Síndrome do olho seco é a deficiência na produção de lágrima ou evaporação excessiva da lágrima, causando sintomas, como coceira intensa, vermelhidão, sensação de queimação, picada ou de cisco nos olhos, sensibilidade à luz e visão embaçada.

A síndrome do olho seco, também conhecida como ceratoconjuntivite seca, é mais frequente em pessoas idosas, devido ao envelhecimento natural do corpo, mas também pode surgir em pessoas que trabalham horas na frente do computador, ou devido a menopausa, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren, lúpus ou blefarite.

O tratamento da síndrome do olho seco é feito pelo oftalmologista, e varia de acordo com a gravidade dos sintomas, podendo ser indicado ter alguns cuidados durante o dia, uso de lágrimas artificiais, compressas mornas, colírios ou pomadas oftálmicas anti-inflamatórias.

Sintomas da síndrome do olho seco

Os principais sintomas do olho seco são:

Sensação de ardência, queimação, areia ou corpo estranho nos olhos;
Vermelhidão ou sensação de pressão nos olhos;
Pálpebras pesadas ou dificuldade para abrir os olhos;
Aumento da sensibilidade à luz ou visão embaçada;
Enxergar brilhos ou halos em volta das luzes, especialmente à noite;
Dificuldade para dirigir à noite ou para leitura;
Coceira nos olhos ou dor aguda e incômoda.

Além disso, pode surgir sensação de olhos cansados, piscar excessivamente, lacrimejamento, que ocorre como uma resposta do corpo ao ressecamento excessivo do olho, ou até incapacidade para chorar, nos casos mais graves.

Os sintomas de olho seco surgem principalmente quando há diminuição da quantidade ou da qualidade da lágrima, resultando em diminuição da lubrificação do olho, irritação e inflamação no olho.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da ceratoconjuntivite é feito pelo oftalmologista através da avaliação dos sintomas, hábitos de vida e histórico de saúde, além de exames oftalmológicos. Confira os principais exames de vista que podem ser realizados pelo oftalmologista.

Se deseja confirmar o risco de síndrome do olho seco, marque uma consulta com o oftalmologista mais perto de você:

Além disso, o médico pode realizar exames para avaliar a produção e a qualidade da lágrima, como o exame de lâmpada de fenda ou oftalmoscópio, o teste de Schirmer, o teste de osmolaridade da lágrima ou um exame que mede a matriz da metaloproteinase-9 nas lágrimas, por exemplo.

Os exames realizados pelo oftalmologista permitem identificar a causa da síndrome do olho seco e, assim, indicar o tratamento mais adequado.

Possíveis causas

A síndrome do olho seco é causada por uma diminuição da produção de lágrimas, evaporação excessiva de lágrimas ou deficiência da quantidade de óleos que compõem a lágrima, resultando nos sintomas.

Quem tem maior risco

Os principais fatores podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome do olho seco, são:

Idade, sendo mais comum após os 50 anos;
Uso de lentes de contacto por muito tempo;
Histórico de cirurgia refrativa, como LASIK;
Alterações nos olhos como pálpebra virada para dentro ou para fora, obstruções nas glândulas meibomianas ou glândula lacrimal;
Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico ou síndrome de Sjögren;
Outras doenças, como escleroderma, Parkinson, problemas na tireoide ou doença do enxerto contra o hospedeiro;
Deficiência de vitamina A.

Além disso, o olho seco também pode surgir devido a terapia de reposição hormonal na menopausa, uso de anticoncepcionais orais ou remédios descongestionantes, anti-histamínicos, antidepressivos, betabloqueadores ou diuréticos.

Uma outra causa muito comum de olho seco é a exposição prolongada ao sol, vento ou ar condicionado, ou ficar muito tempo no computador ou no celular, por exemplo.

Olho seco pode surgir na gravidez?

O olho seco pode surgir na gravidez, sendo um sintoma muito frequente e normal que acontece devido às alterações hormonais que a mulher passa durante esta fase.

Normalmente, este sintoma desaparece após o bebê nascer, mas para reduzir o incômodo, a grávida deve usar um colírio adequado para a gravidez, que deve ser indicado pelo oftalmologista.

Como é feito o tratamento

O tratamento do olho seco deve ser feito com orientação do oftalmologista, com o objetivo de melhorar a lubrificação ocular, e varia de acordo com a gravidade dos sintomas e sua causa.

Os principais tratamentos para síndrome do olho seco são:

1. Modificações do ambiente

As modificações do ambiente para a síndrome do olho seco podem ajudar a aliviar a secura nos olhos.

Assim, é recomendado reduzir o tempo de uso do ar condicionado, do computador ou do celular, ou usar um umidificador de ambiente.

2. Uso de lágrimas artificiais

O uso de lágrimas artificiais sem conservantes para a síndrome do olho seco pode ser indicado pelo médico para aliviar a secura dos olhos.

Isso porque as lágrimas artificiais mantêm os olhos úmidos, reduzindo o desconforto dos olhos secos.

3. Aplicar compressas mornas

Aplicar compressas mornas nas pálpebras, usando uma gaze estéril por cerca de 5 minutos, ajuda a manter a higiene das pálpebras e aliviar o desconforto do olho seco.

4. Tomar suplementos

Os suplementos para síndrome do olho seco, como o ômega-3, podem ajudar a melhorar a qualidade da lágrima, assim como aumentar sua produção, mantendo a lubrificação dos olhos. Saiba como tomar o suplemento de ômega-3.

Além disso, no caso de deficiência de vitamina A, o médico também pode recomendar o uso de suplementos de vitamina A.

5. Aplicar colírios

Alguns colírios ou pomadas oftálmicas, contendo anti-inflamatórios ou antibióticos, podem ser indicados pelo médico para reduzir a inflamação ou infecções nos olhos.

Além disso, o médico pode indicar o uso do colírio de pilocarpina, que estimula a produção de lágrimas, aliviando a secura nos olhos.

Esses colírios só devem ser usados com indicação do oftalmologista, de acordo com a causa da síndrome do olho seco.

6. Lentes de contato terapêuticas

As lentes de contato terapêuticas, como as lentes esclerais ou lentes de curativo, podem ser indicadas para síndrome do olho seco, pois ajudam a proteger os olhos e a manter a umidade dos olhos.

7. Terapia de pulsação térmica

A terapia de pulsação térmica, ou terapia de luz intensa pulsada, pode ser indicada para síndrome do olho seco causada por alterações das glândulas meibomianas, que podem provocar evaporação rápida das lágrimas e secura nos olhos.

8. Cirurgia

Dependendo da sua causa, o médico pode indicar uma cirurgia para colocação de um pequeno plug de silicone ou de gel no canal lacrimal, chamado plug punctal, para bloquear o canal lacrimal, fazendo com que a lágrima permaneça mais tempo no olho.

Como evitar o olho seco

Para evitar a síndrome do olho seco, é recomendado:

Piscar os olhos mais vezes durante do dia ou sempre que lembrar;
Evitar ficar exposto ao vento, ar condicionado ou ventiladores, sempre que possível;
Utilizar óculos de sol quando sair no sol, para proteger os olhos dos raios solares;
Beber 2 litros de água ou chá por dia para manter a hidratação;
Fazer uma pausa a cada 40 minutos quando se utiliza o computador ou se vê televisão;
Utilizar um umidificador dentro de casa, especialmente no inverno.

Estes cuidados podem ser feitos mesmo por quem utiliza óculos ou lentes de contato e ajudam a evitar o ressecamento dos olhos, assim como a desidratação do organismo, diminuindo o risco de olho seco.

Síndrome do olho seco: o que é, sintomas, causas e tratamento