A vacina contra o HPV (papiloma vírus humano), tem como função prevenir doenças causadas por este vírus, como verrugas genitais, lesões pré-cancerosas e câncer do colo do útero, vulva, vagina ou ânus. Esta vacina é aplicada na forma de injeção, e é oferecida gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos dos 9 aos 14 anos.
Além disso, o SUS também oferece a vacina do HPV para crianças e adultos dos 9 aos 45 anos em casos especiais, como de histórico de HIV ou AIDS, transplante de órgãos ou medula óssea e pessoas em tratamento contra o câncer. No entanto, nesses casos é necessário a apresentação de receita médica.
A vacina oferecida pelo SUS é a quadrivalente, que protege contra os 4 tipos de vírus HPV mais comuns no Brasil, e age estimulando a produção de anticorpos necessários para combater o vírus. No entanto, a vacina não trata a infecção pelo HPV, e neste caso, deve-se fazer o tratamento do HPV indicado pelo médico. Saiba como é feito o tratamento do HPV.
Quem pode tomar
A vacina contra o HPV pode ser tomada das seguintes formas:
1. Pelo SUS
A vacina do HPV (Gardasil) está disponível gratuitamente nos postos de saúde para:
- Meninos e meninas dos 9 aos 14 anos;
- Pessoas imunocomprometidas dos 9 aos 45 anos, que tenham HIV ou AIDS, receberam transplante de órgãos ou medula óssea e em tratamento contra o câncer, por exemplo;
- Pessoas dos 15 aos 45 anos vítimas de violência sexual, mesmo que previamente saudáveis;
- Pessoas dos 15 aos 45 anos que usam PrEP para prevenir a infecção pelo HIV, caso não vacinadas ou não tenham completado a vacinação para HPV anteriormente;
A vacina quadrivalente que é oferecida pelo SUS pode ser tomada, também, por meninos e meninas que já não são virgens, mas a sua eficácia pode estar diminuída, pois já podem ter estado em contato com o vírus.
Essa vacina não é indicada para o tratamento de infecção ativa pelo HPV, nem para tratamento do câncer do colo do útero, vulva ou vaginal. No entanto, adultos ou adolescentes que já tiveram infecção pelo HPV podem tomar a vacina, desde que com indicação médica, pois pode proteger contra outros tipos de vírus do HPV.
2. No particular
A vacina também pode ser tomada por pessoas com idades superiores, entretanto, são apenas disponibilizadas em clínicas de vacinação particulares. Ela está indicada para:
- Crianças e adultos entre 9 e 45 anos de idade, se for a vacina quadrivalente (Gardasil), ou qualquer idade acima dos 9 anos, se for a vacina bivalente (Cervarix);
- Crianças e adultos entre 9 e os 45 anos de idade, com a vacina nonavalente (Gardasil 9).
As vacinas podem ser tomadas mesmo por pessoas que fazem tratamento ou já tiveram infecção pelo HPV, pois pode proteger contra outros tipos de vírus HPV, e prevenir a formação de novas verrugas genitais e risco de câncer.
Leia também: HPV: o que é, sintomas, transmissão e tratamento tuasaude.com/hpvPrincipais tipos de vacinas do HPV
Os principais tipos de vacina contra o HPV são:
- Vacina bivalente (Cervarix): protege apenas contra os vírus 16 e 18, que são os maiores causadores do câncer do colo do útero, sendo indicada a partir dos 9 anos e sem limite de idade. Essa vacina protege contra o câncer do colo do útero, mas não contra as verrugas genitais;
- Vacina quadrivalente (Gardasil): protege contra 4 tipos de vírus do HPV, os vírus 6, 11, 16 e 18, que podem causar verrugas genitais, o câncer do colo do útero na mulher e o câncer do pênis ou do ânus no caso do homem.
- Vacina nonavalente (Gardasil 9): protege contra 9 subtipos do vírus do HPV que são os vírus 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58, que podem causar câncer do colo do útero, vagina, vulva e ânus, assim como contra verrugas provocadas pelo HPV.
Essas vacinas têm como objetivo estimular o organismo a produzir anticorpos contra o vírus do HPV, ajudando a prevenir a doença. No entanto, é importante ressaltar que as vacinas não tratam a infecção pelo vírus HPV, sendo importante fazer o tratamento indicado pelo médico, caso já tenha a infecção.
Doses da vacina do HPV
1. Pelo SUS
O SUS oferece a vacina quadrivalente para o HPV (Gardasil), sendo recomendada o esquema de doses:
O esquema de 1 dose para crianças de 9 aos 14 anos ou jovens até os 20 anos incompletos que não tenham sido vacinados, é uma das recomendações atuais contra o HPV, pois se mostrou eficaz para produzir uma resposta imunológica, quando comparado com a aplicação de 2 ou 3 doses, além de melhorar a adesão à vacinação.
2. No particular
As doses dependem da idade e do tipo de vacina, sendo normalmente indicado:
É importante ter orientação do médico, que deve indicar a vacina e o esquema de doses, de acordo com a idade e após fazer uma avaliação do estado de saúde da criança ou do adulto.
Quem não pode tomar
A vacina do HPV não deve ser administrada em caso de:
- Gravidez, mas a vacina pode ser tomada logo após o nascimento do bebê, sob orientação do obstetra;
- Alergia aos componentes da vacina;
- Febre ou doença aguda;
- Redução do número de plaquetas e problemas de coagulação sanguínea.
A vacinação pode ajudar a prevenir a infecção pelo HPV e o câncer de colo do útero, mas não é indicada para tratar a doença. Além disso, outra recomendação importante para a prevenção do HPV ou outras doenças sexualmente transmissíveis é sempre usar o preservativo em todos os contatos íntimos. Também é recomendado que a mulher consulte o ginecologista pelo menos 1 vez por ano e realize exames ginecológicos como o Papanicolau. Entenda o que é e como é feito o papanicolau.
Campanha de vacinação nas escolas
A vacina contra o HPV faz parte do calendário de vacinação, sendo oferecida gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos entre os 9 e os 14 anos de idade.
Os meninos e as meninas nestas faixas etárias devem tomar 1 dose única da vacina, sendo que está disponível em escolas públicas e privadas ou em postos de saúde da rede pública.
Efeitos colaterais da vacina
A vacina contra o HPV pode ter alguns efeitos colaterais como dor, vermelhidão ou inchaço no local da picada, que podem ser diminuídos com a aplicação de uma pedrinha de gelo, protegido com um pano, no local.
Além disso, a vacina contra pode ainda provocar dor de cabeça, tonturas, náuseas, vômitos e febre superior a 38ºC, que pode ser controlada com um antitérmico como o paracetamol, por exemplo. No caso da febre não melhorar, deve-se entrar em contato com o médico.
Outros efeitos colaterais menos comuns relatados por meninas que tomaram a vacina do HPV foram alteração da sensibilidade das pernas ou dificuldade para caminhar, porém, os estudos com a vacina não confirmam que esta reação seja provocada pela sua administração, sendo mais provável que se trate de outros fatores como ansiedade ou medo de agulhas, por exemplo. Não foram confirmados por estudos científicos outras alterações relacionadas a esta vacina.
Dúvidas comuns sobre a vacina
As dúvidas mais comuns sobre a vacina do HPV são:
1. Por que é preferível vacinar até aos 15 anos?
Os estudos científicos mostram que a vacina contra o HPV é mais eficaz quando aplicada em quem ainda não iniciou a vida sexual, e, por isso, o SUS só aplica a vacina em crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos, no entanto, pode-se tomar a vacina em clínicas particulares.
2. É necessário fazer exames antes de tomar a vacina?
Não é preciso realizar nenhum exame para verificar se há infecção pelo vírus HPV antes de tomar a vacina, mas é importante saber que a vacina pode não ter a mesma eficácia em pessoas que já tiveram relações sexuais.
No caso de pessoas que têm infecção pelo HIV, são portadoras de AIDS, ou que fizeram algum tipo de transplante de órgão ou que estejam em tratamento do câncer, devem fazer exames indicados pelo médico para avaliar o sistema imunológico e, desta forma, tomar a vacina somente se for receitada pelo médico.
3. Quem toma a vacina não precisa usar camisinha?
Mesmo quem tomou as duas doses da vacina deve usar sempre a camisinha em qualquer relação sexual, porque a vacina não protege de outras infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV ou a sífilis, por exemplo.
4. A vacina contra o HPV é segura?
Esta vacina demonstrou ser segura durante ensaios clínicos e, além disso, após ter sido administrada em pessoas, em diversos países, não demonstrou provocar efeitos secundários graves relacionados ao seu uso.