Rotura uterina: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em maio 2022

A rotura uterina é o rompimento da musculatura do útero durante o último trimestre de gravidez ou no momento do parto, o que pode resultar em sangramentos excessivos e dor abdominal intensa, sendo uma complicação obstétrica grave.

A rotura uterina, também chamada de ruptura uterina, é mais comum de acontecer em mulheres que apresentam cicatrizes uterinas, seja devido a partos anteriores ou cirurgias ginecológicas, sendo importante em todos os casos que a gestação seja acompanhada pelo obstetra. 

O tratamento da rotura uterina deve ser feito imediatamente, geralmente, com cesariana, para que possam ser prevenidas complicações que podem colocar em risco a vida da mulher e do bebê.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de rotura uterina

Os principais sintomas de rotura uterina são:

  • Dor abdominal intensa de início súbito;
  • Sangramento vaginal excessivo e de cor vermelho vivo;
  • Dor súbita entre as contrações;
  • Perda do tônus muscular do útero, tornando as contrações mais lentas ou fracas;
  • Parada das contrações após dor abdominal forte;
  • Dor na cicatriz uterina anterior;
  • Palpitação cardíaca;
  • Queda da pressão arterial;
  • Tontura;
  • Náusea ou vômito;
  • Ansiedade.

Além disso, podem surgir sintomas de choque hipovolêmico, que é uma situação que ocorre como consequência da perda de grande quantidade de sangue, e que leva ao aparecimento de alguns sintomas, como pele pálida e fria, confusão mental e dedos e lábios roxos. Saiba como identificar o choque hipovolêmico

A rotura uterina também pode causar alterações no bebê e levar ao sofrimento fetal, com sintomas como diminuição rápida ou alteração dos batimentos cardíacos do feto.  

Os sintomas de rotura uterina podem surgir durante o último trimestre de gravidez ou no momento do parto, sendo importante ter ajuda médica imediata ou buscar o pronto socorro mais próximo no caso de surgimento dos sintomas para que seja feito o tratamento o mais rápido possível.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da rotura uterina é feito pelo obstetra através da análise dos sintomas, avaliação ginecológica e exames de sangue, como hemograma, hematócrito e testes de coagulação sanguínea.

Além disso, o médico pode solicitar ultrassom para identificar o local no útero que se rompeu, além de um monitoramento dos batimentos cardíacos fetais.

Possíveis causas

A rotura uterina acontece com maior frequência em mulheres que possuem cicatrizes uterinas, o que pode ser devido a partos vaginais anteriores ou realização de cesárea, por exemplo. Outras situações que aumentam o risco de acontecer a rotura são:

  • Gestação múltipla;
  • Realização de curetagem uterina;
  • Alterações no útero, como mioma ou adenomioma;
  • Trabalho de parto prolongado;
  • Consumo de drogas de abuso, como cocaína;
  • Erro durante a execução ou realização indevida da manobra de Kristeller;
  • Ferimentos na região abdominal;
  • Administração de quantidade inadequada de ocitocina ou outro uterotônico durante o processo do parto;
  • Erro durante o processo de indução do parto;
  • Endometriose;
  • Diabetes gestacional com macrossomia;
  • Polidrâmnio, que é um excesso de líquido amniótico;
  • Descolamento da placenta;
  • Doença trofoblástica gestacional.

Além disso, a rotura uterina pode acontecer também como consequência da placenta acreta, que é uma situação em que a placenta está fixada de maneira incorreta, de forma que não sai tão facilmente na hora do parto. Entenda o que é a placenta acreta e como identificar

Embora seja menos comum, a rotura uterina também pode ocorrer em situações não relacionadas à gravidez, como trauma, infecção ou câncer uterino, por exemplo. 

Como é feito o tratamento

O tratamento para a rotura uterina consiste na realização da cesariana imediatamente e adoção de medidas que promovam a diminuição do sangramento, prevenindo complicações para a mãe e para o bebê. Em alguns casos, para parar o sangramento, pode ser indicado pelo médico a realização da histerectomia, que é um procedimento cirúrgico em que é feita a remoção do útero. Entenda o que é a histerectomia e o que fazer

Além disso, pode ser também considerada a possibilidade de serem realizadas transfusões sanguíneas para repor o sangue perdido e, assim, promover o alívio dos sintomas e a melhora da mulher.

No caso do bebê, como a ruptura uterina pode promover a diminuição dos batimentos cardíacos, é comum que nessas situações o bebê seja encaminhado para a UTI neonatal para que seja monitorado e acompanhado, de modo a prevenir complicações.

Possíveis complicações

A ruptura uterina pode causar complicações para a mulher, como impossibilidade de outra gravidez, devido a remoção cirúrgica do útero.

Além disso, a rotura uterina também pode causar complicações para o bebê, como sofrimento fetal, acidose, diminuição da escala de Apgar, diminuição ou falta de oxigênio para o bebê.

Desta forma, a rotura uterina deve ser tratada o mais breve possível, de forma a prevenir complicações que podem colocar em risco a vida da mulher e do bebê.