O transtorno de conduta é um distúrbio psicológico que pode ser diagnosticado na infância em que a criança apresenta atitudes egoístas, violentas e manipuladoras que podem interferir diretamente no seu desempenho na escola e na sua relação com família e a amigos, além de também poder haver problemas com as autoridades.
O transtorno de conduta pode ser leve, moderado ou grave, de acordo com o tipo de ação da pessoa, sendo importante que o diagnóstico seja feito pelo psicólogo ou psiquiatra para que seja iniciado o tratamento mais adequado, que pode envolver a realização de terapia e/ ou uso de medicamentos.
Apesar do diagnóstico ser mais frequente na infância ou durante a adolescência, o transtorno de conduta também pode ser identificado a partir dos 18 anos, passando a ser denominado Transtorno da Personalidade Antissocial, em que a pessoa age com indiferença e frequentemente viola o direito das outras pessoas. Saiba identificar o transtorno da personalidade antissocial.
Principais sintomas
Os principais sintomas indicativos desse transtorno psicológico são:
- Falta de empatia e preocupação com os outros;
- Rebeldia e comportamento desafiador;
- Manipulação e mentiras frequentes;
- Frequente culpabilização das outras pessoas;
- Pouca tolerância à frustração, apresentando frequentemente crises de irritabilidade;
- Agressividade;
- Comportamento ameaçador, podendo iniciar brigas, por exemplo;
- Fuga de casa frequente;
- Furtos e/ ou roubos;
- Destruição de bens e vandalismo;
- Atitudes de cruéis com animais ou pessoas.
Como esses comportamentos fogem do que é esperado para a criança, é importante que a criança seja levada para o psicólogo ou psiquiatra assim que apresentar qualquer comportamento sugestivo. Dessa forma, é possível que seja feita a avaliação do comportamento da criança e seja feito o diagnóstico diferencial para outros transtornos psicológicos ou relacionadas ao desenvolvimento da criança.
Possíveis causas
A causa exata do transtorno de conduta não é completamente conhecida, no entanto, parece resultar de uma combinação de múltiplos fatores, que incluem:
1. Genética
O transtorno de conduta pode ser causado por fatores genéticos hereditários, sendo mais comum de ocorrer em crianças e adolescentes, cujos pais possuem transtorno de conduta ou algum tipo de distúrbio de humor, transtorno de ansiedade ou de personalidade, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou consumo excessivo de bebidas alcoólicas, por exemplo.
2. Fatores ambientais
Alguns fatores ambientais, como falta de estrutura familiar, conflitos entre os pais, falta de disciplina, agressões físicas ou verbais, violência doméstica ou história familiar de abuso de substâncias, podem levar a uma dificuldade de julgamento e à incapacidade de planejar e resolver problemas, contribuindo para o desenvolvimento do transtorno de conduta.
Além disso, o baixo nível socioeconômico, podem levar ao estresse econômico e social dos pais e à falta de parentalidade adequada, o que pode também contribuir para o desenvolvimento do transtorno de conduta.
3. Fatores biológicos
Alguns estudos [1,2] têm demonstrado que lesões, danos ou alterações na atividade elétrica no lobo frontal do cérebro, que é a região que regula as habilidades cognitivas, como resolução de problemas, memória e emoções, podem contribuir para agressividade e o desenvolvimento do transtorno de conduta.
Além disso, outras condições de saúde, como transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), distúrbios do aprendizado, depressão ou transtornos de ansiedade, além da utilização de drogas de abuso, por exemplo, parecem aumentar o risco de desenvolvimento do transtorno de conduta.
Como é feito o tratamento
O tratamento deve ser baseado nos comportamentos apresentados pela criança, sua intensidade e frequência e deve ser feito principalmente através da terapia, em que o psicólogo ou psiquiatra avalia os comportamentos e tenta identificar a causa e entender a motivação. Em alguns casos, o psiquiatra pode indicar o uso de alguns medicamentos, como estabilizadores do humor, antidepressivos e antipsicóticos, que permitem o autocontrole e a melhora do transtorno de conduta.
Quando os transtorno de conduta é considerado grave, em que a pessoa representa risco para outras pessoas, é indicado que seja encaminhada para um centro de tratamento para que o seu comportamento seja trabalhado de forma adequada e, assim, seja possível melhorar esse distúrbio.