixação da placenta nas camadas mais internas do útero, músculo uterino ou até fora do útero em órgãos como bexiga ou intestino, por exemplo, sendo uma complicação grave durante a gravidez, pois pode dificultar a saída da placenta durante o parto e causar hemorragia pós-parto.
A placenta acreta é normalmente identificada em ultrassons pré-natais, sendo mais comumente causada devido a cesáreas anteriores. No entanto, outros fatores podem contribuir para seu desenvolvimento, como a idade materna avançada, curetagem uterina, ou placenta prévia, por exemplo.
É importante que a placenta acreta, também conhecida por acretismo placentário, seja diagnosticada durante os exames pré-natais para que se possa programar a cesariana seguida de histerectomia, que é normalmente o tratamento indicado, e, assim, sejam prevenidas complicações para a mãe e para o bebê.
Sintomas de placenta acreta
Normalmente, a mulher não sente qualquer sintoma de alteração na placenta, sendo, por isso, importante que a mulher realize corretamente o pré-natal para que essa alteração possa ser identificada.
Apesar de sinais e sintomas não serem frequentes nesses casos, algumas mulheres podem apresentar sangramento vaginal discreto, sem dor e sem razão aparente durante a gestação, sendo recomendado que vá ao ginecologista/ obstetra para que seja identificada a causa do sangramento e seja iniciado o tratamento.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico de placenta acreta é feito pelo obstetra através de exames de imagem, como ultrassonografia pré-natal, permitindo ao médico visualizar anormalidades na placenta, como aumento dos vasos sanguíneos, além de um afinamento do miométrio e invasão da placenta na bexiga, por exemplo.
Esses exames podem ser realizados no pré-natal e o diagnóstico precoce do acretismo placentário diminui o risco de complicações para a mulher. Conheça outros exames realizados no pré-natal.
A ultrassonografia é normalmente indicada para mulheres consideradas de alto risco e é uma técnica bastante segura tanto para a mãe quanto para o bebê.
Em alguns casos, o médico pode solicitar o exame de ressonância magnética, sendo esse exame controverso. No entanto, pode ser indicado quando o resultado da ultrassonografia é considerado duvidoso ou inconclusivo.
Tipos de placenta acreta
O acretismo placentário pode ser classificado de acordo com a profundidade de implantação da placenta ao útero em:
- Placenta acreta simples: é o tipo mais comum, em que a placenta invade a decídua, que é a camada interna do útero;
- Placenta increta: nesse tipo a placenta penetra totalmente o miométrio, que é o músculo uterino;
- Placenta percreta: é o tipo menos comum, em que a placenta atravessa a parede do útero, podendo crescer através da parede do útero e atingir órgãos próximos, como bexiga ou intestino.
O tipo de placenta acreta é identificado pelo obstetra através dos exames de diagnóstico.
Possíveis causas
O acretismo placentário é mais comum de ser causado devido a cirurgias cesarianas anteriormente, uma vez que pode ocorrer perda de decídua na cicatriz da cesárea, que é a parte da mucosa uterina onde a placenta normalmente se implanta.
Alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento do acretismo placentário são:
- Gravidez após os 35 anos;
- Várias gestações;
- Miomas uterinos;
- Cirurgias para retirada de miomas;
- Ter realizado curetagem anteriormente;
- Ablação endometrial anteriormente;
- Radioterapia na região da pelve.
Além disso, mulheres que têm placenta prévia ou histórico de placenta prévia em gestações anteriores, também têm um risco aumentado de desenvolver placenta acreta. Entenda o que é placenta prévia e como é feito o tratamento.
Possíveis riscos
Os riscos da placenta acreta estão relacionados com o momento em que a placenta acreta é identificada. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menor o risco de haver hemorragia pós-parto, complicações durante o parto, parto prematuro e necessidade de se realizar uma cesariana de emergência.
Além disso, pode haver infecção, problemas relacionados à coagulação, ruptura da bexiga, perda da fertilidade e, caso não seja identificada e tratada corretamente, pode levar ao óbito.
Já para o bebê, os riscos são de nascimento prematuro, ou falta de oxigenação devido à hemorragia materna.
Como é feito o tratamento
O tratamento do acretismo placentário é feito pelo obstetra através da cesariana juntamente com a histerectomia, que é o procedimento médico em que é retirado o útero, normalmente entre a 34ª até o final da 35ª semana da gestação, para otimizar a maturidade do bebê e diminuir o risco de hemorragias na mulher.
Nos casos em que a mulher apresenta hemorragia grave, o médico pode recomendar transfusão de sangue
Em alguns casos pode ser indicada a realização de tratamento conservador para preservar a fertilidade da mulher, sendo apenas realizada cesariana e remoção da placenta, além de acompanhamento da mulher após o parto para monitorar possíveis sangramentos ou complicações.