Síndrome das pernas inquietas: o que é, causas e tratamento

Atualizado em dezembro 2023

A síndrome das pernas inquietas é uma condição em que há movimento involuntário das pernas, além de sensação de desconforto nos pés e pernas, podendo ocorrer logo depois de ir para a cama ou durante toda a noite, interferindo com a capacidade de dormir bem.

Geralmente, a síndrome das pernas inquietas surge após os 40 anos e é mais frequente em mulheres, embora possa acontecer em pessoas de todas as idades. Além disso, os episódios da síndrome também parecem acontecer mais frequentemente em pessoas que vão para a cama muito cansadas.

A síndrome das pernas inquietas não tem cura, mas seu desconforto pode se reduzido através de técnicas de relaxamento ou ingestão de remédios receitados pelo médico.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os principais sintomas da síndrome das pernas inquietas são:

  • Vontade incontrolável para movimentar as pernas na cama;
  • Desconforto nas pernas ou pés, que pode ser descrito como formigamento, coceira ou queimação, por exemplo;
  • Dificuldade para pegar no sono, devido ao desconforto;
  • Cansaço frequente e sono durante o dia.

Os sintomas parecem ser mais intensos quando a pessoa está deitada ou sentada e tende a melhorar quando a pessoa se levanta e caminha um pouco.

Além disso, como a síndrome também pode causar desconforto enquanto se está sentado, é muito comum que pessoas com esta síndrome fiquem mexendo as pernas enquanto estão sentadas durante o dia.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome das pernas inquietas normalmente é feito por um clínico geral ou um médico especialista em distúrbios do sono. Embora não exista um teste capaz de confirmar o diagnóstico, geralmente o médico desconfia da síndrome através da avaliação dos sintomas descritos pela pessoa.

Possíveis causas da síndrome

Ainda não se conhecem as causas específicas do surgimento da síndrome das pernas inquietas, no entanto, a síndrome das pernas inquietas podem acontecer devido à:

  • Alterações em áreas do cérebro responsáveis por controlar os movimentos musculares e dependentes do neurotransmissor dopamina;
  • Deficiência de ferro;
  • Doença renal em estado avançado;
  • Uso excessivo de álcool ou drogas;
  • Neuropatia;
  • Uso de medicamentos, como antieméticos, antidepressivos, anti-histamínicos e antipsicóticos;
  • Privação de sono;
  • Consumo excessivo de bebidas e alimentos com cafeína.

A síndrome das pernas inquietas é ainda mais comum na gravidez, principalmente, no último trimestre, desaparecendo após o nascimento do bebê.

Como é feito o tratamento

O tratamento para síndrome das pernas inquietas normalmente é iniciado com cuidados na alimentação para tentar evitar o consumo de alimentos e bebidas que possam ser estimulantes e piorar os sintomas, como café ou álcool, por exemplo.

Além disso, o médico pode, muitas vezes, também tentar identificar se existe alguma outra alteração de saúde que possa contribuir para a piora dos sintomas, como anemia, diabetes ou alterações da tireoide, por exemplo, iniciando o tratamento para essa condição, caso alguma seja identificada.

Já nos casos mais graves, quando os sintomas são muito intensos e impedem a pessoa de dormir, podem ser usados alguns remédios como:

  • Agonistas da dopamina: costumam ser a primeira opção de tratamento com medicamentos e atuam como o neurotransmissor dopamina no cérebro, diminuindo a intensidade dos sintomas;
  • Benzodiazepinas: são sedativos que ajudam a pegar no sono mais facilmente, mesmo que ainda existam alguns sintomas;
  • Agonistas da Alfa 2: estimulam os receptores de alfa 2 no cérebro, que desligam a parte do sistema nervoso responsável pelo controlo involuntário dos músculos, aliviando os sintomas da síndrome.

Além disso, podem ainda ser utilizados opiáceos, que são medicamentos muito fortes geralmente utilizados para dor forte, mas que podem reduzir também os sintomas da síndrome das pernas inquietas. Porém, por serem extremamente viciantes e puderem causar vários efeitos colaterais, só devem ser usados sob supervisão do médico.