Vacina antirrábica humana: quando tomar, doses e efeitos colaterais

O que é:

A vacina antirrábica humana é indicada para a prevenção da raiva em crianças e adultos, podendo ser administrada antes e após a exposição ao vírus, que é transmitido através da mordida de cachorro ou outros animais infectados pelo vírus da raiva.

Foto doutora realizando uma consulta
Encontre um Infectologista perto de você! Parceria com Buscar Médico

A raiva é uma doença que afeta o sistema nervoso central, levando à inflamação do cérebro e geralmente leva à morte, se a doença não for devidamente tratada. Essa doença pode ser curada se a pessoa procurar ajuda médica logo que é mordida, de forma a limpar e desinfetar o ferimento, receber a vacina, e caso seja necessário, tomar também imunoglobulinas.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A vacina antirrábica é indicada para prevenir a raiva em humanos antes ou após a exposição ao vírus. A raiva é uma doença de animais que pode afetar os seres humanos, e provoca a inflamação do cérebro, que geralmente leva a pessoa à morte. Saiba como identificar a raiva humana

A vacina age estimulando o organismo a produzir a sua própria proteção contra a doença, podendo ser usada na prevenção da raiva antes da exposição, indicado para pessoas expostas a um risco frequente de contaminação, como veterinários ou pessoas que trabalham em laboratório com o vírus, por exemplo, bem como na prevenção após suspeita ou confirmação de exposição ao vírus, transmitido por mordidas ou arranhões de animais infectados.

Quando tomar a vacina

A vacina antirrábica pode ser tomada antes ou após a exposição ao vírus da raiva, sendo as principais formas:

1. Vacinação de prevenção

Esta vacinação é indicada na prevenção da raiva antes da exposição ao vírus, e deve ser administrada a pessoas que têm alto risco de contaminação ou que estão em risco permanente, como:

  • Pessoas que trabalham em laboratório de diagnóstico, pesquisa ou produção de vírus da raiva;
  • Veterinários e assistentes;
  • Tratadores de animais;
  • Caçadores e trabalhadores florestais;
  • Fazendeiros;
  • Profissionais que preparam animais para exposição;
  • Profissionais que estudam cavidades naturais, como cavernas por exemplo.

Além disso, pessoas que viajam para locais de alto risco, também devem tomar esta vacina. 

2. Vacinação após exposição ao vírus

A vacinação pós-exposição deve ser iniciada imediatamente ao menor risco de contaminação pelo vírus da raiva, sob supervisão médica, em um centro de tratamento antirrábico especializado. Além disso, é muito importante fazer o tratamento local do ferimento, e se necessário, tomar imunoglobulinas.

Esquema de doses da vacina antirrábica

A vacina antirrábica humana é administrada por um profissional de saúde por via intramuscular, no braço, e o esquema de vacinação deve ser adaptado de acordo com o estado imune antirrábico da pessoa, que incluem:

1. Profilaxia pré-exposição

A profilaxia pré-exposição é feita em pessoas que não não estão infectadas com o vírus da raiva, mas que têm maior risco de se expor ao vírus.

O esquema de doses da vacina antirrábica humana para profilaxia pré-exposição é de 3 doses da vacina, conforme a seguir:

  • 1ª dose: na data escolhida;
  • 2ª dose: 7 dias após a primeira dose;
  • 3ª dose: 28 dias após a primeira dose.

Após 14 dias da última dose, deve-se fazer um exame sorológico para verificar os níveis de anticorpos no sangue e se a pessoa ficou imunizada contra o vírus da raiva. No caso da pessoa não ter ficado imunizada, deve-se fazer uma dose de reforço, conforme orientação médica. 

Além disso, é necessário fazer um reforço a cada 6 meses para pessoas que manuseiam o vírus rábico vivo, e a cada 12 meses para pessoas em contínuo risco de exposição. Para pessoas não expostas ao risco, o reforço é feito 12 meses após a primeira dose, e depois a cada 3 anos.

2. Tratamento pós-exposição

No tratamento pós-exposição, ou seja, após a pessoa ter tido contato com o vírus da raiva através de mordida de animais infectados, as doses dependem da imunização da pessoa. e incluem:

Condição da imunização

Esquema de doses

Pessoas que receberam a vacina profilática pré-exposição e que têm comprovação de que possuem anticorpos contra o vírus

  • 1ª dose: no dia do acidente;
  • 2ª dose: 3 dias após a primeira dose.

Nesses casos, não é necessário tomar o soro antirrábico.

Pessoas não imunizadas, ou seja, que não tomaram a vacina profilática pré-exposição ou que tomaram a vacina anteriormente mas não produziram anticorpos contra o vírus

  • 1ª dose: no dia da acidente, devendo-se também tomar o soro antirrábico (imunoglobulina);
  • 2ª dose: 3 dias após a primeira dose;
  • 3ª dose: 7 dias após a primeira dose;
  • 4ª dose: 14 dias após a primeira dose.

Para pessoas que tenham o sistema imunológico enfraquecido, como no caso de infecção por HIV ou uso de remédios imunossupressores, por exemplo, deve-se tomar a 5ª dose da vacina, aplicada 28 dias após a primeira dose.

A vacina antirrábica deve ser aplicada por um profissional de saúde, sendo importante que as condições do animal sejam levadas em consideração para o tratamento após a exposição.

Possíveis efeitos colaterais

Embora sejam raros, podem ocorrer efeitos adversos como dor no local de aplicação, febre, mal-estar, dor nos músculos e articulações, inchaço nos gânglios linfáticos, vermelhidão, coceira, hematoma, cansaço, sintomas gripais, dor de cabeça, tonturas, sonolência, calafrios, dor abdominal e enjoos.

Com menos frequência podem ocorrer reações alérgicas graves, inflamação aguda do cérebro, convulsões, perda auditiva repentina, diarreia, urticária, falta de ar e vômitos.

Quem não deve usar

Nos casos em que se pretenda fazer uma vacinação pré-exposição, não é aconselhável fazê-lo em grávidas, nem em pessoas que apresentem febre ou doença aguda, devendo a vacinação ser adiada. Além disso, também não deve ser usada em pessoas com alergia conhecida a qualquer um dos componentes da vacina.

Nos casos em que já tenha ocorrido exposição ao vírus, não existe nenhuma contraindicação, já que a evolução da infecção pelo vírus da raiva, se não for tratado, leva geralmente à morte.