4 tratamentos para doença inflamatória pélvica (e cuidados)

O tratamento para a doença inflamatória pélvica (DIP) é principalmente o uso de antibióticos, como ceftriaxona intramuscular, doxiciclina e metronidazol por via oral, por exemplo, para eliminar bactérias que estejam causando a infecção.

Foto doutora realizando uma consulta
Encontre um Ginecologista perto de você! Parceria com Buscar Médico

A DIP é causada na maioria dos casos como consequência de uma infecção sexualmente transmissível (IST) que não foi devidamente tratada, como gonorreia ou clamídia, mas também pode surgir devido a infecção no momento do parto ou procedimentos médicos, como colocação de DIU. Veja todas as causas da DIP.

O tratamento para doença inflamatória pélvica é feito pelo ginecologista e nos casos mais graves pode ser necessário internamento hospitalar para receber antibióticos na veia ou fazer cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

4 tratamentos para doença inflamatória pélvica

Os principais tratamentos para doença inflamatória pélvica são:

1. Uso de antibióticos

Os antibióticos para doença inflamatória pélvica são usados em esquemas, associando injeção intramuscular e comprimidos por via oral, que incluem:

Esquema de tratamento Antibióticos
1ª opção
  • Ceftriaxona 500 mg por injeção intramuscular, em dose única (mulheres que pesam mais de 150 Kg com infecção por gonorreia confirmada, a dose recomendada é de 1 g de ceftriaxona intramuscular)
  • Doxiciclina 100 mg, por via oral, 2 vezes por dia, durante 14 dias
  • Metronidazol 500 mg, por via oral, 2 vezes por dia, durante 14 dias
2ª opção
  • Cefoxitina 2 g, por injeção intramuscular, em dose única + probenecida 1 g por via oral em dose única 
  • Doxiciclina 100 mg, por via oral, 2 vezes por dia, durante 14 dias
  • Metronidazol 500 mg, por via oral, 2 vezes por dia, durante 14 dias
Esquema alternativo
  • Cefotaxima ou outro antibiótico da classe das cefalosporinas de terceira geração, por via intramuscular
  • Doxiciclina 100 mg, por via oral, 2 vezes por dia, durante 14 dias
  • Metronidazol 500 mg, por via oral, 2 vezes por dia, durante 14 dias

Para mulheres alérgicas às cefalosporinas, o ginecologista pode recomendar outro esquema de tratamento para DIP. Veja todos os remédios indicados para DIP.

O uso de antibióticos para doença inflamatória pélvica deve ser iniciado o mais rápido possível sempre que a mulher com vida sexual ativa tem dor pélvica ou no baixo ventre e no exame físico apresenta sensibilidade no trato genital.

Isso porque o diagnóstico da DIP é clínico, baseado nos sintomas e exame físico e mesmo que os exames apresente resultado negativo, o médico deve iniciar o tratamento rapidamente. Saiba identificar todos os sintomas da DIP.

2. Retirada do DIU

No caso da doença inflamatória ter sido causada pela colocação do DIU, o ginecologista deve retirar o DIU, além de indicar o uso de antibióticos.

3. Internamento hospitalar

O internamento hospitalar é indicado pelo médico para receber antibióticos na veia nos casos de DIP grave, gravidez, abscesso tubo-ovariano, ou falha no tratamento ou intolerância aos antibióticos por via intramuscular ou oral.

Os principais esquemas de tratamento com antibióticos no internamento hospitalar são:

Esquema de tratamento Antibióticos
1ª opção
  • Ceftriaxona 1 g aplicado diretamente na veia, a cada 24 horas
  • Doxiciclina 100 mg por via oral ou aplicada diretamente na veia a cada 12 horas
  • Metronidazol 500 mg por via oral ou aplicada diretamente na veia a cada 12 horas
2ª opção
  • Clindamicina 900 mg aplicada diretamente na veia, a cada 8 horas
  • Gentamicina 2 mg/kg de peso corporal (dose de ataque) aplicada na veia ou músculo, seguida de uma dose de manutenção de 1,5 mg/kg de peso corporal a cada 8 horas. Em alternativa, o médico pode indicar uma dose única diária 3 a 5 mg/kg de peso corporal
3ª opção
  • Ampicilina+sulbactam 3 g aplicada diretamente na veia, a cada 6 horas
  • Doxiciclina 100 mg por via oral ou aplicada diretamente na veia a cada 12 horas
Esquema alternativo
  • Cefoxitina 2 g aplicada diretamente na veia, a cada 6 horas
  • Doxiciclina 100 mg por via oral ou aplicada diretamente na veia a cada 12 horas

O tempo de internamento hospitalar, assim como a combinação dos antibióticos, deve sempre ser orientado pelo ginecologista.

A doxiciclina é contraindicada durante a gravidez.

4. Cirurgia

A cirurgia para a doença inflamatória pélvica pode ser indicada pelo médico principalmente nos casos de abscessos tubo-ovarianos para drenar o abscesso.

Essa cirurgia pode ser feita utilizando diferentes técnicas, como drenagem percutânea guida por tomografia computadorizada ou ultrassom, videolaparoscopia ou laparotomia, por exemplo.

Leia também: Videolaparoscopia: para que serve, como é feita e recuperação tuasaude.com/videolaparoscopia

Nos casos de ruptura do abscesso a cirurgia é feita de forma emergencial.

Cuidados durante o tratamento

Durante o tratamento da doença inflamatória pélvica alguns cuidados são importantes, como:

  • Tomar os remédios nas doses e horários corretos conforme orientados pelo médico;
  • Fazer o tratamento pelo tempo recomendado pelo médico, mesmo que ocorra melhora rápida dos sintomas;
  • Consultar o médico novamente, após 72 horas do início do uso de antibióticos para avaliar a eficácia do tratamento; 
  • Evitar o contato íntimo durante todo o tratamento da DIP.

Além disso, o(a) parceiro(a) que teve contato íntimo com a mulher com DIP durante os 60 dias antes do inicio dos sintomas, devem ser avaliadas pelo médico e testadas para IST's, como clamídia e gonorreia, principalmente homens pois normalmente não apresentam sintomas.

Assim, o(a) parceiro(a) também deve realizar o tratamento conforme orientação médica.

Leia também: 10 exames IST: quais são, o que detectam (e quando fazer) tuasaude.com/exames-ist