Anel vaginal: o que é, como funciona e como usar

O anel vaginal é um método contraceptivo que consiste em um anel flexível que é inserido na vagina e libera hormônios que agem impedindo a ovulação. É bastante confortável, pois é feito de um material que se adapta aos contornos da região.

Foto doutora realizando uma consulta
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Este método deve ser utilizado durante 3 semanas seguidas e, depois desse tempo, deve ser retirado, devendo-se fazer uma pausa de 1 semana, antes de voltar a colocar um novo anel. Quando utilizado corretamente, tem uma eficácia superior a 99% de proteção de uma gravidez indesejada.

O anel vaginal pode ser encontrado em farmácias com o nome comercial Nuvaring, e deve ser utilizado somente com a orientação de um ginecologista. Existem alguns casos em que não é recomendado, como em mulheres com mais 35 anos que fumam.

Médico explicando para a paciente sobre o anel vaginal

Como funciona

O anel vaginal consiste em um anel feito de material flexível que contém hormônios semelhantes àqueles presentes na pílula anticoncepcional. Quando colocado, o anel libera esses hormônios, que são absorvidos pela parede vaginal e agem impedindo a ovulação e tornando o muco do colo uterino mais espesso.

Normalmente, o anel vaginal é utilizado por 3 semanas continuamente e, após esse período, é necessário removê-lo por 1 semana para permitir a descida da menstruação. Em seguida, deve-se colocar um novo anel.

Leia também: Nuvaring: para que serve, como usar e efeitos colaterais tuasaude.com/nuvaring

Como colocar o anel vaginal

Para colocar o anel vaginal, deve-se seguir os seguintes passos:

  1. Verificar o prazo de validade da embalagem do anel;
  2. Lavar as mãos antes de abrir a embalagem e segurar o anel;
  3. Escolher uma posição confortável, como de pé com uma perna mais elevada e o pé pousado, ou deitada, por exemplo;
  4. Segurar o anel entre o indicador e o polegar, apertando-o até ficar com uma forma semelhante a um "8";
  5. Introduzir o anel suavemente na vagina e empurrar ligeiramente com o indicador.

O local exato do anel não é importante para seu funcionamento e, por isso, cada mulher deve posicioná-lo no local que for mais confortável. Se necessário, o anel pode ser retirado, introduzindo-se o dedo indicador na vagina e puxando-o suavemente para fora.

Idealmente, o anel deve ser colocado dentro dos primeiros 5 dias após o início da menstruação. Caso contrário, é recomendado evitar ter relações ou usar outro método contraceptivo, como o preservativo, nos primeiros 7 dias de uso do anel, para evitar o risco de uma gravidez. 

Quando substituir o anel

O anel precisa ser retirado após 3 semanas de uso contínuo, no entanto, só deve ser substituído após 1 semana de descanso. Assim, ele deve ser colocado a cada 4 semanas.

Um exemplo prático é: se o anel for colocado num sábado, por volta das 21 horas, deve ser retirado 3 semanas depois, ou seja também num sábado às 21 horas. O novo anel deve ser colocado exatamente 1 semana depois, isto é, no próximo sábado às 21 horas.

Caso a mulher precise remover o anel e fique mais de 3 horas sem usá-lo, em alguns casos, além de recolocar o anel, deve utilizar outro método contraceptivo, como o preservativo, durante 7 dias, pois o efeito do anel vaginal pode estar diminuído.

Principais vantagens e desvantagens

As principais vantagens e desvantagens do anel vaginal são:

Vantagens Desvantagens
Não é desconfortável e não interfere na relação sexual. Possui efeitos colaterais como aumento do peso, náuseas, dor de cabeça ou acne.
Só precisa ser colocado uma vez por mês. Não protege conta doenças sexualmente transmissíveis.
Permite um esquecimento de até 3 horas, para substituir o anel. É importante introduzir o anel no mesmo horário para não prejudicar o efeito.
Ajuda a regular o ciclo e a reduzir as dores menstruais e o fluxo. Pode sair durante as relações sexuais
  Não pode ser usado em pessoas com certas condições, como problemas no fígado ou pressão alta.

O anel vaginal é um dos vários métodos contraceptivos disponíveis, sendo importante conversar com o ginecologista para entender melhor suas vantagens e desvantagens e verificar se este método pode ser indicado. Conheça outros tipos de métodos contraceptivos e saiba quais as vantagens e desvantagens de cada um.

O que fazer se o anel sair

Caso o anel vaginal saia, as orientações sobre o que fazer variam de acordo com o tempo que o anel esteve fora da vagina:

  • Menos de 3 horas: o anel deve ser lavado com água e sabão e depois reaplicado no interior da vagina. Até 3 horas, o efeito deste método continua protegendo contra uma possível gravidez e, por isso, não é necessário utilizar outro método contraceptivo.
  • Mais que 3 horas na 1ª e 2ª semana de uso: nestes casos, o efeito do anel pode estar comprometido e, por isso, além de lavar e recolocar o anel na vagina, deve-se utilizar outro método contraceptivo, como preservativo, durante 7 dias. Se tiver acontecido uma relação íntima desprotegida nos últimos dias, existe risco de uma gravidez.
  • Mais que 3 horas na 3ª semana: neste caso, a mulher deve jogar o anel no lixo e depois iniciar o uso de um novo anel ou fazer uma pausa de 7 dias e inserir um novo anel em seguida, sendo importante seguir a orientação do ginecologista.

Se existir esquecimento de colocar o anel e a pausa for superior a 7 dias, é aconselhado colocar um novo anel assim que lembrar e iniciar as 3 semanas de uso a partir desse dia.

Neste caso, também é importante usar outro método contraceptivo por 7 dias para evitar a gravidez. Caso tenha acontecido contato íntimo desprotegido nos últimos dias antes de colocar o anel, existe risco de gravidez, devendo-se consultar o ginecologista. 

Leia também: 14 primeiros sintomas de gravidez (semana a semana) tuasaude.com/10-primeiros-sintomas-de-gravidez

Possíveis efeitos colaterais

O uso do anel vaginal pode causar efeitos colaterais em algumas mulheres, como:

  • Náusea;
  • Irritação e/ou corrimento vaginal;
  • Dor de cabeça;
  • Sangramento fora do período menstrual;
  • Aumento do peso;
  • Aumento na sensibilidade das mamas.

No entanto, na maioria dos casos, os efeitos colaterais são leves e tendem a desaparecer após os primeiros meses de uso do anel vaginal.

Quem não deve utilizar o anel

O anel anticoncepcional não deve ser utilizado por mulheres com mais de 35 anos que fumam, em caso de doenças que aumentam o risco de coagulação do sangue ou histórico de problemas como infarto, trombose venosa ou AVC e nas primeiras 6 semanas após o parto.

Além disso, também não é indicado em caso de problemas como pressão alta, enxaqueca com aura, doenças graves no fígado, câncer de mama, hemorragia vaginal sem causa ou alergia ao etinilestradiol ou ao etonogestrel.

Dúvidas comuns sobre o anel vaginal

A seguir estão indicadas as principais dúvidas relacionadas com o uso do anel vaginal:

1. Posso engravidar utilizando o anel?

O anel vaginal é um método contraceptivo bastante confiável que impede a ovulação e que, por isso, quando utilizado corretamente, apresenta chances de gravidez inferiores a 1%. Dessa forma, possui uma eficácia quase tão boa quanto o preservativo.

No entanto, se o anel ficar fora da vagina por mais de 3 horas ou se não for substituído da forma certa, é possível que a mulher possa ovular. Dessa forma, se tiver relações desprotegidas nos 7 dias antes ou depois da colocação do anel, existe a possibilidade de engravidar.

2. Posso ter contato íntimo desprotegido?

O efeito de proteção contra uma possível gravidez começa após 7 dias de uso contínuo do anel vaginal. Dessa forma, caso tenha relação sexual durante o intervalo entre a retirada e a colocação do anel vaginal, é possível ocorrer gravidez. Por isso, mulheres que não pretendem engravidar só devem praticar sexo desprotegido após esse período.

Além disso, se a mulher não tiver apenas um parceiro sexual, é sempre recomendado utilizar também o preservativo, uma vez que o anel não protege contra possíveis infecções sexualmente transmissíveis.

3. Posso usar o anel sem pausa?

Não, pois ao fim de 3 semanas não há liberação de hormônios em quantidade suficiente para inibir a ovulação, havendo risco de gravidez caso ocorra uma relação sexual desprotegida.

No entanto, caso não se deseje ter a menstruação, é possível, ao fim de 3 semanas, inserir um novo anel vaginal, mantendo os níveis hormonais. No entanto, é importante consultar o ginecologista para que seja feita uma orientação mais adequada.

4. Quem não pode tomar pílula, pode usar o anel?

Mulheres que não podem tomar a pílula devido à presença de hormônios não devem utilizar o anel, pois também contém o mesmo tipo de hormônios que a pílula.

5. Posso usar o anel junto com a pílula?

Assim como a pílula anticoncepcional, o anel vaginal utiliza hormônios para impedir a ovulação e evitar uma gravidez indesejada. Por isso, uma mulher que utiliza o anel não deve tomar também a pílula, pois estará aumentando a concentração de hormônios no organismo, o que pode levar ao surgimento de mais efeitos colaterais.

6. Usar o anel vaginal engorda?

Como qualquer outro remédio com hormônios, o anel pode causar alterações que levam ao aumento do apetite e à retenção de líquidos em todo o corpo, favorecendo o ganho de peso.

O risco destes efeitos, normalmente, é menor no anel, podendo ser usado como substituto em mulheres que tiveram aumento de peso com a pílula, mas que precisa continuar a usar hormônios.

7. O anel pode causar sangramento fora do período?

Devido ao uso de hormônios, o anel possui o risco de causar sangramentos fora do período menstrual, no entanto, é uma alteração que não provoca qualquer risco para a saúde da mulher.

Ainda assim, se os sangramentos forem se tornando mais frequentes ou mais abundantes é recomendado informar o ginecologista para avaliar a necessidade de trocar de método contraceptivo.

8. O anel vaginal é oferecido pelo SUS?

O anel anticoncepcional não é um dos métodos contraceptivos oferecidos pelo SUS e, por isso, deve ser comprado nas farmácias convencionais quando indicado pelo ginecologista.

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