A ansiedade infantil pode causar alguns sintomas como maior irritação e choros, pesadelos frequentes, dificuldade para dormir e acordar diversas vezes ao longo da noite, por exemplo.
É comum a criança apresentar sintomas de ansiedade quando os pais se separam, quando mudam de casa, mudam de escola ou quando algum ente querido morre, e por isso, diante destas situações mais traumáticas, os pais devem ficar atentos ao comportamento da criança, verificando se está se adaptando à situação, ou se está desenvolvendo medos irracionais e excessivos.
Em alguns casos, a criança pode apresentar uma ansiedade excessiva, a qual não possui uma origem identificada e suas preocupações não desaparecem e nem melhoram ao longo do tempo, sendo indicado que a criança seja consultada por um pediatra ou psicólogo infantil para que seja possível desenvolver estratégias que ajudem a enfrentar os momentos de ansiedade e estresse.
Principais sintomas
Os principais sinais e sintomas de ansiedade na criança são:
- Estar mais irritada e chorosa que o normal;
- Ter dificuldade para pegar no sono;
- Acordar mais vezes que o normal durante a noite;
- Voltar a chupar o dedo ou fazer xixi nas calças;
- Ter pesadelos frequentes.
Além disso, pode ser notada falta de confiança, dificuldade para se concentrar e desejo de evitar atividades diárias rotineiras, como sair com os amigos ou ir na escola.
Quando estes sintomas são ligeiros e passageiros normalmente não existe motivo para preocupação, e representam uma situação de ansiedade passageira. No entanto, se demorarem mais de 1 semana para passar, os pais ou cuidadores devem ficar atentos e tentar ajudar a criança a ultrapassar essa fase.
Causas de ansiedade infantil
Os episódios de ansiedade infantil não possuem causa específica, no entanto alguns fatores podem aumentar a probabilidade da criança apresentar períodos de ansiedade excessiva, como:
- Antecedentes familiares de ansiedade;
- Timidez;
- Ter vivenciado eventos estressantes, como a perda de um ente querido;
- Alterações nos neurotransmissores cerebrais;
- Gênero feminino.
Além disso, viver em um ambiente familiar estressante, em que a criança repete as ações que vê em casa, reforçam o seu comportamento diante de situações de ansiedade.
Como ajudar a criança a controlar a ansiedade
Quando a criança entra numa crise de ansiedade crônica, os pais, cuidadores e familiares são muito importantes para tentar quebrar o ciclo e restaurar o bem estar.
Assim, o ideal é que, sempre que se identifica uma possível situação de ansiedade excessiva ou crônica, se consulte um psicólogo, para fazer uma avaliação correta e receber orientações adaptadas a cada caso.
Algumas dicas que podem ajudar a controlar a ansiedade da criança incluem:
1. Não evitar os medos da criança
Crianças que estão sentindo ansiedade normalmente apresentam alguns medos, como sair na rua, ir na escola ou até conversar com outras pessoas. Nessas situações, o que se deve fazer é não poupar e a criança dessas situações, pois ao afastá-la dessas situações, pode levá-la a entender que possui razões para evitar essas situações.
No entanto, também não se deve obrigar a criança a enfrentar seus medos, já que a pressão excessiva pode piorar a situação. Assim, o que se deve fazer é levar as situações de medo com naturalidade e, sempre que possível, mostrar para a criança que é possível ultrapassar esse medo.
2. Valorizar o sentimento da criança
Na tentativa de tentar minimizar o medo da criança, é relativamente comum que os pais, ou cuidadores, tentem falar para a criança que ela não deve se preocupar ou que não precisa ter medo, no entanto, esse tipo de frases, embora sejam ditas com um propósito positivo, podem ser avaliadas pela criança como um julgamento, já que podem achar que o que estão sentindo não está certo ou não faz sentido, por exemplo.
Dessa forma, o ideal é que se converse com a criança sobre seus medos e o que está sentindo, assegurando que se está do seu lado para a proteger e tentar ajudar a vencer a situação.
3. Tentar diminuir o período de ansiedade
Outra forma de ajudar a criança a lidar com a ansiedade é mostrar que a ansiedade é um sentimento temporário e que desaparece, mesmo quando parece que não tem forma de melhorar.
Por isso, sempre que possível, deve-se tentar diminuir o tempo da ansiedade, que normalmente é maior antes de se fazer alguma atividade. Isto é, imaginando que a criança tem medo de ir no dentista, os pais podem falar que ela precisa ir no dentista apenas 1 ou 2 horas antes, para evitar que a criança fique com esse pensamento por muito tempo.
4. Explorar a situação que causa a ansiedade
Por vezes, pode ser útil para a criança tentar explorar o que está sentindo e expor a situação de forma racional. Assim, imaginando que a criança tem medo de ir no dentista, pode-se tentar falar com a criança sobre o que ela acha que o dentista faz e qual a importância na sua vida.
Além disso, caso a criança esteja confortável conversando, também se pode supor o pior que pode acontecer naquela situação e ajudar a criança a criar um plano para o caso de, esse seu medo, acontecer.
Na maioria das vezes, o nível de ansiedade consegue ser reduzido quando a criança sente que tem um plano para o pior cenário, dando-lhe mais confiança para ultrapassar seus medos.
5. Praticar atividades relaxantes com a criança
Praticar atividades relaxantes com a criança pode ajudar no controle dos níveis de ansiedade, já que o pensamento da criança pode ser desviado, aliviando os sintomas.
Algumas opções são contar o número de pessoas com shorts que passa na rua, ouvir música, cantar uma música ou fazer uma técnica de relaxamento que consiste em respirar fundo, inspirando durante 3 segundos e expirando por outros 3, por exemplo.