Vacina BCG: para que serve, quando tomar e reações adversas

A vacina BCG é indicada para prevenir as formas graves de tuberculose, como a tuberculose miliar e a meningite tuberculosa, pois estimula o organismo a produzir anticorpos contra a doença, que serão ativados caso a bactéria Mycobacterium tuberculosis entre no organismo.

Foto doutora realizando uma consulta
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Essa vacina contém a bactéria Mycobacterium bovis (Bacillus Calmette-Guérin) atenuada, ou seja, contém a bactérias viva enfraquecida, mas que não é capaz de causar a tuberculose, sendo uma vacina muito segura.

A vacina BCG é disponibilizada gratuitamente pelo SUS, sendo normalmente administrada na maternidade ou no posto de saúde logo após o nascimento, fazendo parte do calendário de vacinação do bebê. Veja o calendário de vacinação completo do bebê.

Medico aplicando vacina no braço direito do bebê

Para que serve

A vacina BCG serve para evitar as formas graves da tuberculose, como a tuberculose miliar ou a meningite tuberculosa, por exemplo.

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Essa vacina estimula a imunidade ativa, através da produção de anticorpos contra a tuberculose.

Quando tomar

No Brasil, a vacina BCG é indicada para:

  • Recém-nascidos com peso igual ou maior a 2kg e, por isso, costuma ser aplicada logo após o nascimento, ainda na maternidade;
  • Crianças até os 5 anos de idade, ainda não vacinadas com a BCG;
  • Pessoas em qualquer idade que convivem com portadores de hanseníase.

Em Portugal, a vacina BCG deixou de ser obrigatória desde 2016, no entanto pode ser indicada para alguns bebês com risco elevado de desenvolver a infecção, sendo importante ter a recomendação do pediatra.

Como é administrada

A vacina BCG deve ser administrada em dose única, diretamente na camada superior da pele (via intradérmica), por um médico, enfermeiro ou profissional de saúde treinado.

Geralmente, para crianças com idade inferior a 12 meses a dose recomendada é de 0,05 mL, e com idade superior a 1 ano é de 0,1 mL.

Esta vacina é sempre aplicada no braço direito da criança, e a resposta à vacina leva de 3 a 6 meses para aparecer, sendo notada quando surge uma pequena mancha vermelha elevada na pele, que evolui para uma pequena ferida e, finalmente, uma cicatriz.

O que significa a cicatriz da vacina BGC?

A formação da cicatriz indica que houve uma reação do organismo às bactérias injetadas na pele, sendo considerado um sinal de que a vacina foi capaz de estimular a imunidade do bebê.

No entanto, a ausência da cicatriz não indica necessariamente uma falta de imunização, não sendo recomendado que a vacina seja reaplicada se não existir cicatriz, já que não existem evidências científicas de que seja benéfico.

Cuidados a ter depois da vacina

Depois de receber a vacina, a criança pode apresentar uma lesão no local da injeção.

Para que a cicatrização seja feita corretamente deve-se evitar cobrir a lesão, manter o local limpo, não aplicar qualquer tipo de medicamento, nem fazer curativo.

Possíveis reações adversas

Normalmente a vacina contra tuberculose não leva ao surgimento de efeitos colaterais, além da ocorrência de inchaço, vermelhidão e sensibilidade no local da injeção, que gradualmente muda para uma pequena vesícula e depois para uma úlcera em cerca de 2 a 4 semanas.

Embora seja raro, em alguns casos, pode ocorrer inchaço dos gânglios linfáticos, dor muscular e ferida no local da injeção. Ao surgirem esses efeitos colaterais, é indicado ir ao pediatra para que a criança seja avaliada.

Quem não deve tomar

A vacina é contraindicada para bebês prematuros menos de 2kg, sendo necessário esperar o bebê chegar aos 2kg para que seja administrada a vacina.

Além disso, recém-nascidos de mães que usaram remédios durante a gestação que causam enfraquecimento do sistema imunológico, como imunossupressores, também não devem receber a vacina BCG.

A vacina BCG também não deve ser aplicada em pessoas que tenham alergia a algum componente da fórmula, que tenham o sistema imune enfraquecido, como infecção generalizada ou AIDS, por exemplo.

Qual a duração da proteção?

A duração da proteção ainda não foi determinada, e pode estar relacionada com a potência e a dose da vacina.

O que se sabe-se é que a proteção vai diminuindo ao longo dos anos, pela incapacidade de gerar uma quantidade de células de memória suficientemente robusta e duradoura.

Assim, sabe-se que a proteção é superior nos primeiros 3 anos de vida, mas não existem evidências de que a proteção seja superior a 10 anos.