O resultado do espermograma indica as características do esperma, como volume, pH, cor, concentração de espermatozoides na amostra e quantidade de leucócitos, que são informações importantes para identificar alterações no sistema reprodutor masculino como obstrução ou mau funcionamento das glândulas.
O espermograma é um exame que tem como objetivo avaliar o esperma e os espermatozoides, sendo feito a partir de uma amostra de sêmen, que geralmente é coletada em laboratório após a masturbação. Esse exame é indicado principalmente para avaliar a capacidade reprodutiva do homem. Entenda o que é e como é feito o espermograma.
Na presença de alterações no resultado do espermograma, é recomendado consultar um clínico geral ou urologista para que seja feita uma análise mais detalhada do resultado e, assim, seja possível iniciar o tratamento mais adequado, caso haja necessidade.
Como entender o resultado
O resultado do espermograma pode incluir:
As características avaliadas no espermograma e os valores de referências podem variar entre diferentes laboratórios e, em caso de alterações no resultado do espermograma, um novo exame geralmente é indicado para confirmar as alterações identificadas.
Espermograma normal
O espermograma geralmente é normal quando o volume de esperma coletado é maior que 1.5 ml e a concentração de espermatozoides na amostra é superior a 15 milhões por mL, com uma contagem total de espermatozoides maior que 39 milhões.
Além disso, o resultado normal geralmente apresenta um valor de motilidade superior a 32%, vitalidade maior que 58% e uma porcentagem de espermatozoides com morfologia normal de no mínimo 4%.
O que pode alterar o resultado
O resultado do espermograma pode ser alterado por alguns fatores, como por exemplo:
- Temperatura de armazenamento do sêmen incorreta, pois temperaturas muito frias podem interferir na motilidade do espermatozoide, enquanto que temperaturas muito quentes podem provocar sua morte;
- Quantidade insuficiente de esperma, o que acontece principalmente devido à técnica incorreta de coleta, devendo o homem repetir o procedimento;
- Estresse, já que pode dificultar o processo ejaculatório;
- Exposição à radiação por um período prolongado, já que pode interferir diretamente na produção de espermatozoides;
- Uso de alguns medicamentos, pois podem ter efeito negativo sobre a quantidade e a qualidade dos espermatozoides produzidos.
Normalmente quando o resultado do espermograma é alterado, o urologista verifica se houve interferência por qualquer um dos fatores citados, solicita novo espermograma e, a depender do segundo resultado, solicita exames complementares, como fragmentação do DNA, FISH e espermograma sob magnificação.
Principais alterações no espermograma
Algumas das alterações que podem ser indicadas pelo médico a partir da análise do resultado do espermograma são:
1. Problemas na próstata
Os problemas na próstata normalmente manifestam-se através de alterações na viscosidade do esperma e, nesses casos, o paciente pode precisar fazer toque retal ou biópsia da próstata para avaliar se há alterações na próstata.
2. Azoospermia
A azoospermia é a ausência de espermatozoides na amostra de esperma e, por isso, manifesta-se através da redução do volume do esperma ou da concentração de espermatozoides, por exemplo. As principais causas são obstruções dos canais seminais, alterações hormonais ou doenças que afetam a produção de espermatozóides. Conheça outras causas de azoospermia.
3. Oligospermia
A oligospermia é a redução do número de espermatozoides, sendo indicado no espermograma como uma concentração inferior a 15 milhões por mL ou 39 milhões por volume total. Veja mais sobre a oligospermia.
Assim, a oligospermia pode ser consequência de infecções do sistema reprodutor, doenças sexualmente transmissíveis, efeito colateral de algum medicamento, como o Cetoconazol ou o Metotrexato, ou varicocele, que corresponde à dilatação das veias do testículo, causando acúmulo de sangue, dor e inchaço local.
Além disso, quando a diminuição da quantidade de espermatozoide é acompanhada de diminuição da motilidade, a alteração recebe o nome de oligoastenospermia.
4. Astenospermia
A astenospermia é o problema mais comum e surge quando a motilidade ou a vitalidade apresentam valores inferiores ao normal no espermograma, podendo ser causada por excesso de estresse, alcoolismo ou doenças autoimunes, como lúpus e HIV, por exemplo.
5. Teratospermia
A teratospermia é caracterizada por alterações na morfologia dos espermatozoides e pode ser provocada por inflamações, malformações, varicocele ou uso de drogas.
6. Leucospermia
A leucospermia é caracterizada pelo aumento da quantidade de leucócitos no sêmen, o que é normalmente indicativo de infecção no sistema reprodutor masculino, podendo ser indicados exames microbiológicos para identificar o microrganismo responsável pela infecção e, assim, ser iniciado o tratamento.
7. Hiperespermia
A hiperespermia acontece quando é verificado volume maior que 5 mL de sêmen, o que pode ser indicativo de abstinência sexual ou ejaculatória prolongada ou acontecer após a realização de exames relacionados com a estimulação da próstata.
8. Hipospermia
A hipospermia acontece quando é verificado volume menor que 1,5 mL de sêmen, o que pode ser devido à prática frequente de relações sexuais e de ejaculação, diminuição dos níveis de testosterona ou obstruções nos canais por onde espermatozoides são eliminados.