Gravidez ectópica: o que é, sintomas, tratamento e riscos

Atualizado em março 2022

A gravidez ectópica é caracterizada pela implantação e desenvolvimento do embrião fora do útero, podendo acontecer nas trompas, ovário, colo do útero, cavidade abdominal ou cérvix.

O surgimento de dor abdominal intensa e perda de sangue pela vagina, principalmente no primeiro trimestre de gestação, pode ser indicativo de gravidez ectópica, sendo importante consultar o médico para que seja feito o diagnóstico.

É importante que se saiba exatamente o local em que o embrião está, pois assim é possível que o tratamento mais adequado seja determinado, uma vez que quando está na cavidade abdominal a gravidez pode continuar, apesar de ser uma situação rara e delicada.

Imagem ilustrativa número 2
Gravidez ectópica com o embrião se desenvolvendo na trompa

Sintomas da gravidez ectópica

Os sintomas de gravidez ectópica surgem à medida que o embrião desenvolve-se fora do útero. O principal local de implantação do embrião fora do útero é as tubas uterinas, também chamadas de trompas, que podem romper com o crescimento do embrião, resultando em alguns sintomas, sendo os principais:

  • Dor abdominal intensa, somente de um lado da barriga;
  • Sangramento vaginal irregular, especialmente entre a 5º e 14º semana de gestação;
  • Sensação de peso na vagina;
  • Forte dor à palpação do útero;
  • Abdômen inchado;
  • Exame Beta HCG geralmente é negativo.

No caso da gravidez fora do útero, mas sem sinais de ruptura das trompas, os sintomas podem ser:

  • Dor ou desconforto abdominal;
  • Sangramento vaginal após a última menstruação;
  • Forte dor à palpação do útero;
  • Dor durante o contato íntimo ou durante o exame pélvico;
  • Exame Beta HCG geralmente é positivo.

Em caso de suspeita deve-se ir imediatamente para o hospital para que o médico faça uma ultrassonografia que poderá confirmar a gravidez ectópica e indicar o tratamento mais adequado para solucionar o problema. A melhor forma de saber se o embrião está se desenvolvendo fora do útero é através da ultrassonografia realizada pelo médico porque nem sempre o exame Beta HCG dá resultado positivo.

Até quando pode ser gravidez ectópica?

A gravidez nas trompas ou nos ovários pode se desenvolver até as 14 semanas de gestação, e caso isso aconteça não é possível salvar a vida deste embrião pois não existem medicamentos, nem procedimentos que possam deslocar o embrião das trompas para o útero. Quando a gravidez ectópica se desenvolve em outros locais que não seja nas trompas, como na cavidade abdominal ela pode ser descoberta mais tarde, mas sempre através do ultrassom.

Quem tem mais risco

A gravidez ectópica é uma situação pouco frequente, porém mulheres que tiverem uma gravidez ectópica anterior, possuem alterações na tuba uterina e/ ou histórico de endometriose, tiveram alguma infecção sexualmente transmissível ou já tiveram doença inflamatória pélvica, apresentam maior risco de ter a implantação do embrião fora do útero.

Além disso, mulheres que já tiveram um aborto, já realizaram laqueadura tubária, fazem uso de DIU (Dispositivo Intrauterino) ou fizeram fertilização in vitro, apresentam risco aumentado de gravidez ectópica.

Tipos de gravidez ectópica

A gravidez ectópica é uma condição rara em que o embrião pode ser implantado em vários locais do corpo, como trompas, ovário, cavidade abdominal ou cérvix, que é quando o feto cresce no colo do útero. Os tipos de gravidez ectópicas menos comuns são:

  • Gravidez ectópica intersticial: Ocorre quando o embrião se desenvolve no segmento intersticial da tuba. Nesse caso há aumento do Beta HCG e o tratamento normalmente é feito com os remédios e cloreto de potássio, em várias doses;
  • Gravidez cervical: É quando o embrião se desenvolve no colo do útero, podendo gera hemorragia intensa. O tratamento pode ser feito com embolização, curetagem ou injeção local de metotrexato, por exemplo;
  • Gravidez ectópica na cicatriz da cesárea: É muito rara, mas pode acontecer, sendo preciso tratamento com remédios metotrexato e ácido folínico, durante cerca de 1 semana;
  • Gravidez ovariana: Por vezes ela só é descoberta durante a curetagem e por isso não é usado o metotrexato;
  • Gravidez heterotópica: É quando o embrião se desenvolve entre o útero e a trompa, mas geralmente só é diagnosticada depois do rompimento da tuba e por isso o tratamento mais usado é a cirurgia. 

Além destes tipos, existe ainda a gravidez ectópica abdominal, que é quando o bebê se desenvolve no peritônio, entre os órgãos. Essa é uma condição muito rara e cada caso deve ser avaliado individualmente. Esta é uma gravidez complicada porque como o crescimento do bebê, os órgãos da mãe vão sendo comprimidos e os vasos sanguíneos podem ser rompidos, sendo potencialmente fatal. No entanto, há relatos de mulheres que conseguiram que o bebê chegasse às 38 semanas de gestação, sendo realizada uma cesariana para o nascimento.

Como é feito o tratamento

O tratamento para gravidez ectópica deve ser orientado por um obstetra, porque depende da exata localização do embrião, mas pode ser feito com o uso de remédios para promover o aborto ou cirurgia para retirada do embrião e reconstrução da tuba uterina, por exemplo.

Em alguns casos, quando a gravidez ectópica é descoberta antes das 8 semanas de gestação, e o embrião é muito pequeno, o médico pode indicar a toma de medicamento chamado Metotrexato para induzir o aborto, mas quando a gravidez está mais avançada, deve ser realizada uma cirurgia para sua retirada.

Saiba mais detalhes do tratamento em caso de gravidez ectópica.

Riscos da gravidez ectópica

O principal risco associado à gravidez ectópica é a hemorragia, que pode colocar a vida da mulher em risco, principalmente no primeiro trimestre da gestação, o que normalmente está relacionado com o rompimento de vasos sanguíneos devido ao desenvolvimento do embrião. Além disso, como consequência do sangramento intenso, a mulher pode apresentar anemia profunda, diminuição da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca. Veja como identificar os principais sinais e sintomas de hemorragia.