Vaginose bacteriana: o que é, sintomas, causas e tratamento

Vaginose bacteriana é a infecção da vagina causada por um desequilíbrio da microbiota normal da região, favorecendo multiplicação de bactérias que vivem normalmente na região íntima feminina, como a Gardnerella vaginalis, e levando ao aparecimento dos sintomas de infecção.

Os sintomas mais comuns da vaginose bacteriana incluem coceira intensa, queimação ao urinar, cheiro fétido e corrimento branco-acinzentado, que também pode apresentar coloração amarelo-esverdeada.

Embora possa causar muito desconforto, a vaginose pode ser facilmente tratada com o uso de antibióticos e, por isso, é importante consultar o ginecologista para diagnosticar a infecção e iniciar o tratamento adequado.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de vaginose bacteriana

Os principais sintomas de vaginose bacteriana são:

  • Coceira vaginal intensa;
  • Corrimento branco-acinzentado;
  • Odor vaginal fétido, semelhante a peixe podre;
  • Irritação na vulva e na vagina;
  • Sensação de queimação ao urinar.

Muitos casos de vaginose bacteriana também podem não levar ao aparecimento de qualquer sintoma, sendo apenas identificado durante consulta com o ginecologista ou após realização de um exame de secreção vaginal.

Nos casos em que são identificados sintomas, estes são mais frequentes após a relação sexual e antes ou após do período menstrual.

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Como é o corrimento da vaginose bacteriana?

O corrimento da vaginose bacteriana é branco acinzentado, mas também pode ser amarelado-esverdeado.

Geralmente, esse corrimento é aquoso ou bolhoso, e possui um cheiro característico semelhante a peixe podre, sendo mais intenso após o contato íntimo ou durante a menstruação.

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Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da vaginose bacteriana normalmente é feito pelo ginecologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e do exame ginecológico observando as características da vagina e do corrimento.

Em alguns casos, o médico pode recolher uma amostra do corrimento vaginal ou do líquido do colo do útero para ser analisado no laboratório, para confirmar o diagnóstico e descartar infecções sexualmente transmissíveis com sintomas semelhantes.

Marque uma consulta com o ginecologista mais próximo para investigar a possibilidade de vaginose bacteriana:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

No entanto, algumas mulheres podem ter vaginose mas não apresentar sintomas, sendo a infecção descoberta durante a consulta com o ginecologista, por meio da avaliação dos sintomas apresentados.

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Como saber se é vaginose?

Para concluir o diagnóstico de vaginose bacteriana, os critérios diagnósticos considerados são:

  • Corrimento vaginal branco homogêneo em grande quantidade;
  • Secreção vaginal com pH superior a 4,5;
  • Identificação do odor de peixe podre, principalmente ao misturar a secreção vaginal com solução de KOH a 10%;
  • Identificação da presença de bactérias e alteração nas características das células epiteliais, que recebe o nome de clue cells, visualizadas microscopicamente, e que normalmente estão presentes em caso de vaginose por Gardnerella sp.

O ginecologista pode também indicar a realização de exame de urina ou de urocultura para confirmar a vaginose. Assim, após o diagnóstico, o médico pode indicar o tratamento mais adequado, que normalmente envolve o uso de antibióticos.

Possíveis causas

A vaginose bacteriana é causada pelo desequilíbrio da microbiota ("flora") vaginal.

A microbiota vaginal é composta principalmente por lactobacilos, também conhecidos como bacilos de Doderlein, e que têm como principal função manter o pH ácido da vagina, evitando a ocorrência de infecções. Conheça mais sobre os bacilos de Doderlein.

Em algumas situações, ocorre o crescimento exagerado de bactérias que vivem normalmente na vagina, como a Gardnerella vaginalis, e diminuição dos lactobacilos, causando a infecção.

Quem tem maior risco

As principias condições que podem provocar desequilíbrio da microbiota vaginal e causar a vaginose bacteriana são:

  • Realização de duchas vaginais excessivas;
  • Ter reações sexuais frequentes;
  • Ter múltiplos parceiros sexuais;
  • Possuir infecção sexualmente transmissível;
  • Fazer uso de dispositivo intrauterino (DIU);
  • Estar no período menstrual.

Essas situações podem provocar a diminuição da quantidade de bacilos de Doderlein, o que favorece o crescimento de bactérias encontradas em menores quantidades na flora bacteriana, como Gardnerella sp., principalmente, Prevotella sp., Mycoplasma sp. e Ureaplasma sp., por exemplo, caracterizando a vaginose.

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Vaginose bacteriana é IST?

A vaginose bacteriana não é infecção sexualmente transmissível (IST) pois ocorre pelo desequilíbrio da microbiota vaginal normal.

No entanto, quando não tratada, a vaginose bacteriana pode aumentar o risco de infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, herpes genital, gonorreia ou clamídia, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a vaginose bacteriana deve ser feito com orientação do ginecologista, para eliminar o excesso de bactérias da vagina e restaurar a microbiota vaginal.

Os principais tratamentos para vaginose bacteriana são:

1. Medicamento para vaginose bacteriana

Os remédios para vaginose bacteriana que podem ser indicados pelo médico são antibióticos na forma de comprimidos, como:

  • Metronidazol;
  • Clindamicina;
  • Tinidazol.

O tempo de tratamento varia de acordo com o tipo de antibiótico, sendo geralmente de 5 a 7 dias.

2. Pomada para vaginose bacteriana

As pomadas para vaginose bacteriana são a pomada de metronidazol ou de clindamicina, que devem ser aplicadas dentro do canal vaginal, por 5 a 7 dias.

Além disso, o metronidazol também pode se encontrado na forma de óvulos vaginais.

Durante o tratamento recomenda-se ainda usar preservativo em todas as relações e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Veja como é feito o tratamento da vaginose.

Possíveis complicações

Na maioria dos casos, a vaginose bacteriana não causa grandes complicações, porém, em pessoas com o sistema imune mais enfraquecido, pode:

  • Infectar o útero e as trompas de Falópio, gerando uma doença inflamatória pélvica (DIP);
  • Aumentar a probabilidade de infecção por HIV, em casos de exposição ao vírus;
  • Aumentar as chances de a mulher ser infectada por outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia ou gonorreia.

Além disso, no caso das grávidas, este tipo de infecção pode ainda aumentar o risco de aborto, parto prematuro ou de o recém-nascido nascer com peso abaixo da média. Saiba mais sobre a vaginose bacteriana na gravidez.

Como prevenir

Para prevenir o surgimento de uma vaginose bacteriana, é recomendado não fazer duchas vaginais, usar preservativo em todas as relações, restringir o número de parceiros, evitar roupas muito apertadas, dar preferência às calcinhas de algodão e realizar exames ginecológicos pelo menos uma vez ao ano.