A ruptura do tendão de Aquiles acontece quando o tendão que liga os músculos da panturrilha à parte de baixo do calcanhar rompe, causando sintomas como dor muito intensa, dificuldade para caminhar e inchaço na região acima do calcanhar.
Este tipo de lesão é mais comum em praticantes de atividade física, entre os 20 e 40 anos, mas pode acontecer em qualquer idade. As atividades onde a ruptura do tendão de Aquiles é mais frequente são jogos de futebol, handebol, ginástica, atletismo, vôlei, ciclismo, basquete, tênis ou qualquer atividade que seja preciso saltar.
A ruptura do tendão de Aquiles pode ser total ou parcial, variando de 3 a 6 cm. No caso de rupturas parciais não há necessidade de realizar cirurgia, pois o tendão se regenera naturalmente. No entanto, a fisioterapia é indispensável. Já nos casos de ruptura total é preciso realizar uma cirurgia para garantir a completa recuperação.
Sintomas de ruptura do tendão de Aquiles
Os principais sintomas de rompimento do tendão de Aquiles são:
- Dor súbita e intensa na panturrilha ou atrás do tornozelo;
- Dificuldade para caminhar;
- Vermelhidão e/ou inchaço no local acima do calcanhar;
- Estalido no momento em que o tendão rompeu.
Em caso de suspeita de ruptura de tendão de Aquiles o médico ou o fisioterapeuta podem fazer um teste que pode demonstrar que o tendão foi rompido. Para o teste a pessoa deve ficar deitada de barriga para baixo e com um joelho dobrado. O profissional de saúde irá pressionar o músculo da 'batata da perna' e se o tendão estiver intacto o pé deverá se movimentar, mas se estiver rompido, não deve haver nenhum movimento.
É importante fazer esse teste com as duas pernas para poder comparar os resultados, caso não seja possível identificar a ruptura poderá solicitar um exame de ultrassom.
Principais causas
O rompimento do tendão de Aquiles pode acontecer como consequência da prática de atividade física intensa, ausência da realização de exercícios de alongamento ou aquecimento do músculo a ser treinado, realização de exercícios em ladeiras ou montanhas e uso constante de sapato alto.
Além disso, o rompimento pode ser favorecido por algumas doenças, como obesidade, diabetes, artrite e tendinite de repetição, além de poder ser consequência do uso de antibióticos ou corticoides com frequência, já que podem aumentar a degeneração do tendão e, consequentemente, o risco de ruptura. Veja mais sobre as situações que podem causar dor e aumentar as chances de ruptura do tendão de aquiles.
Como é feito o tratamento
O tratamento para ruptura do tendão de Aquiles deve ser feito sob orientação do ortopedista e/ ou fisioterapeuta e pode variar de acordo com o estilo de vida da pessoa, ou seja, se pratica atividade física ou não.
De forma geral, a cirurgia é indicada para pessoas jovens que praticam atividade física regularmente e que precisam voltar aos treinos o mais rápido possível, enquanto que a imobilização é indicada para quem não faz atividade física, pois apresenta menos riscos e, normalmente, não é necessária uma recuperação tão rápida.
Porém, o tratamento indicado pelo ortopedista também pode variar de acordo com o grau de ruptura, porque quando há uma ruptura parcial pode ser feita apenas talas de gesso, enquanto que na ruptura completa a cirurgia é sempre indicada. Mas tanto num caso, como no outro é necessário fazer fisioterapia para se recuperar completamente e voltar a caminhar normalmente, sem dor.
Assim, o tratamento para ruptura do tendão de Aquiles pode ser feito das seguintes formas:
1. Imobilização
A imobilização é o tratamento conservador, sendo indicada para ruptura parcial do tendão de Aquiles em pessoas não-atletas, e é feita com o uso de uma bota ortopédica ou bota gessada com salto para manter o calcanhar mais elevado e permitir que o tendão não fique muito esticado, facilitando a cicatrização natural desta estrutura.
Este tipo de tratamento, geralmente, é mais demorado que na cirurgia e durante este tipo de tratamento, é importante evitar qualquer atividade como caminhar por mais de 500 metros, subir escadas, e não deve colocar o peso do corpo sob o pé, embora possa pousar o pé no chão quando estiver sentado.
2. Cirurgia
A cirurgia é indicada para tratar a ruptura completa do tendão de Aquiles, sendo feita com anestesia geral. Nela o médico faz um pequeno corte na pele sobre o tendão, para colocar os pontos que unem o tendão.
Após a cirurgia, é necessário manter o repouso da perna durante, pelo menos, uma semana tendo especial atenção para manter a perna sempre elevada acima do nível do coração para aliviar o inchaço e a dor. Deitar na cama e colocar uma almofada por baixo da perna é uma boa solução para aliviar a dor e evitar o inchaço.
Após a cirurgia o ortopedista coloca também um gesso ou tala para imobilizar o pé, evitando a movimentação dos músculos da perna. A imobilização dura cerca de 6 a 8 semanas e durante este período não é recomendado colocar o pé no chão e sempre usar 2 muletas para andar.
3. Fisioterapia
A fisioterapia para casos deve ser iniciada após a indicação do ortopedista e pode ser feita ainda com tala gessada. As opções de tratamento fisioterapêutico para ruptura do tendão de aquiles pode conter recursos anti-inflamatórios de aparelhos como ultrassom, laser ou outro, estímulos para aumentar a circulação sanguínea local, o fortalecimento dos músculos da perna e, por último, a propriocepção.
Algumas técnicas incluem a mobilização articular passiva desde o joelho até ao pé, o uso de gelo, massoterapia terapêutica local, estiramentos dos músculos e, quando diminuir o quadro inflamatório, deve-se iniciar o fortalecimento dos músculos da panturrilha com faixas elásticas de diversas resistências.
O ideal é que o tratamento fisioterapêutico seja realizado diariamente, de preferência, sendo intercalado com hidroterapia, ou seja, fisioterapia na piscina, até que o fisioterapeuta dê alta ao paciente. Parar com a fisioterapia antes do fisioterapeuta conceder a alta pode facilitar um novo rompimento no futuro.
Quanto tempo demora a recuperação
Após uma ruptura completa do tendão de Aquiles o tempo médio de tratamento varia entre 6 e 8 meses, mas em alguns casos se a recuperação for demorada ou se a fisioterapia não for realizada de 4 a 5 vezes por semana, pode demorar 1 ano para que a pessoa retorne a suas atividades normais e a atividade que causou a ruptura.