Antidepressivos: quais são, como tomar e opções naturais

Antidepressivos são medicamentos indicados para tratar a depressão e outros transtornos psicológicos e exercem a sua ação no sistema nervoso central, apresentando diferentes mecanismos de ação.

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Estes remédios estão indicados para depressão moderada ou grave, quando se manifestam sintomas como tristeza, angústia, alterações do sono e do apetite, cansaço e sensação de culpa, que interferem no bem-estar da pessoa.

Por isso, é importante consultar o psiquiatra para que seja realizado o diagnóstico correto de depressão e, assim, seja possível ser orientado o melhor tratamento, a dose do medicamento e a duração. Saiba como é feito o diagnóstico da depressão.

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Tipos de antidepressivos

Todos os antidepressivos agem diretamente sobre o sistema nervoso, aumentando a quantidade de importantes neurotransmissores que melhoram o humor.

Entretanto, estes medicamentos não são todos iguais e para entender como funcionam no organismo e que efeitos eles podem causar, é importante separá-los em classes, de acordo com o seu mecanismo de ação.

Os principais tipos de antidepressivos são:

1. Antidepressivos tricíclicos

Os antidepressivos tricíclicos são a primeira geração de antidepressivos e agem inibindo a recaptação da noradrenalina e serotonina, aumentando a quantidade desses neurotransmissores no cérebro.

Geralmente, esses antidepressivos são indicados para depressão, pânico, dor crônica, dor neuropática, narcolepsia, ejaculação precoce ou até incontinência urinária noturna em crianças.

Principais antidepressivos: imipramina, clomipramina, amitriptilina, nortriptilina, desipramina, doxepina, protriptilina e trimipramina.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns dos antidepressivos tricíclicos são sonolência, cansaço, boca seca, visão borrada, dor de cabeça, tremor, palpitações, prisão de ventre, náusea, vômito, tontura, rubor, transpiração, queda da pressão sanguínea, ganho de peso.

2. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS)

Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) agem inibindo a absorção de serotonina pelos neurônios, sendo a classe de antidepressivos mais utilizados.

Isso porque possuem menos efeitos colaterais do que os antidepressivos tricíclicos, sendo normalmente a primeira escolha para o tratamento da depressão.

Além disso, os ISRS podem ser indicados para síndrome do pânico, ansiedade, fobia social, bulimia nervosa, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno disfórico pré-menstrual ou transtorno do estresse pós-traumático, por exemplo.

Principais antidepressivos: fluoxetina, paroxetina, citalopram, sertralina, fluvoxamina e escitalopram.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) são diarreia, náusea, fadiga, dor de cabeça, insônia ou sonolência, tontura, boca seca, ou distúrbios da ejaculação.

3. Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRSN)

Os inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRSN) agem inibindo a absorção de serotonina e norepinefrina pelos neurônios, aumentando a quantidade desses neurotransmissores no cérebro, podendo também ter um pequeno efeito sobre a recaptação da dopamina.

Esses antidepressivos são geralmente indicados para o tratamento da depressão, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de ansiedade social (TAS), fibromialgia, dor neuropática ou dor crônica, por exemplo.

Principais antidepressivos: venlafaxina, duloxetina e desvenlafaxina.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns dos inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRSN) são sedação, dor de cabeça, tontura, náusea, boca seca, prisão de ventre ou transpiração aumentada.

4. Moduladores e estimuladores da serotonina

Os moduladores e estimuladores da serotonina agem bloqueando o transporte da serotonina e ao mesmo tempo bloqueia alguns tipos de receptores da serotonina do cérebro.

Isso faz com que a quantidade e a ação serotonina aumente, além e também modular a ação de outros neurotransmissores, como noradrenalina, dopamina, histamina, acetilcolina, GABA e glutamato.

Esses antidepressivos são normalmente indicados para o tratamento do transtorno depressivo maior, depressão com ou sem episódios de ansiedade, neuropatia diabética ou dor crônica.

Principais antidepressivos: vortioxetina, nefazodona e trazodona.

Leia também: Vortioxetina: para que serve, como tomar e efeitos colaterais tuasaude.com/vortioxetina

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns dos moduladores e estimuladores da serotonina são sedação, dor de cabeça, tontura, fadiga, boca seca e náusea.

5. Inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina e dopamina

Os Inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina e dopamina, agem bloqueando o transporte da noradrenalina e dopamina no cérebro, o que leva a um aumento da sua quantidade nos neurônios.

Esses antidepressivos normalmente são indicados para o tratamento transtorno depressivo maior (TDM), mas também pode ser usado para pessoas que desejam parar de fumar.

Principais antidepressivos: bupropiona.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns dos inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina e dopamina são insônia, dor de cabeça, boca seca, enjoo e vômito.

6. Antidepressivos atípicos

Os antidepressivos atípicos geralmente agem inibindo a absorção de noradrenalina e/ou serotonina, sendo indicados para o tratamento da depressão.

Principais antidepressivos: mirtazapina e mianserina.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns dos antidepressivos atípicos são aumento do peso e do apetite, sonolência, sedação, dor de cabeça e boca seca.

7. Inibidores da monoaminoxidase (IMAO)

Os inibidores da monoaminoxidase (IMAO) agem inibindo a enzima monoaminoxidase no cérebro, que é responsável por inativar neurotransmissores, como dopamina, serotonina, noradrenalina ou adrenalina, o que faz com que os níveis dessas substâncias aumente no cérebro.

Esses remédios são indicados para o tratamento do transtorno depressivo maior, geralmente, quando outros antidepressivos não foram eficazes para aliviar os sintomas depressivos.

Principais antidepressivos: tranilcipromina, moclobemida, fenelzina, selegilina e isocarboxazida.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns dos inibidores da monoaminoxidase (IMAO) são tontura, dor de cabeça, boca seca, náusea ou insônia.

Além disso, esses remédios podem causar crises hipertensivas, especialmente quando utilizados com remédios estimulantes ou são consumidos alimentos ricos em tiramina, como queijos envelhecidos e processados, frutas secas ou carne seca ou curada, por exemplo.

Como tomar

A dose varia muito de acordo com o antidepressivo usado e em alguns casos pode ser necessário iniciar o tratamento com uma dose mais baixa e ir aumentando ao longo do tempo, enquanto que em outros casos isso não é necessário.

De forma a se obterem os melhores resultados durante o tratamento com antidepressivos, a pessoa deve ser paciente caso não veja um efeito imediato.

Geralmente, os antidepressivos demoram algum tempo para fazer efeito, podendo levar algumas semanas para sentir a eficácia desejada. Além disso, alguns efeitos colaterais podem ir diminuindo ou mesmo desaparecer ao longo do tratamento.

Também é muito importante nunca interromper o tratamento sem falar com o médico ou contactá-lo caso não se sintam melhoras com o passar do tempo, porque pode ser necessário trocar para outro antidepressivo.

Deve-se ainda evitar a ingestão de outras drogas ou bebidas alcoólicas durante esta fase, já que prejudicam o tratamento.

Antidepressivos na gravidez

O uso de medicamentos para a depressão na gravidez deve ser evitado, pois podem interferir no desenvolvimento do bebê e, por isso, o medicamento pode ser substituído por outro tipo de tratamento, como a psicoterapia, por exemplo.

No entanto, nos casos mais graves de depressão, o psiquiatra pode indicar o uso de alguns medicamentos que não estejam associados a grandes riscos para a saúde do bebê e da mulher. Entenda como é feito o tratamento para a depressão na gravidez.

Remédios naturais para depressão

Algumas excelentes opções de remédios naturais para depressão são:

  • 5-HTP: Essa é uma substância naturalmente produzida pelo corpo e que participa na produção de serotonina, que pode estar diminuída por situações como estresse, falta de magnésio e resistência à insulina, por exemplo. Com a toma desse suplemento a quantidade de serotonina, conhecida como hormônio do prazer é aumentada e a pessoa se sente melhor e mais feliz. A dose recomendada varia entre 50 a 300 mg, até 3 vezes ao dia.
  • Damiana: Esta planta medicinal aumenta a circulação sanguínea, induz o relaxamento, alivia a depressão e combate a ansiedade. Seu nome científico é Turnera diffusa e a dose recomendada varia entre 400 a 800 mg 3 vezes ao dia.
  • Hipericão: É uma planta medicinal que ajuda no tratamento da depressão leve a moderada, sendo útil na manutenção do equilíbrio emocional, desde que seja usado por, pelo menos, 4 semanas. A dose indicada é de até 300 mg por dose, sendo no máximo 3 doses ao dia.
  • Melatonina: Apesar de ser mais indicada para melhorar a qualidade de sono, a melatonina também ajuda a diminuir o mau humor, sendo uma boa ajuda para auxiliar o tratamento da depressão. A dose pode variar entre 0,5 e 5 mg antes de dormir.

Apesar de serem naturais, estes suplementos não devem ser tomados sem supervisão do médico, principalmente quando a pessoa toma outros medicamentos, porque eles podem interagir de forma perigosa entre eles.

Uma outra boa forma de combater a depressão de forma caseira é investir numa alimentação rica em banana, tomate, nozes e abacate, já que são alimentos ricos em triptofano, que é o precursor da serotonina.

Remédios homeopáticos para depressão

Os remédios homeopáticos são uma opção que pode ser usada como complemento de um tratamento para a depressão, no entanto, estes não substituem os medicamentos receitados pelo médico.

Alguns exemplo de remédios homeopáticos que podem ser usados em pessoas que sofrem de depressão são:

  • Ignatia amara: indicado no tratamento da depressão provocada por dor crônica;
  • Pulsatilla: indicado para a depressão bipolar, com variações repentinas de humor;
  • Natrum murlatlcum: indicado nos casos em que a depressão é provocada por baixa autoestima.

Os remédios homeopáticos embora não tenham a mesma eficácia, possuem menos efeitos colaterais que os medicamentos antidepressivos. O uso destes remédios deve ser indicado por um profissional de saúde após avaliação psicológica dos pacientes.