A púrpura trombocitopênica idiopática, ou PTI, é uma doença autoimune na qual os próprios anticorpos do organismo destroem as plaquetas do sangue, resultando numa redução acentuada desse tipo de células. Quando isso acontece, o corpo tem mais dificuldade para parar hemorragias, especialmente no caso de feridas e pancadas.
Devido à falta de plaquetas, também é muito comum que um dos primeiros sintomas da púrpura trombocitopênica seja o surgimento frequente de manchas roxas na pele em vários locais do corpo.
Dependendo do número total de plaquetas e dos sintomas apresentados, o médico pode aconselhar apenas maiores cuidados para evitar hemorragias ou, então, iniciar o tratamento para a doença, que normalmente inclui o uso de medicamentos para diminuir o sistema imune ou para aumentar o número de células no sangue.
Principais sintomas
Os principais sintomas de púrpura trombocitopênica idiopática são:
- Facilidade para ficar com manchas roxas no corpo;
- Pequenos pontos vermelhos na pele que parecem um sangramento por baixo da pele;
- Facilidade para sangrar pelas gengivas ou nariz;
- Inchaço das pernas;
- Presença de sangue na urina ou fezes;
- Fluxo menstrual aumentado.
No entanto, também existem muitos casos em que a púrpura não causa qualquer tipo de sintomas, sendo que a pessoa é diagnosticada com a doença apenas porque apresenta uma quantidade de plaquetas no sangue inferior a 100.000/mm³. Veja mais sobre a púrpura.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da PTI é feito a partir da observação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa. No entanto é também indicada a realização de hemograma para avaliar a quantidade de plaquetas encontradas no sangue, que no caso de PTI está abaixo de 100.000 plaquetas, sendo na maioria dos casos a única alteração detectada nesse exame.
É também solicitado pelo médico a realização de outros exames para excluir outras alterações que podem ter sintomas e resultados laboratoriais semelhantes. Assim, pode ser indicada a realização da contagem de reticulócitos, VSH, coombs direto, tipagem sanguínea ABO e Rh, exames para avaliar o funcionamento do fígado e da tireoide, exame FAN e exames para infecções, como HIV, H. pylori, HCV e HBV.
Além disso, no caso das pessoas com menos de 20 anos, pode ser também solicitada a realização da dosagem das imunoglobulinas A, G e M (IgA, IgM e IgG).
Marque uma consulta com o médico mais próximo para avaliar o resultado dos exames e, assim, chegar ao diagnóstico e iniciar o melhor tratamento, caso haja necessidade:
Possíveis causas
A púrpura trombocitopênica idiopática acontece quando o sistema imune começa, de forma errada, a atacar as próprias plaquetas do sangue, causando uma diminuição acentuada dessas células. Ainda não é conhecida a razão exata porque isso acontece e, por isso, a doença é chamada de idiopática.
No entanto, existem alguns fatores que parecem aumentar o risco de desenvolver a doença, como ser do gênero feminino e/ou ter tido alguma infecção viral recente, como caxumba ou sarampo. Embora apareça mais frequentemente em crianças, a púrpura trombocitopênica idiopática pode surgir em qualquer idade, mesmo que não existam outros casos na família.
Como é feito o tratamento
Nos casos em que a púrpura trombocitopênica idiopática não provoca qualquer sintomas e o número de plaquetas não está muito reduzido, o médico pode aconselhar apenas ter cuidado para evitar pancadas e feridas, assim como ir fazendo exames de sangue frequentes para avaliar o número de plaquetas.
No entanto, se existirem sintomas ou se o número de plaquetas estiver muito reduzido, pode ser aconselhado o tratamento com medicamentos:
- Remédios que diminuem o sistema imune, geralmente corticoides como a prednisona: diminuem o funcionamento do sistema imune, reduzindo assim a destruição das plaquetas no organismo;
- Injeções de imunoglobulinas: levam ao aumento rápido de plaquetas no sangue e geralmente o efeito dura por 2 semanas;
- Remédios que aumentam a produção de plaquetas, como Romiplostim ou Eltrombopag: levam a medula óssea a produzir mais plaquetas.
Além disso, pessoas com este tipo de doença devem também evitar usar remédios que afetam o funcionamento das plaquetas como a Aspirina ou o Ibuprofeno, pelo menos sem supervisão de um médico.
Nos casos mais graves, quando a doença não melhora com os remédios indicados pelo médico, pode ser necessário fazer uma cirurgia para remover o baço, que é um dos órgãos que produz mais anticorpos capazes de destruir as plaquetas.