A vacina da COVID-19 está indicada para todas as crianças com mais de 3 anos, no caso da Coronavac, ou de 5 anos, no Brasil e em Portugal, no caso da vacina da Pfizer. Na maioria dos casos, entre os 5 e 11 anos deve ser administrada uma versão pediátrica da vacina da Pfizer, já em crianças e adolescentes com mais de 12 anos, a vacina usada deve ser igual à dos adultos.
A vacinação contra a COVID-19 em crianças ajuda não só a proteger contra a infecção pelo coronavírus, mas especialmente a diminuir o risco de desenvolver a forma grave da doença, que pode necessitar de internamento hospitalar e, até, colocar a vida em risco.
Como qualquer outra vacina, a vacina da COVID-19 em crianças pode provocar alguns efeitos colaterais, especialmente no local da injeção, que pode ficar dolorido, inchado e vermelho. Além disso, outras reações como febre e cansaço também são comuns, mas tendem a ser passageiras e a desaparecer com alguns cuidados.
Tipos de vacina aprovados
No Brasil existem 5 vacinas aprovadas para a vacinação de crianças:
- Vacina Pfizer adulto, que é indicada a partir dos 12 anos;
- Vacina Pfizer pediátrica: indicada para crianças de grupos prioritários entre 5 anos e 11 anos, 11 meses e 29 dias;
- Pfizer baby, para crianças entre 6 meses e a 4 anos, 11 meses e 29 dias;
- Vacina Coronavac, que é indicada para crianças de 3 a 4 anos, 11 meses e 29 dias;
- Vacina monovalente XBB Moderna: crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Já em Portugal, apenas a vacina da Pfizer possui aprovação, podendo ser administrada na sua versão para adulto ou na versão pediátrica, dependendo da idade da criança.
Quando tomar a vacina
A vacinação contra a COVID-19 em crianças está aprovada pela Anvisa e autorizada pelo Ministério da Saúde a partir dos 5 anos, no caso da Pfizer. Tanto no Brasil como em Portugal, a vacina da Pfizer pode ser administrada na sua versão pediátrica em crianças entre os 5 e 11 anos, enquanto a versão de adulto deve ser administrada em crianças e adolescentes com mais de 12 anos.
Além disso, no Brasil, existe ainda a vacina Coronavac, que está recomendada para crianças a partir dos 3 anos, incluindo as imunossuprimidas.
A Anvisa também aprovou uma versão da vacina da Pfizer para crianças entre 6 meses e 4 anos, conhecida como Pfizer baby. A orientação do Ministério da Saúde é que essa vacina que seja administrada para crianças nessa faixa etária com comorbidades, como diabetes, hipertensão arterial ou pulmonar, alterações cardiovasculares, neurológicas ou renais, obesidade, síndrome de Down, hemoglobinopatias graves, cirrose hepática e/ ou imunocomprometidas.
Quantas doses devem ser administradas
Todas as vacinas aprovadas para administração em crianças contemplam um plano de vacinação primário com duas ou três doses, no caso da vacina para crianças entre 6 meses e 4 anos.
Dependendo do país, e da vacina a administrar, o tempo de intervalo varia conforme a seguir:
Brasil
- Pfizer (pediátrica ou adultos): 2 doses com intervalo de 8 semanas;
- Pfizer baby: 3 doses com intervalos de 4 semanas entre a 1ª e 2ª doses e 8 semanas entre a 2ª e 3ª doses;
- Coronavac: 2 doses com intervalo de 28 dias;
- Moderna monovalente XBB: 2 doses para crianças que não receberam nenhuma vacina COVID-19, onde a 2ª deve ser dada 4 semanas após a primeira.
Crianças a partir de 5 anos, devem receber 1 dose de reforço da monovalente XBB. Além disso, crianças de grupos prioritários ou imunocomprometidas, devem receber uma e duas doses anuais de reforço da monovalente XBB, respectivamente.
Portugal
- Pfizer (versão pediátrica): 2 doses com intervalo de 6 a 8 semanas;
- Pfizer (versão adultos): 2 doses com intervalo de 21 a 28 dias.
Diferença entre a versão pediátrica e de adultos
A principal diferença entre a versão pediátrica de uma vacina e sua versão para adultos está na quantidade de imunizante administrada. Por exemplo, no caso da vacina da Pfizer, a diferença de imunizante é de 10 microgramas na versão pediátrica, para 30 microgramas na versão de adulto.
Além disso, outros pormenores técnicos, como o tempo de conservação ou a embalagem das vacinas, também podem variar de uma versão para a outra.
Possíveis efeitos colaterais
Assim como em qualquer outra vacina, e à semelhança do que acontece com a vacinação em adultos, a vacina da COVID-19 em crianças pode levar ao surgimento de alguns efeitos colaterais. Os mais comuns incluem:
- Dor, inchaço e/ou vermelhidão no local da injeção;
- Dor de cabeça, febre e/ou calafrios;
- Diarreia e/ou vômitos;
- Cansaço e falta de vontade para brincar.
Estas reações normalmente surgem nas primeira 24 horas após a administração da vacina e desaparecem em até 2 ou 3 dias. No caso das reações no local da injeção, podem ser aliviadas com a aplicação de uma compressa fria por 10 a 15 minutos no local, 3 a 4 vezes por dia, já no caso de sintomas como febre, dor de cabeça ou cansaço, está indicado repousar e beber bastantes líquidos.
Embora possam ser um efeito desconfortável, a maior parte das reações não precisa de qualquer tipo de tratamento médico específico. Ainda assim, se os sintomas forem muito intensos e para que a criança se sinta melhor, podem ser utilizados alguns remédios, com orientação do pediatra, como paracetamol ou ibuprofeno. Veja mais sobre como aliviar as reações comuns da vacina da COVID-19.
Reações graves à vacinação
O desenvolvimento de reações graves à vacina da COVID-19 em crianças é muito raro, no entanto, poderão surgir sintomas de reação alérgica grave como vermelhidão e coceira na pele, inchaço do rosto e/ou sensação de falta de ar. As reações graves de alergia são mais comuns nos primeiros 30 minutos após a vacinação e, por isso, é aconselhado permanecer no centro de vacinação por esse tempo. Ainda assim, se esses sintomas surgirem em casa, deve-se chamar a ajuda médica ou levar a criança rapidamente ao hospital.
Uma das principais preocupações com a vacinação de crianças contra a COVID-19, é o possível aparecimento de problemas cardíacos, como miocardite ou pericardite. Porém, num relatório liberado pelo CDC [1] sobre a vacina da Pfizer, esse efeito parece ser extremamente raro, tendo sido identificado em apenas 11 casos, que recuperaram após tratamento.