"Terceira dose" e "dose de reforço" são termos que têm sido utilizados para descrever uma nova dose da vacina contra a COVID-19. Embora possam parecer semelhantes, os dois termos têm significados diferentes:
- Terceira dose: significa que para atingir o nível de proteção necessário, uma vacina precisa ser administrada em 3 doses iniciais iguais;
- Dose de reforço: significa que, depois de receber todas as doses iniciais de uma vacina, a pessoa recebe outra dose diferente para reforçar a imunidade. Esta dose pode conter amostras das variantes mais recentes do vírus, servindo também como uma "atualização" da resposta imunitária.
O plano de vacinação primário contra COVID-19 varia de uma vacina para a outra e todas as doses tomadas além das inicialmente indicadas são "doses de reforço", já que são aplicadas para reforçar a imunidade. Assim, "4ª dose" na verdade é uma 2ª dose de reforço que pode ser necessária em alguns casos.
Quando tomar a "3ª dose"?
No Brasil, a dose de reforço deve ser administrada com um intervalo de 2 a 6 meses após completar o esquema vacinal inicial, dependendo da fabricante da vacina. Além disso, o plano de vacinação pode variar em alguns estados, sendo importante estar atento às recomendações locais.
O esquema vacinal do Ministério da Saúde de 2024 para pessoas do grupo de risco com mais de 5 anos recomenda um intervalo de pelo menos 3 meses entre a última dose de qualquer vacina para COVID-19 e a 3ª dose (ou 1ª dose de reforço) feita com a vacina monovalente XBB (Moderna).
Em Portugal
Para pessoas dos grupos de risco entre 5 e 11 anos de idade, a dose de reforço deve ser feita com um intervalo de, pelo menos, 6 meses após a última dose da vacina contra COVID-19 ou infecção, utilizando a vacina Comirnaty da Pfizer/BioNTech adaptada à variante XBB.
Já acima dos 12 anos de idade, é recomendado um intervalo de 4 a 6 meses após a última dose da vacina contra COVID-19 ou infecção para pessoas dos grupos de risco.
Quando tomar a "4ª dose"?
No Brasil, de acordo com o esquema vacinal para COVID-19 no ano de 2024, pessoas com mais de 60 anos de idade (ou com problemas da imunidade a partir dos 5 anos), gestantes e puérperas devem receber uma 2ª dose de reforço (a "4ª dose") da vacina monovalente XBB (Moderna), 6 meses após a 1ª dose de reforço ("3ª dose").
Em Portugal
Em Portugal, para a campanha de vacinação contra COVID-19 de 2023-2024, recomenda-se apenas a 1ª dose de reforço ("3ª dose") da vacina Comirnaty da Pfizer/BioNTech adaptada à variante XBB.
Recomendação atual da vacina para COVID-19
De acordo com o Ministério da Saúde, a recomendação atual para a vacina contra COVID-19 no Brasil é a seguinte:
- Crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias: 1ª dose com a vacina monovalente XBB (Moderna) e, 4 semanas após, uma 2ª dose com a mesma vacina;
- A partir dos 5 anos de idade: apenas 1 dose da vacina monovalente XBB (Moderna);
- Pessoas dos grupos prioritários a partir de 6 meses de idade: 1ª dose com a vacina monovalente XBB (Moderna), seguida após 4 semanas por uma 2ª dose e, 8 semanas depois desta, uma 3ª dose.
Também é recomendado para pessoas do grupo prioritário a partir dos 5 anos que já se vacinaram anteriormente contra COVID-19, tomar a dose anual da vacina monovalente XBB (Moderna), com um intervalo mínimo de 3 meses do recebimento de qualquer outra vacina contra COVID-19.
Além disso, especialmente para pessoas imunocomprometidas com mais de 5 anos, gestantes/puérperas e pessoas com mais de 60 anos, ainda é indicada uma 2ª dose anual dessa vacina com intervalo de 6 meses.
Leia também: Vacinas COVID-19: eficácia, doses e efeitos colaterais
tuasaude.com/vacina-covid
Quando a dose de reforço começa a fazer efeito?
Os estudos parecem mostrar que a vacina da Pfizer fornece níveis de proteção bastante elevados após 2 semanas da aplicação da dose de reforço. Além disso, a proteção também parece ser bastante elevada para a vacina monovalente XBB (Moderna) após 14 dias da 2ª dose.
Quais os riscos de uma nova dose
As informações sobre os riscos de uma nova dose da vacina contra a COVID-19 são limitadas. No entanto, as reações à dose de reforço de mRNA ou adenovírus, que são a Pfizer e AstraZeneca respectivamente, são semelhantes às duas doses anteriores, sendo esperado que ocorram sintomas leves a moderados como cansaço ou dor no local da injeção.
Além disso, outros efeitos colaterais comuns incluem vermelhidão ou inchaço ao redor da injeção, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, febre ou náusea. Confira todos os efeitos colaterais das vacinas contra a COVID-19 e o que fazer para aliviar.
Revisão clínica:
Marcela Lemos
Biomédica
Mestre em Microbiologia Aplicada, com habilitação em Análises Clínicas e formada pela UFPE em 2017 com registro profissional no CRBM/ PE 08598.
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