Sarcoidose: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

O que é:

A sarcoidose é uma doença inflamatória não contagiosa caracterizada pela formação de aglomerados de células inflamatórias em várias partes do corpo, como pulmão, fígado, pele ou olhos, levando ao surgimento de sintomas como ínguas doloridas, cansaço excessivo, dor ou inchaço nas articulações, por exemplo.

A causa da sarcoidose não é conhecida, no entanto, acredita-se que pode ser causada por resposta exagerada do sistema imunológico a microorganismos ou produtos químicos, ou até mesmo por uma produção de anticorpos que acabam atacando as células saudáveis do corpo, causando inflamação.

O tratamento da sarcoidose é feito pelo reumatologista ou clínico geral, com o objetivo de aliviar os sintomas e evitar possíveis complicações, como insuficiência respiratória, falência renal, hipertensão pulmonar, cegueira ou paraplegia, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de sarcoidose

Os principais sintomas de sarcoidose são:

  • Ínguas em vários locais, como axilas ou pescoço;
  • Cansaço excessivo;
  • Perda do apetite e do peso sem motivo aparente;
  • Manchas, caroços ou nódulos vermelhos e dolorosos na pele;
  • Dor ou inchaço nas articulações;
  • Suor noturno;
  • Tosse seca persistente;
  • Dificuldade respiratória ou chiado no peito ao respirar.

Além disso, outros sintomas da sarcoidose são visão embaçada, dor ou vermelhidão nos olhos, palpitação cardíaca, dor no peito, batimentos cardíacos irregulares, inchaço ou convulsões.

Esses sintomas dependem do órgão afetado, podendo surgir de repente e também melhorar rapidamente, ou surgir gradualmente e durar por vários anos.

É importante consultar o clínico geral ou o reumatologista sempre que surgirem sintomas sugestivos de sarcoidose, para que sejam descartadas outras causas, confirmado o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado.

Como confirmar o diagnóstico

A sarcoidose não é uma condição de fácil diagnóstico, pois nos estágios iniciais pode não apresentar sintomas e, nos estágios mais avançados, pode ter sintomas semelhantes a outras doenças como tuberculose, linfoma ou câncer de pulmão, por exemplo.

Por isso, o diagnóstico da sarcoidose normalmente é feito pelo clínico geral ou reumatologista através da avaliação dos sintomas, do exame físico e da realização de diversos exames como hemograma completo, provas de função hepática ou exames de urina. 

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Além disso, o médico pode solicitar testes de função pulmonar, como a espirometria, e exames de imagem como raio X de tórax ou tomografia computadorizada para avaliar os pulmões, já que o pulmão é o órgão mais frequentemente afetado nessa doença. Veja o que é uma espirometria e como é feita.

Outros exames que o médico pode solicitar para avaliar o coração, o sistema nervoso ou outros órgãos, são eletrocardiograma, ecocardiograma, ressonância magnética ou PET-CT. 

Em alguns casos, o médico também pode solicitar uma biópsia da região afetada pela sarcoidose, como pele, pulmões ou linfonodos, para avaliar as células no microscópio e diagnosticar a sarcoidose.

Possíveis causas

As causas da sarcoidose não são totalmente conhecidas, no entanto, acredita-se que a condição possa estar relacionada à resposta exagerada do sistema imunológico a microorganismos, como micobactérias ou propionibactérias, produtos químicos, como berílio, ou até poeira.

Além disso, existe ainda a possibilidade de que a sarcoidose seja causada por uma reação do sistema imunológico contra as próprias células saudáveis do organismo, atacando essas células como se fosse estranhas ao corpo, o que leva a inflamação e formação dos granulomas, característicos da sarcoidose, em diferentes órgãos.

Embora não exista uma causa específica identificada, sabe-se que a sarcoidose está relacionada com fatores genéticos e, por isso, é mais provável que surja em vários membros da mesma família.

Principais tipos de sarcoidose

A sarcoidose pode afetar diferentes órgãos, e, por isso é classificada de acordo com o órgão afetado, sendo os principais tipos:

  • Sarcoidose pulmonar: é o tipo mais comum, que afeta os pulmões, acontecendo em mais de 90% dos casos de sarcoidose;
  • Sarcoidose cutânea: esse tipo afeta a pele, sendo que as lesões podem aparecer ao nível das sobrancelhas e acometer também o sulco nasogeniano, que é popularmente conhecido como bigode chinês, acontecendo em mais de 30% das pessoas diagnosticadas com sarcoidose;
  • Sarcoidose cardíaca: afeta o coração, interferindo nos sinais elétricos que coordenam a contração do músculo cardíaco, ocorrendo em cerca de 5% dos casos de sarcoidose;
  • Sarcoidose ocular: afeta os olhos, causando uveíte, que é uma inflamação dos olhos, e geralmente, essa condição está presente em cerca de 80% dos casos de sarcoidose ocular. Entenda melhor o que é a uveíte
  • Sarcoidose hepática: afeta o fígado, podendo acontecer em até 70% dos casos de sarcoidose, e geralmente, é detectada em exames de rotina de provas de função hepática, embora não afete o funcionamento do fígado. Ainda assim, em raros casos, pode causar cirrose ou hipertensão portal.

Além disso, embora seja menos comum, a sarcoidose também pode afetar o baço, rins, músculos, ossos ou sistema nervoso.

Como é feito o tratamento

O tratamento da sarcoidose é feito pelo clínico geral ou reumatologista com o objetivo de aliviar os sintomas, evitar a progressão da doença e o surgimento de complicações. 

Assim, o médico pode receitar o uso de medicamentos como:

  • Anti-inflamatórios ou analgésicos, como paracetamol ou ibuprofeno;
  • Corticoides na forma de comprimidos, como a prednisona, ou pomadas ou colírio com corticóides;
  • Imunossupressores, como a azatioprina, o metotrexato ou a hidroxicloroquina;
  • Agentes biológicos, como infliximabe ou adalimumabe.

Além disso, o médico pode recomendar outros tratamentos, dependendo do órgão afetado, podendo ser indicada fisioterapia para fortalecer os músculos, reabilitação pulmonar, no caso da sarcoidose pulmonar ou uso de marcapasso, no caso da sarcoidose cardíaca, por exemplo.

É recomendado também que a pessoa diagnosticada com sarcoidose seja acompanhada periodicamente pelo médico, mesmo que não apresente sintomas, para que seja verificada a evolução da doença e a resposta ao tratamento.

No caso do comprometimento grave de órgãos, o médico pode ainda recomendar a realização de transplante do órgão afetado, como pulmão, rim, baço ou fígado, por exemplo. Saiba como é feito o transplante de pulmão

Possíveis complicações

As complicações da sarcoidose dependem do órgão afetado, podendo ocorrer fibrose ou hipertensão pulmonar, insuficiência respiratória, catarata, glaucoma, cegueira, insuficiência renal, arritmia cardíaca, paralisia facial ou até paraplegia.