Como é feito o tratamento para tuberculose

Atualizado em março 2023

O tratamento para tuberculose é feito com o uso de antibióticos orais, como a rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol ou rifapentina, que eliminam do organismo a Mycobacterium tuberculosis que provoca o surgimento da doença. 

Os medicamentos utilizados no tratamento são disponibilizados gratuitamente pelo SUS, e variam de acordo com a fase da doença e idade da pessoa, e, por isso, devem ser indicados pelo infectologista ou pneumologista. 

Além dos antibióticos, o tratamento da tuberculose pode envolver o uso de outros remédios, como vitamina B6 para evitar toxicidade neurológica, corticoides para a tuberculose meningoencefálica, analgésicos para baixar a febre, ou outros remédios de acordo com os sintomas. Confira os principais sintomas da tuberculose

Imagem ilustrativa número 1

Principais tratamentos para tuberculose

O tratamento da tuberculose envolve a combinação de diferentes antibióticos, de acordo com a fase da doença, sendo os esquemas de tratamento principais:

1. Rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol

O esquema básico utilizando a combinação de rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol, é indicado para o tratamento intensivo inicial da tuberculose pulmonar e extrapulmonar, para adultos ou crianças com mais de 10 anos.

O tratamento inicial com esses antibióticos deve ser feito por 2 meses, com doses recomendadas pelo médico, de acordo com o peso corporal. Saiba como usar a rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.

Após o tratamento intensivo inicial, deve-se fazer o tratamento de manutenção.

2. Rifampicina, isoniazida e pirazinamida

O esquema básico utilizando a combinação de rifampicina, isoniazida e pirazinamida é indicado para o tratamento inicial intensivo ou retratamento da tuberculose pulmonar e extrapulmonar, em crianças com menos de 10 anos.

Esse tratamento é feito inicialmente por 2 meses, podendo ser prolongado por mais 10 meses, para o tratamento de manutenção da tuberculose meningoencefálica, ou por mais 12 meses no caso da tuberculose extrapulmonar.

As doses do tratamento com rifampicina, isoniazida e pirazinamida deve ser indicado pelo médico de acordo com o peso corporal da criança.

Em crianças com desnutrição ou infecção por HIV, também pode ser recomendado pelo médico a suplementação de vitamina B6, ou piridoxina. Veja como é feita a suplementação de vitamina B6.

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4. Rifampicina e isoniazida

A combinação de rifampicina e isoniazida é indicada para o tratamento de manutenção da tuberculose pulmonar e extrapulmonar em adultos ou crianças com mais de 10 anos.

Esse tratamento de manutenção é feito por 6 a 10 meses, iniciado logo após o tratamento inicial, com doses recomendadas pelo médico.

A rifampicina e isoniazida também pode ser indicada como tratamento inicial inicial intensivo ou retratamento da tuberculose pulmonar e extrapulmonar, em crianças com menos de 10 anos.

5. Isoniazida, rifampicina e rifapentina

A isoniazida, a rifampicina ou a rifapentina, normalmente são indicadas para o tratamento da tuberculose latente, que é a fase em que a micobactéria está “adormecida”.

Nessa fase da doença, é muito importante fazer o tratamento, porque a doença pode ficar ativa a qualquer momento, sendo mais difícil de tratar.

O médico geralmente indica apenas a isoniazida ou a rifampicina, ou a combinação de isoniazida + rifapentina, que deve ser usado durante 3 a 9 meses até que as bactérias sejam completamente eliminadas e o resultado seja confirmado através de exames.

No caso de resistência bacteriana, o médico pode ainda indicar outros tipos de antibióticos, o que depende de qual medicamento para tuberculose, a bactéria é resistente. Entenda o que é resistência bacteriana e como evitar.  

Tratamento da tuberculose na gravidez

O tratamento da tuberculose na gravidez é feito com os mesmos medicamentos utilizados para o tratamento inicial e de manutenção em adultos, rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. No entanto, a rifapentina é contraindicada na gravidez.

Além disso, devido ao maior risco de efeitos tóxicos neurológicos no feto, o médico pode recomendar a suplementação de piridoxina (vitamina B6) para a gestante, na dose de 50mg/dia. 

O tratamento da tuberculose na gravidez é muito importante tanto para a mulher como para o bebê, para diminuir o risco de transmissão da doença para o feto ou ao recém-nascido, assim como para evitar a transmissão da doença para outras pessoas.

Tratamento da tuberculose na amamentação

O tratamento da tuberculose na amamentação também é feito com os mesmos antibióticos utilizados para o tratamento inicial e de manutenção em adultos, e apesar de poderem passar em pequenas quantidades para o bebê através do leite materno, não existem contraindicações para a amamentação.

No entanto, é recomendado que a mulher utilize máscara ao amamentar e ao cuidar do bebê, enquanto o exame de escarro der positivo para o bacilo.

Cuidados durante o tratamento

Alguns cuidados são importantes durante o tratamento da tuberculose, como:

  • Fazer consultas uma vez por mês com o médico, para avaliar os sintomas, a evolução da doença e os efeitos colaterais do tratamento;
  • Realizar os exames de função hepática, função renal e glicemia de jejum, antes de iniciar o tratamento e quando solicitados pelo médico;
  • Fazer o exame de baciloscopia do escarro, uma vez por mês, para tuberculose pulmonar, de forma que o médico pode avaliar a eficácia do tratamento;
  • Fazer raio X de tórax, nos casos de tuberculose pulmonar, quando solicitado pelo médico;
  • Seguir o tratamento e tomar os remédios nos horários corretos, conforme orientado pelo médico;
  • Não interromper o tratamento por conta própria, mesmo depois dos sintomas terem desaparecido, para garantir a completa eliminação das bactérias;
  • Tomar os remédios após uma refeição, para evitar dor ou desconforto no estômago, ou conforme orientação médica;
  • Fazer isolamento nos primeiros 15 dias de tratamento, pois ainda se pode transmitir o bacilo da tuberculose para outras pessoas;
  • Cobrir a boca com um lenço ou papel ao espirrar ou tossir, e depois descartá-lo em um lixo com tampa;
  • Usar máscara cirúrgica quando estiver próxima de outras pessoas;
  • Evitar áreas públicas ou espaços fechados, especialmente durante as primeiras 2 a 3 semanas de tratamento.

Além disso, no caso de mulheres, durante o tratamento da tuberculose, deve-se utilizar um método contraceptivo de barreira, pois os remédios para tuberculose, especialmente a rifampicina, pode diminuir a eficácia da pílula anticoncepcional.

Como usar vitamina D para acelerar o tratamento

A vitamina D foi um dos primeiros remédios utilizados para tratar a tuberculose antes da existência de antibióticos específicos para tratar a doença. Antigamente, os pacientes com tuberculose eram expostos à luz do sol e, embora não se conhecesse a razão pela qual a luz solar funcionava, muitos pacientes melhoravam.

Atualmente, a vitamina D é conhecida como um importante regulador do sistema imune que ajuda as células de defesa a eliminarem proteínas inflamatórias e a produzirem mais proteínas que de fato ajudam a eliminar bactérias, como as que provocam a tuberculose.

Assim, para melhorar o tratamento ou evitar a infecção por tuberculose, é recomendado aumentar os níveis de vitamina D no organismo através da ingestão de alimentos ricos em vitamina D e exposição solar com protetor solar adequado e fora das horas de maior perigo.

É importante ressaltar que a vitamina D pode ser indicada pelo médico, caso a pessoa tenha deficiência de vitamina D, e a suplementação dessa vitamina não substitui o tratamento com antibióticos, pois não elimina a bactéria do corpo.

Possíveis efeitos colaterais do tratamento

Os principais efeitos colaterais do tratamento da tuberculose são:

  • Náuseas, vômitos e diarreia frequente;
  • Perda do apetite;
  • Pele amarelada;
  • Urina escura;
  • Inflamação do nervo ótico;
  • Uveíte;
  • Intoxicação no fígado;
  • Aumento do ácido úrico, especialmente em pessoas com gota;
  • Artrite gotosa aguda;
  • Neuropatia periférica;
  • Dor nas articulações;
  • Vermelhidão, coceira e erupção na pele.

Quando surgem efeitos colaterais é aconselhado informar o médico que prescreveu o medicamento, para avaliar se é necessário trocar de remédio ou adaptar a dose do tratamento.

Sinais de melhora e piora

Os sinais de melhora da tuberculose surgem cerca de 2 semanas após o início do tratamento e incluem diminuição do cansaço, desaparecimento da febre e alívio das dores musculares.

Já os sinais de piora são mais frequentes quando o tratamento não é iniciado a tempo, especialmente nos casos de tuberculose latente em que a pessoa não sabe que está infectado, e incluem surgimento de febre acima de 38º C, mal estar geral, suores noturnos e dores musculares.

Além disso, dependendo do local afetado, também podem surgir sintomas mais específicos como tosse com sangue, inchaço do local afetado ou perda de peso.

Veja mais sobre a tuberculose no vídeo a seguir: