Após o parto, pequenos restos da placenta podem não ser eliminados e permanecer colados no útero, podendo causar sintomas, como perda de grande quantidade de sangue pela vagina, corrimento com mau cheiro, febre, suor frio ou fraqueza, por exemplo.
Normalmente, a placenta fica retida no útero devido a contrações uterinas insuficientes, o que faz com que a placenta não seja completamente eliminada após o parto, permanecendo alguns pedaços presos à parede do útero.
O tratamento dos restos de placenta é feito pelo obstetra para retirar os restos placentários, o que normalmente é feito com uso de remédios ou curetagem.
Sintomas de resto de placenta
Os principais sintomas de restos de placenta no útero após o parto são:
- Perda de grandes quantidades de sangue pela vagina;
- Perda de sangue escuro ou viscoso;
- Corrimento com mau cheiro;
- Febre acima de 38ºC;
- Dor abdominal;
- Tontura;
- Suor frio;
- Fraqueza.
Com o aparecimento de qualquer um destes sintomas, a mulher deve ir rapidamente ao hospital, para ser avaliada e tratada de forma adequada.
Isso porque quando a placenta fica retida no útero, pode ocorrer proliferação de bactérias dentro do útero, que em casos mais graves, podem chegar à corrente sanguínea e causar infecção generalizada, colocando a vida da mulher em risco.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da presença de restos de placenta no útero é feito pelo obstetra logo após o parto, examinando visualmente a placenta após sua retirada para verificar se está, ou não, intacta.
No caso de não estar intacta, o médico pode removê-la manualmente ou com ajuda de uma pinça cirúrgica imediatamente.
No entanto, no caso de alguns restos de placenta ainda permanecerem no útero, o diagnóstico é feito através da presença dos sintomas e de um ultrassom para examinar o útero.
Possíveis causas
Na maior parte das vezes, alguns restos de placenta podem permanecer no útero quando as contrações do parto não foram fortes o suficiente para expulsar toda a placenta.
No entanto, esta condição também pode acontecer quando o colo do útero se fecha antes da saída completa da placenta ou quando a placenta está aderida aos músculos do útero, em vez do seu revestimento, dificultando sua expulsão.
Fatores de risco
Alguns fatores também podem contribuir para que os restos da placenta fiquem no útero, como:
- Ter mais de 30 anos;
- Parto prematuro antes das 34 semanas de gestação;
- Tempo de parto prolongado;
- Bebê que faleceu antes do nascimento.
Os restos da placenta podem ficar colados ao útero mesmo após uma cesariana e por vezes, basta que fique uma quantidade muito pequena, como por exemplo 8mm de placenta para que haja um grande sangramento e infecção uterina. Saiba identificar os sintomas de uma infecção no útero.
Como é feito o tratamento
O tratamento para retirar os restos de placenta do útero é feito pelo obstetra através da remoção da placenta ou de qualquer parte que tenha permanecido no útero logo após o parto, fazendo remoção manual ou com o auxílio de instrumentos cirúrgicos.
No entanto, o médico também pode utilizar remédios para relaxar a parede do útero ou para fazê-lo contrair, como misoprostol ou ocitocina, facilitando a expulsão da placenta.
Para remover os restos da placenta, o médico pode ainda realizar uma curetagem uterina guiada por ultrassom, que remove totalmente todos os restos da placenta, além de indicar o uso de antibióticos para tratar alguma possível infecção que já esteja se desenvolvendo no útero.
Leia também: Curetagem: o que é, como é feita, quando fazer e riscos tuasaude.com/curetagemNo caso da placenta acreta, o médico também pode indicar transfusão sanguínea devido a hemorragia intensa ou até mesmo uma cirurgia para retirada do útero, chamada histerectomia. Entenda como é feita a histerectomia e como é a recuperação.
Cuidados após a curetagem
Os cuidados após curetagem de restos placentários devem ser feitos com repouso por cerca de 1 semana e evitar o contato íntimo por pelo menos 2 semanas ou conforme orientado pelo obstetra.
Além disso, deve-se evitar usar absorvente interno, duchas ou coletor menstrual, por exemplo.
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