Antibióticos: o que são, mais usados e dúvidas comuns

Antibióticos são remédios que combatem as bactérias, impedindo seu crescimento ou causando sua morte, sendo indicados para o tratamento de diversos tipos de infecções como pneumonia, otite, sinusite, infecção urinária, conjuntivite, meningite, gonorreia, sífilis, furúnculos ou erisipela.

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O tipo de antibiótico que pode ser usado depende da infecção a ser tratada, podendo ser indicado pelo médico o uso de penicilinas, macrolídeos, fluorquinolonas, cefalosporinas ou tetraciclinas, por exemplo.

Os antibióticos devem ser usados somente com indicação médica, tomados corretamente no horário certo e pelo tempo de tratamento estabelecido pelo médico, mesmo que ocorra melhora dos sintomas, para que seja evitada a resistência bacteriana, o que pode tornar o tratamento da infecção mais difícil e mais demorado, além de poder causar piora dos sintomas. Veja como evitar a resistência bacteriana.

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Quais os antibióticos mais usados

Alguns dos antibióticos mais usados para o tratamento de infecções incluem:

1. Penicilinas

Os principais antibióticos da classe das penicilinas são:

Essas penicilinas podem ser indicadas pelo médico na forma de comprimido, xarope ou injeção, dependendo do tipo de infecção e da idade da pessoa.

Principais indicações: as penicilinas são a classe de antibiótico mais indicadas por médicos para o tratamento de infecções como pneumonia, bronquite, amigdalite, sinusite, infecções urinárias ou vaginais, da pele e das mucosas, por exemplo.

Efeitos colaterais: as penicilinas podem causar efeitos colaterais como dor de cabeça, náusea, vômito, diarreia, candidíase oral e na região genital, ou até reação alérgica grave ou choque anafilático. Saiba identificar os sintomas de choque anafilático.

2. Tetraciclinas

As principais tetraciclinas que podem ser indicadas pelo médico são:

As tetraciclinas não devem ser tomadas junto com leite ou produtos lácteos, pois podem diminuir a eficácia do tratamento, sendo recomendado esperar pelo menos 1 a 2 horas antes ou depois do uso da tetraciclina para consumir produtos lácteos.

Além disso, as tetraciclinas também não devem ser tomadas junto com antiácidos ou medicamentos ou suplementos que contenham cálcio, magnésio, alumínio ou ferro, pois podem diminuir a eficácia do antibiótico, sendo recomendado aguardar pelo menos 2 horas antes ou depois do uso das tetraciclinas para utilizar esses suplementos ou medicamentos.

Principais indicações: as tetraciclinas geralmente indicado para o tratamento de infecções causadas por organismos sensíveis à tetraciclina, como brucelose, gengivite, doença de Lyme, gonorreia ou sífilis, por exemplo.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns das tetraciclinas são inflamação no esôfago, diarreia, náuseas, vômitos, má digestão, dor de estômago, dor de cabeça ou sensibilidade à luz.

3. Sulfonamidas

Os principais antibióticos da classe das sulfonamidas são:

Esses antibióticos podem ser encontrados na forma de comprimidos, xaropes, pomadas ou cremes, e seu uso varia de acordo com sua apresentação e infecção a ser tratada.

Principais indicações: geralmente as sulfonamidas são indicadas para infecções de ouvido, infecção urinária, bronquite, diarreia do viajante, pneumonia, úlceras venosas, doenças reumáticas, doenças inflamatórias intestinais, feridas cirúrgicas ou escaras, por exemplo.

Efeitos colaterais: as sulfonamidas podem causar efeitos colaterais, como dor de cabeça, perda do apetite, náuseas, vômitos, dor ou desconforto no estômago, candidíase, ou até icterícia em bebês.

4. Fluorquinolonas

Os principais antibióticos da classe das fluorquinolonas são:

Esses antibióticos podem ser encontrados na forma de comprimido, solução injetável, colírio oftálmico ou suspensão otológica, por exemplo.

Principais indicações: as fluorquinolonas são normalmente indicadas para o tratamento de infeções respiratórias, no ouvido, olhos, rins, sistema urinário, pele, ossos ou órgãos reprodutores, assim como para o tratamento de infeções generalizadas, por exemplo.

Efeitos colaterais: esses antibióticos podem causar efeitos colaterais como ruptura do tendão de Aquiles, agitação, alterações nos rins, sendo contraindicados durante a gravidez ou amamentação.

5. Macrolídeos

Os principais antibióticos da classe dos macrolídeos são:

Os macrolídeos podem ser encontrados na forma de comprimidos, xaropes, solução tópica, gel ou injeção, não sendo recomendados para pessoas com doenças hepáticas, renais e com alterações do sistema cardiovascular devido aos possíveis efeitos colaterais e processo de absorção e metabolização do medicamento.

Principais indicações: geralmente os macrolídeos são indicados para o tratamento de infecções como sinusite, pneumonia, infecções da pele, ou infecções sexualmente transmissíveis, como a gonorreia ou a clamídia, por exemplo.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são perda do apetite, ânsia de vômito, dor abdominal, náusea, flatulência, mal estar, cólicas, fezes moles ou diarreia.

6. Cefalosporinas

Os principais antibióticos da classe das cefalosporinas são:

  • Cefalexina;
  • Cefaclor;
  • Cefalotina;
  • Cefazolina
  • Cefadroxila;
  • Ceftriaxona;
  • Cefuroxima;
  • Cefotaxima;
  • Ceftazidima;
  • Cefepime.

O uso das cefalosporinas não é recomendado em mulheres grávidas ou que estejam amamentando, a não ser que seja recomendado pelo médico.

Principais indicações: as cefalosporinas são geralmente indicadas para o tratamento de infecções do trato respiratório, otite média, infecções na pele e tecidos moles, infecções urinárias e infecções ósseas.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal, urticária, e, em alguns casos pode causar coceira anal ou genital.

7. Aminoglicosídeos

Os principais exemplos de antibióticos aminoglicosídeos são:

Esses aminoglicosídeos podem ser indicados pelo médico na forma de comprimido, colírio ou pomada oftalmológica ou injeção, dependendo do tipo de infecção.

Principais indicações: os aminoglicosídeos são normalmente indicados para o tratamento de infecções na pele como úlceras, feridas com pus, furúnculos, eczema ou dermatites, além de outras infecções como peritonite, meningite ou infecção generalizada, por exemplo.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são diminuição da função renal, diminuição da audição, vertigem, zumbido, perda do equilíbrio, sonolência, dor de cabeça e alterações em exames de sangue.

8. Nitroimidazólicos

Os principais antibióticos nitroimidazólicos ou nitroimidazóis são:

Esses antibióticos podem ser encontrados na forma de comprimidos, pomadas ou óvulos vaginais ou gel tópico, por exemplo.

Principais indicações: os nitroimidazólicos são indicados para tratamento da rosácea, giardíase, amebíase, tricomoníase, vaginite causada por Gardnerella vaginalis e outras infecções causadas por bactérias e protozoários sensíveis a esta substância. Saiba como tomar o metronidazol.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são náusea, vômito, diarreia, dor no estômago, sensação de gosto metálico na boca, perda do apetite, dor de cabeça, cansaço excessivo, tontura, queimação e coceira vaginal.

9. Nitrofuranos

Os principais antibióticos da classe dos nitrofuranos são:

Esses antibióticos podem ser encontrados na forma de comprimidos ou xaropes, por exemplo.

Principais indicações: esses antibióticos normalmente são indicados para o tratamento de infeções urinárias, giardíase, diarreias infecciosas, gastrite ou úlceras no estômago, por exemplo.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são náusea, vômito, perda do apetite, diarreia ou dor no estômago.

10. Derivados do ácido fosfônico

O principal antibiótico da classe dos derivados do ácido fosfônico é:

  • Fosfomicina trometamol.

Esse antibiótico pode ser encontrado na forma de granulado em pó, para ser diluído em água, e geralmente é tomado em dose única.

Principais indicações: a fosfomicina trometamol é indicada principalmente para infecções urinárias, como cistite, uretrite não específica, bactérias na urina na gravidez sem sintomas, síndrome uretrovesical bacteriana aguda ou infecção urinária pós-cirúrgica, por exemplo.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são dor de cabeça, tonturas, infecções vaginais, náusea, dor no estômago, diarreia ou reações na pele, incluindo coceira e vermelhidão.

11. Carbapenêmicos

Os principais antibióticos carbapenêmicos são:

Esses antibióticos são encontrados na forma de injeção para aplicar na veia, pois não são absorvidos por via oral, sendo usados apenas em hospitais.

Principais indicações: os carbapenêmicos normalmente são indicados para meningite, sepse, infecções pulmonares, urinárias ou intra-abdominais, por exemplo.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são diarreia, náuseas, vômitos, dor abdominal, dor de cabeça ou candidíase oral ou vaginal.

Leia também: Candidíase vaginal: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/candidiase-vaginal

12. Glicopeptídeos

Os principais antibióticos da classe dos glicopeptídeos são:

  • Vancomicina;
  • Teicoplanina.

Esses antibióticos são encontrados somente em hospitais para aplicação diretamente na veia ou no músculo.

Principais indicações: os glicopeptídeos são indicados para infecções nos ossos, pulmões, pele, músculos e coração, como endocardite bacteriana, pneumonia ou osteomielite, por exemplo.

Efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são reação alérgica durante a aplicação do antibiótico, coceira, vermelhidão na pele, insuficiência renal, zumbido no ouvido, perda da audição, choque anafilático ou síndrome de de Stevens-Johnson.

Leia também: Síndrome de Stevens-Johnson: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/sindrome-de-stevens-johnson

Dúvidas comuns sobre os antibióticos

As dúvidas mais comuns com relação ao uso de antibióticos são:

1. Tomar antibióticos engorda?

Geralmente, os antibióticos não têm como efeito colateral a perda de peso ou aumento do apetite, no entanto, alguns deles podem causar má digestão e excesso de gases, podendo causar inchaço no abdômen, o que pode ser confundido com aumento de peso.

2. Antibiótico corta o efeito do anticoncepcional?

São poucos os antibióticos que reduzem o efeito dos anticoncepcionais, o que é comprovado por estudos recentes, em que apenas a rifampicina, rifabutina e griseofulvina mostraram interferir com a sua ação. Saiba o que fazer nestes casos.

No entanto, como um dos efeitos colaterais mais comuns de maior parte dos antibióticos é a diarreia, existe o risco do anticoncepcional não ser completamente absorvido, caso a diarreia ocorra nas 4 horas seguintes à toma do medicamento.

Nestes casos é aconselhável a utilização de preservativo, desde que a diarreia cessa até 7 dias depois.

3. Preciso tomar a caixa de antibiótico até ao fim?

O antibiótico deve sempre ser tomado até ao fim ou durante o tempo que o médico indicar, mesmo quando existem sinais de melhoras passados 3 a 5 dias de tratamento.

Em alguns casos, as pessoas que sentem melhoras têm tendência em parar de tomar o antibiótico antes do tempo recomendado, mas não o devem fazer, porque as bactérias responsáveis por causar a infecção podem não ter sido todas eliminadas.

Assim, com a interrupção do tratamento elas podem voltar a multiplicar-se, desenvolvendo novamente a doença e, além disso, podem desenvolver resistência aos compostos usados, fazendo com que o antibiótico se torne ineficaz no futuro.

4. Porque o antibiótico causa diarreia?

A diarreia é um efeito colateral comum dos antibióticos, que surge devido ao efeito do antibiótico na flora intestinal.

O que acontece é que os antibióticos são remédios que eliminam bactérias sensíveis a certos compostos, eliminando por isso tanto as bactérias más como as boas, o que provoca alterações no funcionamento do intestino. Saiba como combater a diarreia causada por antibióticos.

5. O álcool corta o efeito do antibiótico?

O álcool não corta o efeito do antibiótico, no entanto, pode sobrecarregar o fígado, pois ambos não metabolizados nesse órgão, dessa forma o metabolismo do antibiótico pode ficar prejudicado, o que pode reduzir a eficácia do tratamento, além de aumentar o risco de efeitos colaterais do antibiótico.

Além disso, durante o tratamento com antibióticos, o consumo de álcool pode prejudicar o sistema imunológico a combater a infecção.

Por essas razões, normalmente os médicos recomendam que não haja ingestão de álcool durante o tratamento, até porque existem antibióticos específicos que não podem mesmo ser ingeridos com álcool, como é o caso do metronidazol, tinidazol, cefoxitina e a combinação de sulfametoxazol e trimetoprima.

Isso porque além de ser tóxico para o organismo, pode causar sintomas desagradáveis, como vômitos, palpitações, calor, suor excessivo, dificuldade respiratória, dor de cabeça e hipotensão.