O que é:
A retinopatia hipertensiva caracteriza-se por um grupo de alterações do fundo do olho, como artérias, veias e nervos da retina, que são causadas pela hipertensão arterial. A retina é uma estrutura que se localiza na parte posterior do globo ocular e tem como função transformar o estímulo luminoso em estímulo nervoso, o que permite a visão.
Apesar destas alterações ocorrerem principalmente na retina, as alterações secundárias à hipertensão arterial também se podem manifestar na coroideia e no nervo ótico.
Classificação da retinopatia
No que diz respeito à retinopatia hipertensiva, apenas associada à hipertensão, esta é classificada nos seguintes graus:
- Grau 0: sem alterações físicas;
- Grau 1: ocorre estreitamento arteriolar moderado;
- Grau 2: ocorre estreitamento arteriolar marcado com irregularidades focais;
- Grau 3: ocorre o mesmo que no grau 2, mas com hemorragias retinianas e/ou exsudados;
- Grau 4: ocorre o mesmo que no grau 3, mas com edema do disco.
Principais tipos e sintomas
A retinopatia hipertensiva pode ser crônica, se associada a hipertensão crônica, ou maligna, se associada a hipertensão arterial maligna:
1. Retinopatia hipertensiva crônica
É geralmente assintomática e surge em pessoas com hipertensão crônica, em que se manifesta um estreitamento arteriolar, alteração no reflexo arteriolar, sinal de cruzamento arteriovenoso, no qual a artéria passa anteriormente à veia. Embora seja raro, podem surgir, por vezes sinais e sintomas como hemorragias retinianas, microaneurismas e sinais de oclusão vascular.
2. Retinopatia hipertensiva maligna
A retinopatia hipertensiva maligna está associada a uma elevação súbita da pressão arterial, com valores de tensão sistólica superiores a 200 mmHg e valores de tensão diastólica superiores a 140 mmHg, causando problemas não só a nível ocular, mas também cardíaco, renal e cerebral.
Ao contrário da retinopatia hipertensiva crônica, que é geralmente assintomática, a retinopatia hipertensiva maligna surge geralmente associada a dor de cabeça, visão turva, visão dupla e aparecimento de uma mancha escura no olho. Além disso, neste tipo de retinopatia podem ocorrer alterações de pigmentação no olho, edema macular e descolamento do neuroepitélio da região macular e edema papilar de tipo isquêmico, com hemorragias e manchas.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da retinopatia hipertensiva é feito mediante fundoscopia que é um exame em que o oftalmologista consegue observar todo o fundo do olho e as estruturas da retina, com a ajuda de um aparelho chamado oftalmoscópio, e tem como objetivo detectar alterações nesta região que possam prejudicar a visão. Veja mais sobre este exame.
Pode-se ainda recorrer a angiografia fluoresceínica, que geralmente só é necessária em casos atípicos ou para exclusão de diagnóstico de outras doenças.
Como é feito o tratamento
A retinopatia crônica raramente necessita de tratamento oftalmológico. A necessidade de tratamento oftalmológico surge, quando ocorrem complicações na retina.
Pelo contrário, a retinopatia hipertensiva maligna consiste numa emergência médica. Deve-se, nestes casos, fazer o controle da pressão arterial, de forma eficaz e controlada, de modo a impedir lesões irreversíveis. Depois de ultrapassada a crise de hipertensão maligna, a visão é geralmente recuperada, total ou parcialmente.