Personalidade antissocial: o que é, sintomas e tratamento

O que é:

A personalidade antissocial é na verdade um transtorno, conhecido como transtorno de personalidade antissocial, que também pode ser conhecido como sociopatia, e que se caracteriza por um padrão de comportamento de indiferença, descaso e desconsideração pelo certo e errado, ou violação dos direitos ou dos sentimentos de outras pessoas. 

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Geralmente, pessoas que têm este transtorno apresentam comportamento agressivo, impulsivo ou irresponsável, manipulam ou tratam outras pessoas com indiferença ou falta de sensibilidade, e têm uma grande dificuldade em se adaptar às regras da sociedade, desrespeitando-as e violando-as, sem mostrar culpa ou remorso pelo comportamento.

As causas do transtorno de personalidade antissocial podem ser hereditárias, estar relacionadas com alterações nas estruturas cerebrais ou mesmo serem influenciadas pelo ambiente em que a pessoa vive. O tratamento deste transtorno deve ser feito pelo psiquiatra e/ou psicólogo e normalmente inclui psicoterapia ou uso de antipsicóticos ou antidepressivos, por exemplo. 

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Principais sinais e sintomas

Os sinais e sintomas do transtorno de personalidade antissocial podem variar de pessoa para pessoa, sendo os principais:

  • Falta de empatia e sensibilidade com os sentimentos dos outros, violando os seus direitos;
  • Mentir compulsivamente ou enganar outras pessoas;
  • Usar o charme para manipular outras pessoas para ganho ou prazer pessoal;
  • Mostrar sentimento de superioridade em relação a outras pessoas;
  • Incapacidade de se sujeitar às regras impostas pelas sociedade;
  • Falta de capacidade para perceber o sofrimento dos outros;
  • Não entender ou não se importar com aquilo que a sociedade considera certo ou errado;
  • Ter comportamentos inadequado sem demonstrar qualquer tipo de arrependimento;
  • Irritabilidade, agitação, agressão ou violência;
  • Dificuldade em seguir um plano de vida, mudando constantemente de emprego ou não sabendo administrar seus gastos.

Os primeiros sinais do transtorno de personalidade antissocial geralmente surgem na infância ou no início da adolescência, em que as crianças começam a mostrar comportamentos inadequados, como agressão contra pessoas ou animais, destruição de propriedades, enganar ou roubar, violando regras sociais relevantes e apropriadas para a idade.

Ter transtorno de personalidade antissocial é o mesmo que ser psicopata?

A psicopatia é considerada uma forma mais grave do transtorno de personalidade antissocial, no entanto, apenas um terço das pessoas com o transtorno de personalidade antissocial apresentam o diagnóstico de psicopatia.

Embora tenha características semelhantes com o transtorno de personalidade antissocial, o psicopata é menos impulsivo, tendo um comportamento mais controlado e calculado, além de apresentar relações sociais aparentemente normais, ser educado e capaz de se relacionar bem com outras pessoas, apesar de não criar laços, não se apegar e ser altamente manipulador.

Como confirmar o diagnóstico

O transtorno de personalidade antissocial é difícil de ser diagnosticado, já que existe uma grande dificuldade em distingui-lo de outras situações que podem apresentar sintomas semelhantes, como a esquizofrenia, a epilepsia do lobo temporal, a presença de lesões e tumores no cérebro, ou mesmo o uso substâncias psicoativas. Por isso, todos estes fatores devem ser excluídos antes de se confirmar o diagnóstico.

O diagnóstico do transtorno de personalidade antissocial, é feito por um psiquiatra ou psicólogo através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados e da história de alterações do comportamento na infância, antes dos 15 anos, que pode ser feito com ajuda de relatos da própria pessoas e de familiares próximos e uma avaliação psicológica rigorosa.

Possíveis causas

As causas deste transtorno ainda não são totalmente conhecidas, mas pensa-se que o transtorno de personalidade antissocial possa ser hereditário, sendo que os filhos de pessoas com esse tipo de transtorno têm um maior risco de o desenvolver. 

O transtorno de personalidade antissocial também pode ser resultado do uso de cigarros, bebidas alcoólicas ou drogas durante a gestação, que podem alterar o desenvolvimento cerebral do bebê, causando deficiências nas estruturas do cérebro.

Além disso, durante o desenvolvimento da criança, o ambiente familiar também contribui para o seu desenvolvimento emocional, sendo que é muito importante que desde cedo se estabeleça uma boa relação entre a mãe e o filho, já que separações, maus tratos e negligência podem-se refletir mais tarde na idade adulta, podendo torná-las agressivas e aumentar as chances de desenvolver o transtorno da personalidade antissocial.

Como é feito o tratamento

O tratamento do transtorno de personalidade antissocial deve ser orientado pelo psiquiatra ou psicólogo e depende da severidade dos sintomas, e da colaboração da pessoa. 

O tratamento pode ser feito com:

  • Psicoterapia, para ajudar no controle da raiva, da agressividade ou violência;
  • Terapia cognitiva comportamental, para ajudar a pessoa a gerenciar seus problemas, mudando a forma como pensa e se comporta;
  • Terapia baseada na mentalização, que consiste no psicólogo encorajar a pessoa a entender a forma como pensa e como seu estado mental pode afetar seu comportamento;
  • Uso de remédios, como antipsicóticos ou antidepressivos, para tratar os sintomas de agressividade ou impulsividade, ou condições que podem estar associadas ao transtorno de personalidade como ansiedade ou depressão.

Além disso, os programas de trabalho comunitário podem ser um tratamento a longo prazo para pessoas com transtorno de personalidade antissocial, pois ajudam a entender as necessidades emocionais e psicológicas das outras pessoas, estimulam o trabalho como parte da comunidade, promovem a tomada de decisões e ensinam a pessoa se sujeitar às regras, sendo esse tipo de tratamento indicado principalmente para pessoas em presídios.

É importante que os familiares de pessoas com o transtorno de personalidade antissocial também tenham ajuda profissional para ajudar a estabelecer limites e a se proteger de violências ou agressões.